Futebol

14 abril 2025, 01h03

Bruno Lage

Bruno Lage

PÓS-JOGO

Bruno Lage referiu que o empate entre o Benfica e o Arouca (2-2), na partida referente à 29.ª jornada da Liga Betclic, não era o resultado pretendido. Na análise do jogo disputado neste domingo, 13 de abril, no Estádio da Luz, o treinador salientou que os encarnados até começaram de forma positiva.

"A equipa entrou bem, entrou com uma boa dinâmica, com vários remates à baliza, bolas a ser tiradas em cima da linha de golo", sublinhou, em declarações à BTV, na entrevista rápida.

Ao abordar o reinício do duelo, Bruno Lage salientou "uma boa situação" do Arouca e "duas boas defesas" de Trubin. Porém, na leitura do treinador, "a equipa voltou a pegar no jogo" e obteve o 1.º golo "com naturalidade".

"Tínhamos hoje, sempre, de início ao fim, de dar sempre muita continuidade e muita dinâmica aos nossos movimentos", observou.

Questionado acerca das alterações na equipa quando o marcador registava 1-1, Bruno Lage justificou as mudanças pelo facto de o Arouca ser uma formação "que defende muito bem por dentro", como também enfatizou na conferência de Imprensa.

"Na 1.ª parte, há várias situações nos corredores, com cruzamentos. Tentámos meter um homem mais de área, para ter mais uma referência mais perto dos centrais. Pavlidis faz isso muito bem, tanto joga de 9 como de 2.º ponta de lança. Tentar gente fresca na frente para tentar situações de um contra um, continuar com as nossas diagonais, continuar com os cruzamentos, foi esse o nosso objetivo", adiantou.

Benfica-Arouca

A ANÁLISE DO JOGO

"Antes de mais, falar do resultado. Não era o resultado que queríamos, mas a equipa teve uma boa entrada no jogo, acho que na 1.ª parte criámos imensas oportunidades de golo. Vi uma bola no poste, vi uma bola ser tirada em cima da linha de golo, enfim, a equipa entrou com confiança, entrou com o respeito que tinha de ter sobre o nosso adversário, jogou com tranquilidade, jogou com segurança, criou várias oportunidades de golo, merecíamos ter chegado ao intervalo com outro resultado. O Arouca entra bem na 2.ª parte, o Trubin tem pelo menos uma boa defesa, a equipa soube reagir, porque tínhamos de ir à procura do resultado, continuámos a jogar, por dentro e por fora, porque hoje tínhamos de ser muito consistentes na nossa dinâmica, porque o Arouca controlou sempre bem os espaços interiores, ofereceu-nos a largura, e nós fomos sempre à procura disso, e é com mérito que nós chegamos à vantagem. Sofremos o empate através da grande penalidade como vocês já sabem, tentámos alterar, refrescar os homens da frente, tentar colocar mais uma referência na área, continuar a procurar aquilo que é o nosso jogo. Fazemos o 2-1, continuamos a ter várias oportunidades de golo, lembro-me de uma do Di María, há o lance do golo invalidado do Schjelderup, e depois, no último momento, penso que podíamos ter controlado o jogo melhor no último minuto, e também defendido melhor o último lance do jogo. Por isso, é 2-2, estou aqui para assumir o empate e dizer que a equipa continua a depender de si, é aquilo que eu vos tenho dito sempre, tenho dito sempre que o Campeonato vai ser até ao final, faltam-nos 5 jogos, são 5 finais, temos de encarar isso dessa forma, como temos vindo a fazer até aqui."

AS CONTAS QUE CONTAM

"[Incapacidade para lidar com a pressão para manter o 1.º lugar?] Não, olhe, não faço essas contas assim, faço as contas é com os pontos que temos de vencer para chegar ao fim e vencer o Campeonato, são essas as contas que fazemos. A equipa jogou bem, criou imensas oportunidades de golo, podíamos ter outro resultado, não conseguimos. Assumir essa responsabilidade e vencer já o próximo jogo."

Benfica-Arouca

ARBITRAGEM: CRITÉRIOS IGUAIS PARA TODOS

"[Papel da arbitragem na atribuição do título e se gostava que o Presidente Rui Costa estivesse ao seu lado para reforçar a indignação benfiquista neste momento?] Não, não é preciso, no final do jogo sou eu o rosto e a marcar a posição. O Clube já marcou a posição oficial, aquilo que eu tenho para dizer sobre as arbitragens – vou buscar aquilo que dizia desde 2019/20, a primeira vez que me sentei aqui à vossa frente –, acho que é fundamental haver VAR para ajudar os árbitros. Agora aquilo que não podemos ter, na minha opinião, são critérios diferentes. Uma vez chamamos o árbitro, outra vez não chamamos, quando chamamos é porque há dúvida de alguma coisa, temos de analisar da melhor maneira, e aquilo que eu não quero, enquanto treinador, enquanto homem do futebol, e acredito que vocês também, é depois, no dia seguinte, aparecerem nos jornais as opiniões dos especialistas na arbitragem, e afinal 80% ou 90% das análises são contra a decisão do árbitro. Porque, senão, estamos a voltar ao tempo em que não havia VAR. Amanhã, não vou gostar de ver, nas vossas análises, nas análises dos adversários, 'olha, afinal este não era um penálti assinalado para o Arouca'. É isso que eu não quero ver. Por isso, se o VAR veio para ajudar, o tempo que esteve parado para analisar este penálti... podia-se ter analisado muitos no passado. Por isso, é definir um critério de comunicação entre o VAR que é para depois, no dia seguinte, não estarmos a olhar para as análises e ver assim: 80%/90% a olhar para uma decisão contrária àquela que foi a do árbitro. Por isso é que existe o VAR. Se há uma imagem, é chamar; o VAR está para ajudar o árbitro, porque as imagens do VAR são com certeza as mesmas ou semelhantes àquelas que todos os analistas, os adeptos e os agentes do futebol veem. Por isso, as decisões têm de ser essas, aquilo que nós pretendemos é critério e decisão uniforme para toda a gente."

Benfica-Arouca

MANTER A CONSISTÊNCIA

"[Esperava outra atitude?] Não, a atitude, vocês vão sempre para essa palavra de atitude. Ouça, os jogos são assim, os jogos são difíceis, os adversários são muito competentes. Hoje todos os adversários jogam bom futebol, o Arouca é uma equipa de enorme qualidade, sabe defender, sabe atacar, tem bola, bola para trás, obriga a equipa a correr. Quando estamos instalados e estamos a pressionar, a bola vai ao guarda-redes, as equipas hoje sabem todas fazer isso muito bem. A equipa entrou forte, entrou determinada... Agora, o que é que é preciso também ter a consciência? Nós temos, falámos ontem [sábado] sobre isso, naquilo que era a nossa confiança e o respeito pelo adversário, a equipa teve o respeito pelo adversário, agora, nem todos os jogos nós vamos entrar aos 40 segundos e estar a vencer, nem todos os jogos nós vamos poder estar aos 15 minutos e estar a vencer por 2-0 ou 3-0. A equipa tem é de manter a consistência. Por isso, aquilo que eu vejo quando olho para o jogo, porque é assim que temos de analisar, é que criámos imensas oportunidades de golo, merecíamos ter tido outro resultado, não tivemos, sofremos um golo de penálti, sofremos um golo em que temos de olhar para a forma como sofremos esse golo num momento do jogo em que já não nos permite fazer nada, e depois eu assumir todas as decisões e o resultado final."

Texto: Redação
Fotos: Isabel Cutileiro e Victória Ribeiro / SL Benfica
Última atualização: 14 de abril de 2025

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