Detalhes e decisões polémicas fizeram a diferença em dérbi eletrizante

RESUMO DO JOGO

Num grande espetáculo de hóquei em patins, marcado, no entanto, por várias decisões de arbitragem controversas, o Benfica perdeu pela margem mínima diante do Sporting (7-6), na 2.ª jornada do Grupo B da Liga dos Campeões (7-6). Num dérbi pleno de emoção no Pavilhão João Rocha, as águias "lutaram até onde deixaram".

Os primeiros minutos foram uma amostra do que seria toda a partida. Muita intensidade em rinque, pois o duelo arrancou num ritmo frenético e, em jeito de parada e resposta, uma constante, a bola rondou ambas as balizas.

Organizado, o Benfica inaugurou o marcador aos 5', por Nil Roca, autor de um remate de meia distância indefensável, após rotação sobre um rival (0-1).

O desafio mudou com o cartão azul exibido a Pedro Henriques, aos 8', num lance em que foi assinalada uma grande penalidade muito discutível.

Na marcação do castigo máximo, Bernardo Mendes travou o remate de Gonzalo Romero! Todavia, apesar de ter defendido bem em inferioridade numérica, a segundos de terminar a situação de underplay, os encarnados sofreram o golo da igualdade, por Ferran Font, aos 10' (1-1).

O Benfica contra-atacou e viu Ângelo Girão efetuar duas intervenções consecutivas, negando o golo.

Com muitas paragens, aos 11', em queda, Ferran Font acertou com o stick na cabeça de Roberto Di Benedetto, mas o defesa das águias acabou por recuperar.

Já com Pedro Henriques de regresso à baliza, o guarda-redes encarnado foi sensacional na forma como defendeu os remates de João Souto e Henrique Magalhães, aos 15'.

No outro lado, Ângelo Girão também teve muito trabalho e adiou o golo do campeão nacional.

De meia distância, Gonzalo Romero fez o 2-1, aos 17', mas a vantagem durou pouco. Alessandro Verona viu cartão azul e Carlos Nicolía, na recarga ao consequente livre direto, voltou a empatar (2-2), aos 19'.

A terminar o primeiro tempo, aos 24', Ângelo Girão levou a melhor sobre Nicolía, registando-se o empate (2-2) ao intervalo.

No reatar do dérbi, a emoção continuou ao rubro. Decorridos dois minutos, Roberto Di Benedetto recolocou o Benfica na dianteira (2-3). Porém, poucos segundos depois, João Souto empatou (3-3).

Inspirado, Nil Roca bisou, aos 28' (3-4), e o cartão azul exibido a Ferran Font possibilitou dois minutos em powerplay às águias. Apesar da insistência encarnada, o resultado manteve-se.

Num jogo em que as alternâncias no marcador foram uma constante, as 36', de rajada, o Sporting marcou dois golos, por Gonzalo Romero e por Matias Platero, que deixaram os verdes e brancos na frente (5-4).

Insatisfeito com a desvantagem, o campeão nacional, que não contou com Pol Manrubia, por opção técnica, teve capacidade para recuperar. Gonçalo Pinto fez com que o marcador mexesse mais uma vez e empatou (5-5, aos 40').

O Sporting beneficiou depois de uma grande penalidade, cobrada por Gonzalo Romero e travada superiormente por Pedro Henriques, enorme também na recarga.

No entanto, aos 42' após a 10.ª falta do Benfica, João Souto fez o 6-5. Nuno Resende solicitou um timeout, e, no retomar do jogo, a equipa da casa também chegou à 10.ª falta. De livre direto, Carlos Nicolía não conseguiu bater Ângelo Girão.

Ritmo elevadíssimo, muito pulmão de lado a lado e novo golo para os leões, por Gonzalo Romero, autor do 7-5, aos 43'.

Sem nunca baixar os braços, os encarnados tiveram uma grande penalidade a seu favor, e, na marcação da bola parada, Lucas Ordoñez não vacilou e reduziu! Com 7-6, estava tudo em aberto!

Num dérbi com extrema emoção, o Sporting teve mais uma grande penalidade aos 46', defendida por Pedro Henriques, eficaz no cara a cara com Romero!

Houve mais um cartão azul para Ferran Font, que adensou a expectativa para a reta final. Lucas Ordoñez, num livre direto, teve a possibilidade de igualar, picou a bola sobre Ângelo Girão, mas o guarda-redes leonino defendeu.

Até ao final, Girão levou a melhor nos duelos com Pablo Álvarez e Carlos Nicolía, que remataram com perigo no assalto final à baliza verde e branca. Houve ainda uma bola na baliza adversária, que acabou por não contar.

Já na próxima semana, na quinta-feira, 25 de janeiro, o Benfica defronta o Reus, em Espanha, na 4.ª ronda deste agrupamento.

DECLARAÇÕES

Nuno Resende (treinador do Benfica): "Perdemos, não foi o resultado que pretendíamos, mas quero enaltecer o que a equipa foi capaz de fazer pela forma como controlou e dominou muitas vezes o jogo, pela forma como esteve na frente e conseguiu ter a capacidade de ir atrás do resultado quando não estava na frente. Quem ganha tem mérito, não tiro mérito a quem venceu, mas não nos deixaram ganhar, e isso é demasiado pesado quando estamos ao mais alto nível, e o que se pretende é que qualquer equipa que ganhe, o faça com o rigor no que respeita às regras do jogo. Foram demasiadas situações em que os meus jogadores foram demasiado castigados. Houve faltas que teriam de ser marcadas a nosso favor e, se calhar, alguns cartões azuis teriam de ser de outra cor. Foi tudo permitido. Jogámos e aguentámos, houve coragem tremenda até ao fim. Os meus jogadores estão de parabéns pelo grande jogo que fizeram. Lutaram até onde deixaram."