Na final da Taça de Portugal!

RESUMO BTV

As equipas femininas de futebol do Benfica e do Valadares Gaia decidiram a passagem à final da Taça de Portugal, neste domingo, 27 de abril, no jogo da 2.ª mão das meias-finais, após empate (2-2) no Benfica Campus. O encontro teve lugar no Estádio Dr. Jorge Sampaio. Após o nulo no fim do tempo regulamentar e no prolongamento, as águias carimbaram a passagem à final nas grandes penalidades (2-4)!

Depois de 2019 e de 2024, as Inspiradoras estão de volta ao Jamor! Tal como a equipa masculina, também o coletivo feminino de futebol do Benfica carimbou a presença na decisão da prova-rainha!

Na final, as encarnadas vão defrontar o Torreense, que, na outra meia-final, afastou o SC Braga (triunfo por 0-2, na 2.ª mão; 0-5 no agregado das duas mãos).

Em relação ao desafio da 1.ª mão, Filipa Patão fez apenas duas alterações: entraram Marit Lund e Beatriz Cameirão, saíram Laís Araújo e Andreia Faria, respetivamente.

Assim, o onze escalado por Filipa Patão foi: Lena Pauels, Christy Ucheibe, Carole Costa, Marit Lund, Catarina Amado, Beatriz Cameirão, Anna Gasper, Chandra Davidson, Andreia Norton, Nycole Raysla e Cristina Prieto.

Foi de canto que o Benfica criou o primeiro lance de perigo. Na cobrança, no lado direito, de forma estudada, Marit Lund tabelou com Chandra Davidson, e meteu na área, onde Carole Costa desviou, ligeiramente, ao lado (5').

Novamente pelo flanco destro do ataque, Catarina Amado entrou na área, após tirar duas adversárias da frente, rematou, mas o esférico foi prensado e acabou nas mãos da guarda-redes (10').

Aos 18', Lena Pauels negou o golo a Erica Meg, com uma enorme defesa a remate da jogadora do Valadares Gaia à entrada da pequena área.

Pouco depois, livre em posição frontal a favorecer o Benfica. Chamada à cobrança, Beatriz Cameirão esteve muito perto de inaugurar o marcador, mas a bola saiu a rasar a barra (22').

Por cima do jogo, as águias estavam completamente instaladas no meio-campo do Valadares Gaia, mas sem conseguir traduzir o domínio no marcador.

As encarnadas também não deixavam que a formação da casa conseguisse organizar o seu jogo. Com uma pressão alta e intensa, poucas vezes as adversárias conseguiram fazer mais do que dois passes, sem que tivessem uma benfiquista a morder-lhes os calcanhares.

Se no tempo regulamentar da 1.ª parte não houve nenhuma ocasião flagrante de golo, a mesma chegou no único minuto de compensação dado pela árbitra.

No lado direito do ataque, livre executado por Anna Gasper, a meio do meio-campo do Valadares Gaia, a guarda-redes Erin Seppi confiou no golpe de vista e deixou a bola sobrevoar toda a área, até chegar a Carole Costa, que atirou ao poste, sendo que, na recarga, Chandra Davidson não conseguiu a emenda.

Esteve muito perto o Benfica de chegar ao golo. Não chegou e, ao intervalo, era o nulo que imperava no Estádio Dr. Jorge Sampaio.

Do mesmo modo como acabaram o 1.º tempo, as Inspiradoras arrancaram os segundos 45 minutos a criar frisson. No lado esquerdo do ataque, Marit Lund colocou no interior da área, Cristina Prieto não conseguiu o desvio, mas o esférico sobrou para Chandra Davidson (51'), que emendou para a baliza, mas viu a bola ser intercetada, na hora H, por Barbosinha.

Aos 71', Beatriz Cameirão surgiu em boa posição e, com um remate de primeira, respondeu a uma bola servida por Chandra Davidson, mas o esférico saiu por cima.

Fosse através de jogadas rendilhadas, ou com bolas longas em busca de Cristina Prieto, o Benfica ia entrando na área do Valadares Gaia, mas sem conseguir visar a baliza com o sucesso desejado.

Já dentro dos últimos 10 minutos, dupla ocasião para as águias. Primeiro, Cristina Prieto, lançada por Andreia Norton, entrou na área, mas não conseguiu o remate (81')... pois havia sido travada por uma oponente à entrada da área. A árbitra apitou a falta, Carole Costa marcou o livre, mas Erin Seppi amarrou (82').

Cheirava a prolongamento, e dava a sensação de que apenas o Benfica queria resolver a questão nos 90 minutos regulamentares. As águias apressavam-se a tentar chegar ao ataque, com o Valadares Gaia a espreitar a contraofensiva.

Porém, nenhuma das equipas conseguiu chegar ao golo, e o jogo teve mesmo mais 30 minutos.

No prolongamento, o primeiro lance de calafrio aconteceu aos 100', quando, numa jogada de 2x1, Catarina Amado acelerou pelo corredor central, deu para Cristina Prieto, que, na hora de atirar à baliza, viu uma adversária bloquear o esférico.

Com mais bola, o Benfica continuava mais perto da baliza de Erin Seppi, mas sem conseguir ferir o Valadares Gaia. Assim, era novamente o 0-0 que o marcador mostrava ao intervalo do prolongamento.

Aos 109', um lance que serve como espelho de todo o duelo. Livre cobrado para o interior da área gaiense, o Benfica a tentar visar a baliza por mais do que uma ocasião, mas, tanto no remate de Carole Costa como no de Andreia Faria, a bola encontrou sempre uma jogadora adversária a funcionar como muro.

O cansaço e o desgaste físico já se faziam sentir, e, aos 114', ficou bem patente, com Carole Costa e Anna Gasper a terem de ser assistidas. A capitã encarnada teve mesmo de sair, sendo substituída por Rakel Engesvik (118').

Já para lá dos 120', Andreia Faria, em posição frontal, rematou, ligeiramente, por cima. O finalista da Taça de Portugal ia ser decidido nas grandes penalidades.

Anna Gasper, Andreia Faria, Christy Ucheibe e Cristina Prieto marcaram para as águias; Lena Pauels defendeu os remates de Mackenzie Cherry e de Angeline da Costa. O Benfica venceu por 2-4, e qualificou-se para a final da Taça de Portugal pelo segundo ano seguido, e vai em busca da 2.ª dobradinha consecutiva (e de mais um triplete).

No calendário das Inspiradoras segue-se, agora, o Clube Albergaria, em jogo da 21.ª jornada da Liga BPI, agendado para sábado, 3 de maio, às 15h00, no Benfica Campus.

DECLARAÇÕES

Filipa Patão (treinadora do Benfica): "Temos de olhar para nós, obviamente, mas também temos de dar o mérito e os parabéns ao Valadares, porque a verdade é que foi um adversário muito, muito competente ao longo dos dois jogos. Neste segundo jogo, continuou a criar-nos problemas com uma linha baixa e com muitas jogadoras atrás da linha da bola: chegaram a ter uma linha de seis, porque também provocámos isso, três à frente, e não é fácil entrar nesses espaços. Tivemos ainda algumas situações para fazer golo, não o fizemos. Parecia que havia sempre mais uma perna, e aí tem de se destacar a capacidade das jogadoras do Valadares, que nunca viraram a cara à luta, deram tudo dentro de campo. Nestas situações não posso deixar de dar mérito àquilo que o adversário fez, dar mérito às jogadoras do Valadares, dar mérito ao treinador do Valadares, porque foram extremamente competentes na forma como montaram estes dois jogos e na forma como nos dificultaram a vida. Às minhas jogadoras, posso dar-lhes parabéns por, também, terem continuado a lutar. Mesmo sabendo que o jogo estava difícil, não desistiram. Aqui, com algumas contrariedades ao nível físico de algumas jogadoras, que tiveram de sair de forma forçada, mas isso não é desculpa para nós, portanto temos de conseguir fazer melhor. Temos de conseguir fazer golos, mas o trabalho não era fácil, o Valadares foi mesmo muito competente. Agora temos de olhar e perceber como desmontar este tipo de blocos. Tivemos alguma dificuldade, estamos no final da época, volto a dizer, não serve de desculpa, mas temos de ter a capacidade de continuar a trabalhar da mesma forma. Não é porque já ganhámos o Campeonato que temos de baixar os níveis de concentração e temos de baixar o nível de trabalho. Isso é determinante para estes três jogos que nos faltam, neste caso dois para o Campeonato e a final da Taça de Portugal. Se queremos continuar a colocar o Benfica lá em cima, não podemos desligar por mais que estejamos a entrar na fase final da época. Por mais que o cansaço já seja acumulado de algumas jogadoras, temos de querer mais e temos de trabalhar mais e melhor."

Lena Pauels (guarda-redes do Benfica): "O Valadares fez um trabalho que foi muito duro para nós. Foram jogos difíceis. Mas estamos felizes por estarmos na final e podermos lutar por mais uma taça. Mas precisamos de melhorar, porque vimos que as equipas conseguem fazer-nos trabalhar muito. Então, precisamos de continuar a trabalhar e a lutar nos próximos jogos."