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Protagonista
Luís Monteiro, treinador da equipa feminina de andebol, contesta a ideia de facilidades na forma como se conquistou o tetracampeonato. Numa prova mais competitiva, ganhou a equipa que foi mais regular, e que continua sem derrotas na competição.
24 abril 2025, 12h35
Luís Monteiro
Apesar do semblante austero e competitivo em campo, deparei-me com uma pessoa afável, bem-humorada e sempre disposta a gracejar. Estudou a periodização tática muito antes de ela chegar ao futebol pela mão de Vítor Frade e aplicada pelo conterrâneo José Mourinho.
No Protagonista, da BTV, uma conversa fluida, agradável, em que se discutiu uma forma própria de olhar para a modalidade, para o treino e para a hegemonia do Benfica no andebol feminino.
"Falei com as jogadoras, disse-lhes o que pretendia, moldámos o plantel a essas ideias e fomos à luta"
Luís Monteiro
CUNHO PESSOAL
"Todos os treinadores têm um cunho pessoal, uma forma muito individual de olhar para o jogo e de treinar em função dessa forma de olhar para o jogo. Eu não sou diferente. O que fiz, quando cheguei, foi aproveitar muitas das coisas que estavam bem feitas – ninguém é tricampeão sem fazer as coisas bem – e introduzir coisas novas que vão mais ao encontro da minha forma de entender o jogo e de treinar. Foi isso que aconteceu, sem dramatismos, sem ruturas com um passado que foi vitorioso no Clube e trouxe ao Benfica as conquistas que têm faltado ao andebol no Clube. Falei com as jogadoras, disse-lhes o que pretendia, moldámos o plantel a essas ideias e fomos à luta. É verdade que perdemos a Supertaça, pelo caminho, mas essa derrota tem uma história diferente do resto do Campeonato."
A DEFENDER É QUE ESTÁ O GANHO
"Eu acredito muito que as defesas ganham os Campeonatos, como se costuma dizer. Foi o que mudámos, de essencial, na forma de jogar da equipa. Na forma como defendemos e, também, como atacamos, sem tanta urgência de atacar a baliza adversária. Mas jamais conseguiríamos defender como o temos feito sem as jogadoras que trouxemos e que juntámos a outras que já cá estavam. Temos uma equipa mais física, sobretudo na primeira linha, jogadoras que têm impacto na forma como defendemos, agressivas e que nos levam a ter uma média inferior a 20 golos sofridos por jogo. Isto, em princípio, dá para ganhar qualquer jogo em Portugal. Mesmo na Supertaça, que perdemos, sofremos apenas 20 golos. Ou seja, não foi pela defesa que perdemos essa competição, foi no ataque, onde não fomos tão efetivos, sobretudo na 2.ª parte."
BERA BERA
"A forma de defender da nossa equipa sentiu-se muito na pré-eliminatória de acesso à EHF Cup, com o Bera Bera, de Espanha. Uma equipa de outra realidade, de um campeonato que é mais competitivo que o nosso, onde o andebol está num patamar bem acima do nosso, especialmente no feminino. Subimos esse degrau, disputámos o acesso à segunda maior competição europeia, e dividimos sempre a eliminatória com elas. Depois de perdermos, em casa, por 2 golos, chegámos a dispor dessa vantagem em Espanha, e as jogadoras espanholas sentiram isso no jogo. Que a eliminatória não estava ganha por elas. Demos uma imagem muito boa do Benfica, do nosso andebol, e sentimos que, com um pouco mais de sorte, poderíamos ter alcançado um resultado histórico. Mas essa eliminatória disse-nos onde queremos estar, onde queremos competir. Este é o nosso lago, é aqui que queremos nadar. Mesmo que tenha sido no início da temporada, senti a equipa muito bem, fizemos dois jogos muito bons, e essa derrota na eliminatória não teve nada que ver com a derrota na Supertaça."
SUPERTAÇA PELO CANO ABAIXO
"Foi um jogo que disputámos no pavilhão da equipa que disputou a competição connosco. Foi tudo muito bizarro. O jogo decorreu depois da participação de Portugal no Europeu, ficámos sem algumas das nossas jogadoras, e de repente a final, que estava marcada para um sítio, acabou por ser remarcada para o Funchal, para o pavilhão do Madeira SAD, que disputou connosco a final. Fizemos uma 2.ª parte abaixo do nosso nível, perdemos uma competição que queríamos ganhar, mas com algumas condicionantes. Mais tarde, com a equipa completa, a treinar junta, jogámos duas vezes naquele pavilhão e ganhámos as duas vezes, até com uma certa folga. Mais tarde, depois da Supertaça, houve sempre aquele sentimento de que, se fosse hoje, teríamos do a prova. E pudemos demonstrá-lo nos dois jogos seguintes, ali mesmo, naquele pavilhão, com duas vitórias incontestadas."
"É de toda a justiça que a taça de campeão seja entregue perante os nossos adeptos. Queremos partilhar com eles a felicidade de ter conquistado o Campeonato"
RECEBER A TAÇA EM CASA
"Essa vai ser uma das novidades neste ano, recebermos a taça perante os nossos adeptos. Claro que já fomos campeões, mas esse momento será importante para os nossos adeptos. E nós jogamos para eles, por isso, é de toda a justiça que a taça de campeão seja entregue perante os nossos adeptos. Queremos partilhar com eles a felicidade de ter conquistado o Campeonato. No caso do Benfica, será o tetracampeonato, o que é importante para uma secção que retomou a sua atividade há poucos anos. Acho que não poderíamos pedir mais do que receber a taça no nosso pavilhão, com os nossos adeptos, partilhando da felicidade deles."
Bilhetes para o jogo
A MÃO NA TAÇA
"A época não acabou. Teremos de levar a competição até ao fim, com seriedade. O facto de termos a primeira equipa de modalidades de pavilhão a ser campeã pode levar à ideia de que foi fácil esta conquista. E isso é uma injustiça, para a minha equipa e para a competição, que tem equipas cada vez mais apetrechadas. O nível de jogo, em Portugal, está a crescer, os jogos são mais difíceis, mais intensos, e na construção do plantel pensámos nisso, trouxemos jogadoras com grande impacto físico. Portanto, está a ser uma época dura, em que o Benfica tem sido melhor que as outras equipas. E é esse Benfica que queremos transportar para a Taça de Portugal. Queremos a dobradinha, e, se a conquistarmos, não foi porque está fácil para o Benfica ganhar em Portugal, mas porque o Benfica foi melhor. Por muito que isso custe a muita gente, é isso que se passa. Somos a melhor equipa, num contexto de crescimento do andebol feminino em Portugal."
"Queremos a dobradinha, e, se a conquistarmos, não foi porque está fácil para o Benfica ganhar em Portugal, mas porque o Benfica foi melhor"
BENFICA IRRECUSÁVEL
"O Benfica era o único clube que me faria sair do andebol masculino para vir treinar uma equipa feminina. E não há desprimor pelo andebol feminino, que, em Portugal, tem tido um crescimento muito sustentado, como o prova o projeto do Benfica. Mas, estando a treinar, há vários anos, uma equipa histórica como o Vitória Futebol Clube, ainda por cima da minha cidade, na liga masculina, teria de haver razões muito fortes para deixar esse projeto. E não há, em Portugal, uma razão mais forte do que o Benfica. Já conhecia o projeto, conhecia a equipa e as condições que o Clube oferece às suas equipas. Portanto, assim que o Benfica me convidou, não foi difícil tomar a decisão de me juntar a um projeto que é vencedor e a um clube que é dos maiores do mundo."
AGORA É QUE SÃO ELAS
"O andebol feminino está a evoluir muito rapidamente em Portugal, e muito dessa evolução depende do Benfica, porque está a trazer adeptos aos pavilhões, está a despertar o interesse das pessoas, há mais transmissões televisivas e está a obrigar as outras equipas a ir atrás, investindo em jogadoras melhores, para tornar os seus plantéis mais competitivos. Ainda estamos longe do nível de outros países, mas estimo que os próximos anos serão importantes para encurtarmos distâncias para esses países."
Artigo publicado na edição de 25 de abril do jornal O Benfica
Texto: José Marinho
Fotos: Arquivo / SL Benfica
Última atualização: 24 de abril de 2025