"Pavilhão cheio e dar tudo para sermos campeãs"

ENTREVISTA

Concretizado o histórico apuramento para a final do Campeonato Nacional, após triunfo sobre o FC Porto na meia-final do play-off (3-0), a equipa feminina de voleibol do Benfica vai lutar pelo título frente ao SC Braga. Aos meios do Clube, a capitã Angélica Malinverno relevou a ambição das águias.

Beneficiando do fator casa numa final à melhor de 5, a experiente central brasileira enfatizou a importância do apoio dos Benfiquistas – que espera que compareçam em peso já no jogo 1, agendado para segunda-feira, 21 de abril, às 20h00, no Pavilhão n.º 2 da Luz – e detalhou o que é necessário para ser campeão nacional 5 décadas depois.

Após uma fase regular do Campeonato muita disputada, quais são as suas expetativas para esta final e o que podemos esperar da parte do Benfica para estes jogos?

Foi um campeonato longo, um campeonato com muitas dificuldades. Não tivemos um início muito bom e isso acho que colocou muitas coisas em xeque, questionaram muito a equipa, mas nós acreditamos muito em trabalho, acreditámos que a equipa podia fazer melhores jogos, podia evoluir e crescer, tanto é que conseguimos chegar aqui. A expetativa, claro, é de conquistar mais um troféu para o Benfica e de fazer o nosso melhor papel. Sabemos que temos um adversário muito qualificado, que também teve as suas dificuldades, que também teve de lutar, mas, obviamente, vamos entrar para trazer o troféu.

Enquanto capitã, como está a equipa? Qual o sentimento pela passagem à final e por poder fazer história mais uma vez?

É muito bom saber que fazemos parte da história e que podemos continuar a construí-la, trazendo um título depois de tantos anos, mas o foco é um jogo de cada vez. É à melhor de 5, há muitos jogos, eu acredito que cada jogo tem uma história, e aqui não vai ser diferente. O nosso objetivo é, no final, sairmos campeões, e para isso vamos dar tudo o que podemos.

O SC Braga será o adversário na final. Nesta época venceram todos os jogos diante deste rival. Apesar de não haver jogos iguais, o que esperam do oponente?

O SC Braga cresceu muito, fez uma grande reta final. Não acredito que os jogos que vencemos façam a diferença nesse momento. Como você disse, cada jogo tem uma história. Acredito que vão estar muito motivadas, fizeram uma série duríssima na meia-final, vão apresentar-se muito motivadas para também procurar o título, e o nosso objetivo é não as deixar alcançá-lo.

O que é que o Benfica terá de fazer para sair vitorioso nesta final?

Estudar muito o que elas têm feito de bom, conseguir entender como elas estão a jogar, adaptarmo-nos rapidamente às mudanças que podem acontecer durante o jogo. Acredito que o nosso sistema ofensivo é muito importante e fez a diferença durante toda a época, mas também sabemos que o sistema defensivo é importante. O SC Braga é uma equipa que sabe jogar, é uma equipa que sabe trabalhar a bola. Temos de ter paciência para jogar nessa situação, mas também ter agressividade para fechar os pontos.

A fase regular do Campeonato foi bastante positiva, com 18 vitórias em 22 jogos. São números que vos deixam orgulhosas...

Sim, mas garanto que essas quatro derrotas nos custaram muito. Sem elas, talvez não tivéssemos chegado aqui. O trabalho para vencer os jogos é muito importante, mas ter a cabeça para contrariar as adversidades foi muito importante.

Antes da final, eliminaram as campeãs nacionais. Qual foi o sentimento da equipa e também enquanto capitã?

Eu tenho muito orgulho no trabalho que fizemos. Claro que um jogo contra o FC Porto é sempre um clássico e há outras coisas além do vólei envolvidas. Conseguir terminar na situação de vencedoras, com 3 triunfos numa série à melhor de 5... Houve muitas conversas durante esses jogos, ouvimos algumas coisas do adversário que não foram boas e isso, de certa forma, também foi uma questão motivacional para conseguirmos fazer o nosso papel, conseguirmos fazer com que o fator casa fosse realmente nosso, e conseguirmos ganhar no Dragão mostrou a força da equipa. Isso, com certeza, levamos agora para a final.

O que podem esperar os Benfiquistas para esta final?

Podem esperar muita dedicação, muita determinação, esperamos dar tudo. Falta pouco para terminar, mas é o pouco que esperamos e almejamos durante toda a época. Contamos muito com o nosso pavilhão cheio, faz muita diferença. Com certeza, em Braga, os adeptos deles vão apoiar, e que sejamos mais fortes nisso também. Contamos muito com os nossos adeptos, com o pavilhão cheio. É bom para o voleibol, é bom para a modalidade e também é uma questão motivadora, para nós, ter tantas pessoas a apoiar-nos.

Disse que é importante sentirem esse apoio dos adeptos, em momentos bons e em momentos menos bons. Na altura de jogo, qual é mesmo a importância do apoio dos adeptos?

Sem dúvida, em horas que o jogo está apertado, o placar está apertado ou que há uma quebra no rendimento, você sente que as pessoas continuam a apoiar-te, a empurrar-te, e faz muita diferença. Houve uma situação no último jogo contra o FC Porto aqui [Pavilhão da Luz], em que estávamos atrás do placar, e os adeptos não pararam de apoiar, não pararam de incentivar. Conseguimos virar, e isso faz muita diferença. Talvez quem venha assistir não imagine que faça tanta diferença, mas sem dúvida é um apoio mais, é um jogador a mais.

Que apelo faz aos adeptos para comparecerem neste 1.º jogo em casa?

Quero muito que todos venham, que nos apoiem, que incentivem, que apoiem a equipa. É uma fase muito importante. Podem ser 3 jogos em casa, e quanto mais adeptos estiverem, melhor. Tragam as famílias, tragam os seus filhos, venham com os amigos, sejam um jogador a mais na bancada. Isso é muito importante para nós.