"Mostrar a nossa união, queremos muito seguir em frente"

ANTEVISÃO

Na conferência de Imprensa de antevisão do Juventus-Benfica, da 8.ª e última jornada da fase de liga da Liga dos Campeões, Bruno Lage destacou a união, ambição e crença de uma equipa determinada a vencer em Turim e a dar sequência à sua participação na presente edição da prova.

Nas entrevistas concedidas antes da conferência de Imprensa da véspera do encontro desta quarta-feira, 29 de janeiro, o treinador das águias apresentou a Juventus como uma equipa "muito competente" com uma "dinâmica coletiva muito forte", e assegurou que só um "Benfica forte" poderá estar à altura do objetivo de vencer a partida.

"Vamos jogar contra uma equipa muito forte e nós temos de estar no nosso melhor para vencer, que é a nossa ambição. O objetivo é fazer um grande jogo e garantir a passagem à fase seguinte", sublinhou, acrescentando: "Temos de fazer um jogo à semelhança do que temos feito ao longo destes cinco meses. Temos de encontrar essa consistência em campo, e vamos encontrá-la. Senti nos olhos dos jogadores, ao verem esta relva magnífica, que querem fazer uma grande exibição."

Revelando que o grupo de trabalho está "unido e com um foco tremendo no jogo", Bruno Lage também abordou as emoções da derradeira jornada da fase de liga da Liga dos Campeões, com todos os 18 jogos a serem disputados à mesma hora.

"A equipa deve estar concentrada naquilo que tem de fazer. E controlar aquilo que podemos controlar, que é o nosso jogo", salientou.

Queria perguntar-lhe sobre uma informação que é pública há pouco tempo, divulgada pelo [jornal] Record, que tem que ver, ainda, com a conversa na garagem. A identidade de um dos adeptos que se encontravam no local é Diogo, um dos adeptos condenados pelo apedrejamento ao autocarro. Sabia quem era?

Nós estamos aqui para falar do jogo da Champions. Marcámos uma conferência de Imprensa há dias [domingo, 26 de janeiro] para falar sobre esse assunto. Podíamos ter feito todas as questões possíveis, estávamos ali para esclarecer o assunto. O que eu não queria era trazer esse assunto para o dia de hoje [terça-feira], porque temos um jogo para preparar e ganhar. Apenas dizer isto sobre aquilo que aconteceu na noite [de sábado, 25 de janeiro]: tudo aquilo que foi dito, foi dito diante de 30 adeptos, e foi com a intenção de defender o grupo. Eu não me escondi, saí do autocarro, os adeptos estavam a chamar pelos jogadores, e fui eu que dei passos em frente para falar com os adeptos, no sentido de defender os jogadores. Eu não falei baixinho, eu falei ao tom com que a conversa estava a ser feita. Tinha de falar alto para me fazer ouvir. Usei a mesma linguagem que estava a ser usada na conversa –, uma linguagem de rua, eu uso também uma linguagem de rua. E ao meu lado, para que não fiquem dúvidas, estava toda a comitiva que tinha chegado do jogo com o Casa Pia. Eu passei a barreira dos polícias, estive em frente dos adeptos, e tinha ao meu lado o dr. Lourenço Pereira Coelho. Ligeiramente atrás de mim, tinha a minha equipa técnica, o staff do Benfica estava atrás de mim, o Ricardo Lemos também estava perto de mim nesse momento. Tinha os jogadores e o capitão a sensivelmente 20/25 metros de mim. Ninguém saiu dali. Estavam os polícias, estavam os seguranças. Num espaço de uma área de futebol, estavam mais de 100 pessoas a ouvir esta conversa. É aquilo que eu tenho para dizer sobre o assunto. Eventualmente, porque a conversa foi longa, de aproximadamente 30 minutos, não me espanta se surgirem novos áudios sobre a conversa. Estou completamente tranquilo sobre isso. Relativamente ao nome, a pessoa estava a tratar-me pelo meu nome, eu perguntei-lhe como é que ele se chamava, e ele respondeu que se chamava Diogo. Curiosamente, com o mesmo nome de um elemento da minha equipa técnica. Não sei quem é, nunca o vi, percebi que era um adepto benfiquista, e não tenho mais nada a acrescentar sobre esse assunto. Temos um jogo muito importante para preparar. Fiz uma conferência de Imprensa sobre o assunto, estive à vossa disposição para responder a todas as perguntas.

A Juventus tem a 3.ª melhor defesa da Liga italiana e tem uma das melhores defesas desta fase de liga da Liga dos Campeões. A organização defensiva do adversário italiano é um dos pontos fortes da equipa?

É uma equipa que vale pelo seu todo, tanto pelo momento defensivo como pelo momento ofensivo É uma equipa muito competente. Temos de fazer o melhor de nós. Temos mais uma oportunidade para garantir pontos que nos possam fazer seguir em frente na prova. Preparámos o jogo para vencer, ainda temos o dia de hoje e o dia de amanhã [quarta-feira] para ultimar pequenos detalhes, definir o onze, mas o que nós queremos é colocar em prática tudo o que sabemos, aquilo que já mostrámos, a qualidade dos nossos jogadores, a qualidade da nossa equipa, a competência de todos, mostrar a nossa união, mostrar a nossa determinação, porque queremos muito seguir em frente na prova.

Na defesa, visto que Álvaro Carreras está castigado, quem é que vai jogar à esquerda? Vai mudar Bah da direita para a esquerda, como diz o jornal Record de hoje [terça-feira]? Vai apostar em Beste? Pode dizer-nos exatamente como é que vai resolver este problema?

Vai jogar um jogador que esteja 100 por cento fisicamente e 100 por cento comprometido com a equipa.

Atendendo à importância do encontro para o Benfica, atendendo à dificuldade que é jogar contra a Juventus no campo da Juventus, e atendendo até mesmo ao facto de estarmos em Itália, pergunto-lhe: como é que o Benfica vai descalçar esta bota?

É olhar para aquilo que nós temos feito de bom. Também havia um registo de que o Benfica já não vencia há algum tempo o Mónaco, e a equipa foi lá, foi determinada e venceu. É o que nós temos de fazer amanhã [quarta-feira]. Nós sabemos que amanhã [quarta-feira] é o último jogo desta fase. Tivemos uma excelente oportunidade, pela exibição que fizemos e pelos quatro golos que marcámos no último jogo, de poder já ter os pontos necessários para seguir em frente. Não conseguimos, vários fatores foram determinantes para não termos conquistado pontos e estarmos já numa posição privilegiada de ter garantido. Amanhã [quarta-feira] temos essa oportunidade. Temos de fazer um grande jogo, temos de fazer uma grande exibição, é essa a nossa missão, jogar melhor que o nosso adversário, criar as oportunidades de golo, marcar os nossos golos, para podermos seguir em frente, porque temos mesmo muita vontade de fazer uma boa campanha nesta Liga dos Campeões.

Falou agora na importância deste jogo. Só uma vitória fará acontecer o que Otamendi dizia há pouco, ou seja, inverter esta situação e resolver o problema internamente? Ouvindo as palavras do capitão de equipa, arrepende-se do que aconteceu na garagem, depois de todo o ruído que criou e fazendo com que tenha de falar disto quando não queria?

Eu repito aquilo que disse na última conferência. Falei sobre determinadas situações que nós, enquanto equipa, não podemos fazer. Temos treinado muito para resolver esse assunto. É aquilo que nós temos de fazer. Os problemas resolvem-se dentro do campo. No treino, treinar, praticar, fazer crescer a equipa e, depois, mostrar no jogo o trabalho que vamos fazendo. Aquilo que eu sinto é isto. Eu sei o que tenho de fazer, eu sei que passo é que temos de dar para sermos mais consistentes. Há questões que temos de ter tempo para treinar, para fazer crescer a equipa, mas há detalhes que apenas com o treino não se resolvem, e, como eu disse, também não é de um dia para o outro que se resolvem. Demora muito trabalho, muito tempo, muita dedicação. Temos de saber fazer crescer a equipa nesse sentido, para sermos cada vez mais consistentes. Estou de consciência tranquila, aquilo que fiz foi em defesa do grupo. Ninguém saiu dali... Como eu disse, uma conversa, e estavam 100 pessoas no espaço de uma área de futebol. Eu fiz em defesa do grupo.

Abordando o assunto dos áudios, porque deu aqui novas informações que não deu no domingo...

Porque, eventualmente, não fizeram as perguntas certas...

Possivelmente, mas já agora aproveito: disse que não o surpreenderá se surgirem mais áudios. Há algum conteúdo em específico que pode surgir e aumentar a contestação dos adeptos? Também disse aqui, por exemplo, que Lourenço Pereira Coelho estava consigo, que a comitiva estava consigo – não tinha abordado isso no domingo. E, já agora, em caso de não apuramento [para a fase seguinte da Champions], vai colocar o seu lugar à disposição?

Temos um jogo para preparar e ganhar! Se você fez a viagem de Portugal para Itália para ver se eu coloco o meu lugar à disposição, perdeu a viagem. Não penso nisso. Eu penso em preparar o jogo. Sei o que tenho de fazer e sei como fazer. Já demos provas disso. Enquanto equipa técnica, e os jogadores enquanto equipa. Temos de continuar a trabalhar.

Álvaro Carreras e Andreas Schjelderup têm-se entendido muito bem nos últimos jogos. Para este desafio não há Álvaro Carreras. De que forma é que a ausência do lateral espanhol pode alterar as dinâmicas do Benfica pelo flanco esquerdo?

Não altera muito. Não alterou a dinâmica com o Álvaro [Carreras] e o Aktur [Aktürkoğlu], por isso, também não acredito que a saída do Álvaro vá alterar a nossa dinâmica. A nossa ideia, a nossa estratégia de jogo, está vincada, está preparada, e acredito que não vá alterar muito. O Álvaro [Carreras] tem feito um trabalho muito bom, tem tido uma evolução muito boa, estou muito satisfeito. Eu não conhecia o Álvaro [Carreras], fiquei realmente muito surpreendido por todo o potencial que ele apresenta. Acredito que ainda tenha muito para evoluir. A ação ofensiva no nosso primeiro golo [frente ao Barcelona], de cruzamento, é um fator em que pode crescer, evoluir, dar um contributo ainda maior à equipa. É um jovem valor, estou muito feliz pela progressão dele ao longo da época.