"Queremos seguir em frente"

ANTEVISÃO

Bruno Lage pretende ver o Benfica na sua "melhor versão de Champions" no embate com o Mónaco, nesta terça-feira, 18 de fevereiro, às 20h00, no Estádio da Luz, em jogo da 2.ª mão do play-off de acesso à fase a eliminar da Liga dos Campeões.

Deixando clara a importância do desafio e a qualidade do oponente, Bruno Lage não quer que a equipa pense na vantagem (0-1) obtida em França, como deu conta na zona de entrevistas rápidas, antes da conferência de Imprensa de antevisão do embate com o Mónaco, realizada nesta segunda-feira, 17 de fevereiro, no Benfica Campus.

"É um jogo em que não temos de pensar nessa vantagem, e muito menos nas duas vitórias contra o Mónaco. É um jogo em que temos de ser sérios, competentes, fazer o nosso trabalho, porque o nosso objetivo é seguir em frente na eliminatória", frisou.

Esperando uma noite "à Champions", Bruno Lage garantiu que "todos os atletas que treinaram estão disponíveis" para o desafio com o Mónaco, enaltecendo que, atualmente, "há mais gente a entender" aquilo que pretende: "Há mais gente também a apresentar um rendimento diferente, e podemos alternar com mais frequência."

Sobre as lesões que têm afetado a equipa, o treinador do Benfica vê tal facto como um resultado da sobrecarga competitiva, facto que "tem sido transversal a várias equipas". "No nosso caso, penso que temos feito um excelente trabalho, fruto da comunicação que existe entre nós, a equipa técnica e o departamento médico. A gestão das cargas também, no meu entender, tem sido bem feita. Agora surgiram três lesões que são traumáticas, com que nós temos sempre de contar, mas com que não estávamos a contar, que é a situação do Manu, do Bah e do Fredrik [Aursnes]", disse.

Tendo em conta que o Benfica está em vantagem nesta eliminatória, que tipo de Mónaco é que espera nos primeiros minutos? Mais ofensivo?

Mais importante do que "que tipo de Mónaco" é que tipo de Benfica. É um Benfica que não pode pensar nas duas vitórias anteriores com o Mónaco, nem em jogar em função do resultado, por isso, a nossa determinação tem de ser fazer um grande jogo, estarmos na nossa melhor versão, na nossa melhor versão de Champions, e fazer um resultado que nos permita seguir em frente na prova. É esse o nosso objetivo, e seria muito importante, quer para nós, porque seguiríamos em frente, quer para o Clube, pelo prestígio internacional.

Antes do jogo com o Santa Clara disse que existiam alguns jogadores que iam jogar no limite. Quem eram esses jogadores?

No limite... do facto de não termos o tempo mínimo de recuperação entre os jogos. A partir do momento em que você não tem esse tempo limite de recuperação entre os jogos... já jogar é um risco para qualquer jogador. Qualquer jogador se pode lesionar, não havendo esse tempo de recuperação, qualquer jogador, seja do Benfica, de outra equipa qualquer, nacional ou internacional, está numa situação em que pode, por fadiga, por excesso de jogos, por acumulação de carga, estar sujeito a isso. Mas não vou especificar, não vou dizer nada em concreto sobre isso.

Hoje não traz o seu caderno, mas pergunto-lhe se numa dessas páginas do seu caderno – com tantas competições que o Benfica tem, e continua a estar em todas, na verdade – definiu qual é que é a competição a que vai dar mais prioridade, uma vez que tem muitos lesionados já no plantel.

Nós não podemos pensar nisso dessa forma. Independentemente de trazer o caderno ou não, há um caderno que fala mais alto que o meu caderno, que é o caderno desde 1904, que nos diz que o Benfica tem de dar sempre uma boa resposta a cada momento, e o momento é de Liga dos Campeões, e nós temos de apresentar o melhor onze para seguir em frente na prova.

Tomás Araújo já está em condições plenas para ser utilizado? E, nesse sentido também, no esquema tático que utilizou no último jogo com o Santa Clara, um esquema tático diferente, pelo menos no posicionamento de alguns jogadores, é para o repetir neste jogo com o Mónaco, ou não?

O Tomás [Araújo] está disponível para o jogo, treinou com a equipa. Nós já tínhamos repetido aquele sistema tático muitas mais vezes no passado. Por isso, podemos repeti-lo a qualquer momento, porque já o repetimos várias vezes em jogos desde o início, desde que cá estamos, inclusive até com o Santa Clara, quando jogámos a Taça da Liga em casa.

Bem sei que estamos aqui a fazer a antevisão da Liga dos Campeões, mas na última jornada o Benfica voltou a ficar dependente apenas de si próprio para chegar à liderança do Campeonato. Esse panorama veio dar-lhe razão quando num momento mais delicado disse que era a solução e que ia conseguir dar a volta a uma situação mais complicada na altura?

O mais importante é isso que você acabou de dizer: nós estamos dependentes de nós, mas o foco, total, é para o jogo de amanhã [terça-feira].

Queria perguntar-lhe acerca do plano que tem para o Prestianni, uma vez que o jogador não foi convocado na última jornada, nem para a equipa A, nem para a equipa B. Bruno Lage preferiu usar Dahl como médio-esquerdo. Qual é o plano que se mantém para o jogador a longo e médio prazo? Uma vez que o Benfica tem algumas ausências para este jogo – uma escassez de médios, nomeadamente sem Aursnes, Florentino, Manu e também Renato Sanches –, é quase certo que Barreiro e Kökcü jogarão lado a lado. Quem é que se juntará a essa dupla?

Amanhã [terça-feira], vou informar os jogadores sobre o onze, por isso, sobre isso, não vou responder agora. Acabámos de ter aqui um jogador com 24 anos que falou sobre o plano dele: que o jogo defensivo dele se iguale ao ofensivo. Palavras dele, certo? É o que tenho. Tenho um plano para toda a gente, tenho um também para o Prestianni. Agora, temos imensos jogadores, não podemos fazer tudo ao mesmo tempo. Temos um plano também para o Schjelderup, neste momento está a jogar. O Benfica contratou um jovem talentoso, de 18 anos. Não foi para um ano, foi para quatro ou cinco anos, temos esse espaço no tempo. Temos todos é de ter paciência, porque, na linha do Prestianni, por exemplo, você podia-me fazer a mesma pergunta sobre três meninos – que já são homens – da nossa academia: Leandro [Santos], João Rego e Nuno Félix. Por isso, todos eles estão disponíveis para poder jogar, incluindo o Prestianni, e todos eles têm um plano.

Quero perguntar sobre o registo ofensivo do Benfica. Porque, se ganhar amanhã [terça-feira], vai igualar o melhor registo nesta segunda vez que está no Benfica. Se ganhar amanhã, fica com seis vitórias consecutivas, mas as últimas quatro também foram pela margem mínima. Bruno Lage foi um treinador que habituou os Benfiquistas a muitos golos, na sua primeira passagem no Benfica. O que é que tem faltado nestes últimos jogos, e também o que é que tem feito nos treinos para que o Benfica consiga marcar mais golos?

O mais importante é nós criarmos as oportunidades de golo, isso é que tem de ser o nosso trabalho, continuar a dar motivação a todos os nossos jogadores e a tranquilidade necessária. Fazermos para a equipa, e é o que nós temos vindo a fazer, aquilo que fizemos com o Pavlidis, e as coisas com naturalidade vão acontecer. Do que nós não podemos abdicar é de continuar a trabalhar.

Há coisas que se controlam e, depois, há as coisas que não se controlam. Onde estava, quando sentimos o sismo, antes de vir falar [à Imprensa], e o que lhe passou pela cabeça?

Se eu lhe disser o que disse ao [Ricardo] Lemos... Estávamos a subir as escadas, e temos uma porta de vidro. Ouvi o barulho e disse-lhe: 'Olha, temos de mandar arranjar a porta de vidro, que já está a fazer muito barulho...' Só quando cheguei aqui é que percebi o que é que tinha acontecido. Boa pergunta, é para acabar, não é [risos]?

Já deu aqui a notícia de que Tomás Araujo está disponível. António Silva acabou [o último jogo] com algumas queixas. Tomás Araújo vai jogar no eixo da defesa, ou encostado à direita? António Silva está disponível? Relativamente à situação de Aursnes: havia indicações de que ele pudesse estar a recuperar muito bem e que pudesse ser opção para amanhã [terça-feira]. Será?

Nós temos o departamento médico a trabalhar, nas próximas 24 horas, sobre isso, para termos os jogadores disponíveis, e para depois podermos decidir. Não vejo que haja grande preocupação com o António [Silva] e com o Tomás [Araújo], acho que podem estar disponíveis para o jogo, porque estiveram no treino.

Já falou, logo ao início, de que tipo de Benfica é preciso. Curiosamente, o Benfica tem sido mais forte fora de casa do que em casa, onde em quatro jogos só ganhou um. Isso também é um sinal de alguma preocupação ou de algum aviso para esta eliminatória, para esta 2.ª mão?

Isto é o futebol. A sua pergunta faz-me recordar a pergunta aqui de uma colega sua quando jogámos o primeiro jogo fora [nesta época 2024/25], com o Estrela Vermelha, que eu, enquanto treinador do Sport Lisboa e Benfica, não tinha vitórias fora na Liga dos Campeões. Agora, oito jogos depois, estamos com o inverso. É futebol. O que é importante é amanhã [terça-feira] estarmos concentrados, focados e determinados em fazer um grande jogo e seguir em frente na prova.

O Benfica e também o Sporting são, entre as equipas que passaram ao play-off da Liga dos Campeões, das mais sobrecarregadas da Europa em termos de jogos. São também duas equipas que estão a ser altamente fustigadas por lesões neste momento. Pergunto-lhe se isto é uma mera infelicidade ou se há uma relação de causa-efeito nesta sobrecarga com as lesões.

Acho que tem sido transversal. Olhe, há pouco, na flash à Sport TV, disse que o Fabrizio Romano [jornalista italiano], entre janeiro e fevereiro, tem apresentado mais lesões do que novas contratações, por isso, tem sido uma coisa transversal.