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07 janeiro 2025, 13h55

Bruno Lage

Bruno Lage

ANTEVISÃO

É com o firme propósito de avançar para a final da Taça da Liga que o Benfica se vai apresentar no Estádio Municipal de Leiria – Dr. Magalhães Pessoa para enfrentar o SC Braga, na meia-final da competição, às 19h45 desta quarta-feira, 8 de janeiro.

Na conferência de Imprensa de antevisão do duelo, no Benfica Campus, o treinador Bruno Lage apontou à concretização desse objetivo, perspetivando um "grande jogo".

Analisando o momento atual da equipa, o técnico garantiu "uma determinação enorme" para este embate, de forma a ultrapassar o emblema minhoto. "Só há um caminho, é vencer, vencer, vencer", referiu Bruno Lage, que abordou também o posicionamento do Clube no mercado.

Bruno Lage

Por ser um jogo a eliminar, acha que este jogo, a nível tático, poderá ser diferente, tendo em conta o jogo de sábado passado [para a Liga Betclic]?

Eventualmente, não será muito diferente, mas, com certeza, de um e de outro lado, vão querer surpresas em posicionamentos, em formas de pressionar. Por isso, perspetiva-se um grande jogo, trata-se de uma meia-final, e nós, porque é a natureza do Clube e pelo facto de estarmos dois jogos sem vencer... leva-nos com uma determinação enorme para o jogo e para vencer um título que o Benfica não vence desde 2016. Por isso, vamos com enorme motivação para vencer o jogo de amanhã [quarta-feira, 8 de janeiro], fazer um grande jogo para estarmos presentes na final.

Disse, ainda há pouco, que o Benfica não ganha este troféu há muitos anos. Para uma equipa como o Benfica, nove anos sem conquistar um troféu [Taça da Liga] em Portugal são muito anos? Depois, noutra perspetiva, na última conferência de Imprensa disse que a questão da ausência dos golos não era só dos avançados, mas era de toda a equipa. Aktürkoğlu foi um jogador que, no início da época, deu esses golos à equipa. Tem vindo a cair nos últimos jogos. Como é que explica esta quebra de rendimento deste jogador?

O que eu disse foi que a responsabilidade de marcar golos vem de toda a equipa, não apenas dos avançados. A forma como nós queremos jogar e a responsabilidade de marcar golos vem de todos nós, isso que fique bem claro. Há algo que é importante referir nesta altura e que vai um pouco ao encontro daquilo que você me perguntou. Quando nós entrámos – e entrámos sem margem de erro, não tínhamos margem de erro –, nos primeiros jogos, fomos ao encontro de uma equipa que nos deu garantias e fizemos realmente um período muito bom de boas exibições. É um facto que... não havia essa margem de erro, quer no Campeonato – porque tínhamos cinco pontos de desvantagem –, quer na Liga dos Campeões – porque é, de facto, uma competição muito importante para o Clube, quer em termos de prestígio internacional, como em termos de prestígio financeiro –, quer também a eliminatória da Taça de Portugal, da Taça da Liga, enfim... Durante esses quatro meses, não tínhamos essa margem de erro e tínhamos a ambição de nos aproximarmos do 1.º lugar [da Liga Betclic]... Eu senti que estava muito mais confiante com determinados jogadores pela forma como estávamos a render, pela forma como eles se estavam a ligar para jogar. E a jogar consecutivamente, e de três em três dias, sentimos que nos últimos dois jogos alguns jogadores, eventualmente, baixaram um pouco de forma. Esse é um pouco o facto. Também já sei que vocês vão perguntar: 'Sim, é verdade, mas no primeiro dia, ou nos primeiros dias, você disse que contava com todos.' É um facto, eu conto com todos, não abandono ninguém, nunca abandonei ninguém. Mas, para trabalhar comigo, os jogadores têm de andar no limite, têm de sentir que, tecnicamente, taticamente, fisicamente e emocionalmente, estão preparados para trabalhar comigo e estão preparados para jogar a este nível e corresponder em função do rendimento.

Bruno Lage

"Vamos com enorme motivação para vencer o jogo e estarmos presentes na final"

Bruno Lage

Falou a seguir ao jogo com o Braga que um dos problemas era a falta de concretização. Presumo que tenha ensaiado naturalmente exercícios para que isso não volte a acontecer. Mas também houve outro problema, que é o caso das primeiras partes, não só no jogo com o Sporting, mas notoriamente, e de acordo com a sua opinião, com o Braga. Nesse aspeto das primeiras partes, que trabalho pôde fazer nestes dias para que isso não volte a acontecer amanhã [quarta-feira] com o Braga?

O mais importante é nós olharmos para o jogo, perceber o que aconteceu no jogo e prepararmos da melhor forma possível o jogo. Há situações de jogo que temos de fazer melhor, tenho dito isso ao longo do tempo, estão perfeitamente identificadas, os jogadores têm trabalhado muito e nós vamos ter de dar essa resposta de entrar forte nos jogos, fortes a pressionar e ter um maior controlo do jogo com bola. Essa é a nossa preocupação, mas, muito mais do que isso, é a exigência que nós temos de ter de ganhar, porque essa é a exigência de quem representa este Clube.

Disse há pouco que não abandona nenhum jogador, mas que têm de trabalhar no limite. Refere-se a alguém em específico? E, se não vencer amanhã [quarta-feira], passará a ser um problema, ou continua a ser uma solução para o Benfica?

Não, não, não, não é referência a nada. É referência daquilo que nós vamos falando nos últimos quatro meses. Repito aquilo que disse: senti que não tínhamos margem no Campeonato, na Liga dos Campeões, na Taça da Liga, na Taça de Portugal, e, na primeira fase, como aqui disse várias vezes, esse era o primeiro passo. Passámos a jogar muito bem, já jogámos futebol de enorme qualidade, conseguimos o 1.º lugar. Até aqui, fomos competentes. Quando chegámos ao 1.º lugar, e nos dois jogos seguintes não fomos competentes e perdemos essa posição. Por isso, eu tive de me agarrar àqueles jogadores que eu sentia que, em função do tempo que iam tendo, e do rendimento e do facto de jogarem em equipa e terem dinâmicas em equipa, me davam mais garantias. Por isso, é apenas referir essa situação, que foram jogadores mais utilizados devido a essa situação. Primeira fase, cumprimos, chegámos à 1.ª posição; depois de estarmos em 1.º lugar, infelizmente não cumprimos. Tenho total confiança em mim, nos jogadores que estão comigo, porque, durante um bom período, jogámos futebol de enorme qualidade. Por isso, é nós percebermos o que é que está a acontecer, trabalhar em cima disso, continuar a dar motivação e confiança aos jogadores, ter a enorme responsabilidade que significa estar à frente desta equipa, fazer as pessoas acreditar, quer os nossos adeptos, quer os nossos jogadores, que temos todas as condições para voltar a jogar o futebol que já jogámos nesta época.

Bruno Lage

"Só há um caminho, é vencer, vencer, vencer"

Ontem [segunda-feira, 6 de janeiro], A Bola titulava "Benfica em estado de alerta" e o Record "Lage debaixo de fogo". Pergunto-lhe se se sente debaixo de fogo depois dos dois últimos resultados, e se falou com alguém da Direção, se recebeu algum reparo por algo que não esteja a correr como era esperado por parte da Direção.

Qualquer treinador do Benfica que não vence dois jogos está sob enorme pressão, porque esta é a nossa exigência. Entrei nesta casa há 20 anos, tenho quase 100 jogos enquanto treinador principal desta equipa, conheço muito bem a exigência do Benfica. Nós ganhamos por cinco, temos de ganhar por sete, e quando ganhamos por um já não é suficiente. E, quando se perdem dois jogos, a pressão e a crítica aumentam. Não é o Bruno Lage, é outro treinador qualquer, é assim, isto faz parte da história, da natureza, é a exigência do Clube, dos nossos adeptos. Por isso, é normal isso. Nós temos é de ter a capacidade de continuar a trabalhar, de continuar a acreditar e fazer as pessoas acreditar. Isso é fundamental para o nosso trabalho, porque só há um caminho, é vencer, vencer, vencer. Vencer com qualidade, vencer com muitos golos. Está enraizado e nós temos vivido isso, por isso qualquer treinador do Benfica que perde dois jogos está sujeito a essa pressão, porque essa pressão vem da nossa natureza. Falo diariamente com o Presidente.

Nessa ausência de margem de erro que disse que não tinha desde que veio para cá, até àquilo que os jogadores não dão e que Bruno Lage esperava que alguns dessem, que importância acrescida tem esta Taça da Liga neste momento de alguma instabilidade da equipa do Benfica?

Não, vencer no Benfica é que é a estabilidade. E, mesmo assim, é vencer e vencer com qualidade. Por isso, a nossa conversa com os jogadores foi de olharmos para aquilo que fizemos no último jogo, olhar, perceber, mas também não estar muito tempo focado naquilo que aconteceu, mas sim preocupado é com o jogo seguinte. Não podemos muito, quer a ganhar, quer a perder... não podemos olhar muito para trás, é olhar é para a frente e o caminho é já amanhã [quarta-feira]. Vencer, fazer um grande jogo, vencer, vencer com qualidade, estarem todos os jogadores disponíveis, com energia para fazermos um grande jogo, porque só assim eu, enquanto treinador, e os jogadores acreditamos no trabalho que vamos fazendo e fazemos as pessoas acreditar que nós somos soluções para fazer a equipa jogar e vencer títulos.

Bruno Lage

Por um lado, na última conferência da Imprensa, ou há uns dias, disse que a solução para a saída de Kaboré estaria dentro, que era o seu mercado, o mercado do Benfica: Leandro Santos. A verdade é que acabou o último jogo, diante do Braga, com outro Leandro a lateral-direito, Leandro Barreiro, ao fazer uma posição muito semelhante a isso. A decisão [de fixar] Leandro Santos já é definitiva, ou o Benfica ainda está no mercado a ver o que é que pode acontecer, como é o caso das notícias que têm surgido sobre Alberto, do Vitória SC? Interessa-lhe, realmente houve uma proposta do Benfica? Depois, por outro lado, esses jogadores que dão menos garantias do que os outros, pelo que disse há pouco numa das últimas respostas, se nesse lote estão jogadores como Prestianni, Rollheiser, ou Schjelderup, que têm exigido mais minutos, pelo que se tem dito, mas não os têm tido assim tanto, pelo menos os que querem...

Não, eu reforço... Se ficou mal explícito, eu repito. Aquilo que disse foi que, quando cheguei – e a forma como reestruturei e organizei a equipa, porque alguns jogadores jogavam em posições diferentes daquelas em que neste momento jogam comigo; alguns não jogavam –, eu senti que jogávamos com qualidade, e, em função de não haver margem, quer no Campeonato Nacional, quer nas Taças, quer na Liga dos Campeões, senti que aqueles jogadores, pelo jogo que íamos jogando, não havia tanta necessidade de alterar, porque davam confiança para continuar com este registo. Foi isso que eu disse. Sobre os jogadores menos utilizados, aquilo que eles têm de fazer é, a cada momento, a cada oportunidade, terem o rendimento que eu exijo, que o Clube exige e que, fundamentalmente, jogar no Benfica exige. Sobre o mercado, aquilo que eu lhe posso dizer, e você sabe: o Benfica, como grande clube que é, está sempre atento ao mercado, quer para reforçar a equipa, assim como numa eventual saída de algum jogador. Isso vocês vão perguntar a seguir, de certeza, sobre um ou outro nome... O que é que pode acontecer? É nós ouvirmos propostas, analisarmos o rendimento do jogador, analisarmos aquilo que é o melhor, quer para o jogador, quer para a equipa, quer para o futuro do Benfica, por isso vai ser sempre em função destas coisas que eu acabei de referir.

Texto: Redação
Fotos: Victória Ribeiro / SL Benfica
Última atualização: 7 de janeiro de 2025

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