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Futebol
10 janeiro 2025, 13h51
Bruno Lage
O treinador asseverou que a final foi bem preparada. "Estamos prontos para fazer um bom jogo e vencer", afirmou, com a ambição de ser superior ao rival.
"Preparámo-nos muito bem para, durante 90 minutos, fazer aquilo que nos compete: jogar bem, sermos agressivos, sermos fortes na pressão, e, quando estivermos no nosso melhor, quando tivermos as nossas oportunidades, marcar os golos", sublinhou.
Este pode ser o seu primeiro troféu da Taça da Liga, é a sua primeira final nesta competição. Peço-lhe as suas expectativas para este dérbi. O que é que pode fazer a diferença neste tipo de jogo para conquistarem o troféu?
As nossas expectativas são as melhores. Nós queremos vencer, preparámos bem o jogo, tecnicamente, taticamente, estrategicamente e emocionalmente, como acabou de referir o Nico [Otamendi]. Por isso, estamos prontos para fazer um bom jogo e vencer. Aquilo que é o mais importante é amanhã [sábado, 11 de janeiro] nós jogarmos a final e podermos alterar o número de Taças da Liga conquistadas pelo Benfica.
Há alguma vantagem psicológica por parte do Sporting, por ter vencido recentemente o jogo contra o Benfica? Desse jogo, que conclusões tirou para esta partida sobre o que tem de mudar?
Não, não existe, porque, se assim fosse, poderia também ter essa mesma resposta sobre o jogo com o Braga, e foram dois jogos consecutivos. Por isso, não acredito nesse tipo de vantagens. Acredito, sim, é em ter a mentalidade certa para nós fazermos um bom jogo, e é para isso que temos de estar preparados. E preparámo-nos muito bem para, amanhã [sábado], durante 90 minutos, fazer aquilo que nos compete: jogar bem, sermos agressivos, sermos fortes na pressão, e, quando estivermos no nosso melhor, quando tivermos as nossas oportunidades, marcar os golos.
"Preparámo-nos muito bem para fazer aquilo que nos compete: jogar bem, sermos agressivos, sermos fortes na pressão, e, quando estivermos no nosso melhor, quando tivermos as nossas oportunidades, marcar os golos"
Bruno Lage
Tem dito muitas vezes que os jogadores têm de ter a mentalidade certa para jogar no Benfica, têm de aprender a jogar à Benfica e têm de estar no limite consigo. Rollheiser é um desses jogadores? Não tem aparecido nos jogos, na última partida nem sequer esteve na ficha de jogo. Há outra justificação para ele não ter tido tantas oportunidades nos últimos tempos?
Falou do Rollheiser, pode falar do Prestianni, pode falar do Adrian [Bajrami], do [João] Rego, enfim... Temos um conjunto de jogadores que, neste momento, também não estão a ser solução. Aquilo que eu quero é que os jogadores tenham a preparação que eu acho que é indicada para todos, inclusive até mesmo para o capitão. Prepararem-se bem técnico-taticamente, perceberem bem a estratégia e emocionalmente estarem preparados para jogar, para jogar no Benfica, para jogar numa equipa que quer vencer troféus e numa equipa que, muitas das vezes, só tem dois dias de intervalo entre os jogos. Depois da final, temos um jogo três dias a seguir, ou seja, com domingo, segunda... na terça-feira temos de estar outra vez a top para vencer o Farense e para prosseguir na Taça de Portugal. Por isso, é com tempo que leva, e nós temos tido esse tempo. Temos de olhar para exemplos como este homem que estava aqui ao meu lado [Otamendi], que é capitão, que já tem no currículo dele várias finais... Outros jogadores ainda não têm essa final. Aquilo que eu quero é para todos os jogadores – e nós estamos cá para ser exigentes com eles, com todos –, é estarem sempre dispostos para jogar. Temos um plantel com variadíssimas opções. Neste momento, sobre a questão em particular, foi uma questão mais de opção, sentirmos que temos Renato [Sanches] mais próximo daquilo que nós achamos ideal. O Renato teve três/quatro/cinco jogos pronto, preparado, fazia Instagram's, como vocês mencionaram aqui, de que estava pronto e preparado, e teve três/quatro jogos até eu perceber que estava no ponto em que pode ser útil à equipa. Por isso, independentemente do jogador, eles têm de estar no ponto de serem opção para estar na convocatória, de serem opção para estar no onze, estarem prontos no banco para entrar, e a seguir ao jogo começa uma nova vida para toda a gente. E toda a gente tem de continuar a trabalhar, para se mostrarem disponíveis para corresponder às minhas expectativas e à exigência do Clube, que vem de onde? Vem da força e da exigência dos adeptos, porque jogar no Benfica é isto mesmo. De dois em dois dias, independentemente do que acontece, vamos ter de estar sempre prontos para dar uma resposta.
Falou no facto de o Benfica jogar de dois em dois dias. A seguir ao jogo com o Braga, da Taça da Liga, disse que tinha apenas dois dias de preparação, menos um do que o Sporting. Disse também que não havia desculpas para esta final. Estes dois dias de preparação, menos um do que o Sporting teve, podem ter algum peso em possíveis alterações no onze inicial? Pode ter de gerir este cansaço físico dos jogadores?
Sim, aproveito até mesmo para esclarecer esta situação. Eu não disse que o nosso adversário tinha vantagem, nem nós desvantagem, sobre esse assunto. Aquilo que eu disse é que sendo uma competição... Uma coisa é nós termos várias competições e o calendário ser apertado, e nós termos essa sequência de jogos de dois em dois dias. Mas, numa competição em que se fazem duas meias-finais, eventualmente, na minha opinião, independentemente de quem chegue à final, no mínimo, três dias entre os jogos devia existir. É a minha opinião, não vou dizer que o nosso adversário tem, ou não, vantagem sobre nós. Esse é um ponto. Depois, é a gestão do nosso plantel. É o que acabei de referir. Numa primeira fase, e vou voltar a repetir – e esta será seguramente a última vez que vou falar sobre isto –, tínhamos objetivos muito concretos: reorganizar a equipa, perceber que contributo podíamos tirar de cada jogador nas posições e criar a dinâmica e o futebol ofensivo que nós pretendíamos. Neste momento, temos de ter a capacidade, eu e os jogadores, dessa consistência. Independentemente das alterações táticas que possa ter e criar, eles têm de continuar a oferecer a dinâmica ofensiva que nós fomos criando nestes quatro meses, com muitos jogos e também com muito pouco tempo de treino. Os jogadores têm estado disponíveis para aprender, para fazer crescer a nossa forma de jogar. Há situações que ainda não controlamos da maneira como gostávamos, vamos ter de continuar a trabalhar. Aquilo que eu quero é, independentemente do jogador que entre a titular, ou que saia do banco, que a dinâmica que nós criamos em termos ofensivos não se perca, que a nossa organização defensiva e a nossa atitude, e a forma como podemos pressionar independentemente do jogo, esteja sempre do primeiro ao último minuto.
Costuma dizer-se que é muito mais fácil trabalhar em cima de vitórias do que de derrotas. Sentiu alguma diferença no estado anímico da equipa nestes dois dias depois da vitória sobre o Braga? E amanhã [sábado] é o seu 100.º jogo como treinador do Benfica. O que é que isso simboliza? Torna o jogo ainda mais especial?
É especial é por ser uma final, e aquilo que mais queremos nas nossas carreiras é conquistar títulos. É especial por isso. Sobre a primeira pergunta, vou dizer aquilo que disse na conferência após o último jogo com o Braga: nós não temos tempo para olhar para o último jogo. Olhar para o jogo e a seguir o nosso foco e a nossa atenção tem de ser já no jogo seguinte, porque se olharmos muito para aquilo que foi a derrota no último jogo, não vamos estar preparados para o jogo seguinte. Se olharmos também muito para aquilo que foi vencer o jogo, não vamos estar preparados para o jogo seguinte. Por isso, a nossa forma de estar é fazer uma análise concreta, real, passá-la aos jogadores, perceber o que temos de fazer melhor no próximo jogo e exigir que isso seja feito em campo.
"Aquilo que mais queremos nas nossas carreiras é conquistar títulos. É especial por isso"
Com a exibição que fez diante do Braga, Schjelderup conquistou a titularidade para amanhã [sábado]?
Todos eles estão disponíveis e prontos para jogar a final de amanhã [sábado], todos eles. Aquilo que eu quero é exatamente isso, que nesta segunda fase – com aquilo que nós fizemos de reorganizar a equipa, de ter o futebol ofensivo – tenhamos a capacidade de ser consistentes, e, independentemente das alterações que se possam fazer no onze, nós não perdermos a dinâmica ofensiva que temos. Por isso, esse é o principal objetivo e estar toda a gente disponível para jogar.
No último jogo apostou em Schjelderup, e ele foi um dos melhores do Benfica. Era um jogador apontado à saída neste mercado. Vai ficar? Vai ser titular nesta final? Teme que o Benfica volte àquele Benfica dos jogos com o SC Braga e com o Sporting no Campeonato? Dá a sensação de que o Benfica vai do 8 ao 80 com muita facilidade.
Começo pela última pergunta. A consistência, que queremos, e há uma coisa que é fundamental, e acho que isso foi visível no jogo: a equipa tem qualidade para jogar bem e a equipa sabe jogar bem sob pressão. Sobre o Andreas [Schjelderup], ficámos muito satisfeitos com o rendimento dele, e mais: sinto que tem uma oportunidade muito boa em que pode fazer golo, acho que seria um momento também muito importante para ele. Correspondeu o Andreas, como correspondeu o Leandro quando tem entrado, enfim... Há um determinado número de jogadores que vai tendo oportunidades, e, à medida que vão tendo as oportunidades, têm de justificar que podem jogar, quer a titular, quer a sair do banco. Essa tem de ser a nossa responsabilidade. Não sei quem apontava a saída do jogador. Neste momento, de mercado, ainda não falámos sobre saídas. Aquilo que eu quero é que os jogadores estejam concentrados naquilo que são as suas tarefas e funções enquanto atletas, mas aproveito a sua questão para aquilo que é o mercado de janeiro. Muitas das vezes, os jogadores – não estou a falar de ninguém em concreto, mas vou falar no geral – desistem de lutar por uma posição. Hoje em dia, querem que aconteça tudo e muito rápido. Há uns tempos, há 20 ou 30 anos, as coisas aconteciam mais devagar. Quando as oportunidades apareciam, apareciam. Os jogadores tinham mais paciência, os seus agentes tinham mais paciência para lutar contra a adversidade. Aquilo que eu acho é que, se nós educarmos estes miúdos novos – quer os que vêm de fora, contratados com 17, 18 ou 19 anos, ou até mesmo os nossos... À primeira dificuldade na vida, eles vão sair daqui e vão para outro lado, e, quando chegarem a outro lado, na mesma janela de mercado, vão fazer a mesma coisa: não estão a jogar, ou é porque o A, ou porque o B, ou porque o C... Esquecem-se de olhar para aquilo que podem fazer a cada momento. Por isso, eu, enquanto treinador, nunca fujo a desafios, nunca fujo aqui a questões difíceis. Estamos cá, temos de corresponder, esta é a exigência de clube grande. Temos de estar aqui para ajudar toda a gente a adaptar-se, a vir de grandeza de clubes para a grandeza e exigência do que é jogar no Benfica, do que é jogar de três em três dias e do que é corresponder a todos os momentos. Faltou responder a alguma pergunta? [Se teme que o Benfica passe do 8 ao 80 com muita facilidade] É a consistência.