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01 outubro 2024, 17h17

Bruno Lage

Bruno Lage

ANTEVISÃO

Uma "ambição enorme de vencer" e a "melhor versão dos atletas" é o que o técnico Bruno Lage pretende ver da sua equipa no encontro desta quarta-feira, 2 de outubro, quando o Benfica receber o Atlético de Madrid, em jogo da 2.ª jornada da fase de liga da Liga dos Campeões, agendado para as 20h00, no Estádio da Luz.

O treinador das águias reforçou a ideia de "jogar para ganhar", mesmo sabendo que pela frente está "uma grande equipa", entre a conferência de Imprensa e as entrevistas rápidas concedidas à BTV e à Sport TV. "Espero um bom jogo de Champions e que seja uma noite à Benfica, daquelas antigas, com uma grande equipa do nosso lado. Espero a melhor versão de cada jogador e uma ambição enorme de vencer", começou por adiantar.

Bruno Lage admitiu ainda que "apenas" tem uma dúvida para o confronto com os espanhóis no que concerne à equipa a apresentar, algo motivado pela vontade de "tirar partido das características" dos jogadores que tem à sua disposição, e que fez questão de elogiar. "Temos um plantel muito bom, competitivo, com jogadores em várias posições que nos podem dar situações diferentes. Sinto que já não tenho muitas dúvidas. A única dúvida que tenho é se coloco Di María na direita ou na esquerda, pois é um jogador que, no um contra um, é muito forte, e nós temos de tirar partido dessas situações. Temos de perceber muito bem o que fazer como equipa", revelou, acrescentando: "A nossa ambição nunca deve faltar. Queremos vencer o jogo e somar mais três pontos. Temos de nos focar no jogo, que a ambição de ganhar o jogo não nos falte. Não pode faltar, nem vai faltar."

O facto de as águias terem obtido cinco golos de bola parada, dos 14 tentos apontados nos quatro jogos disputados sob o comando técnico de Bruno Lage, também foi abordando em declarações à BTV. "Temos feito golos na bola parada, a equipa tem feito um trabalho fantástico. Temos tido a capacidade para tirar partido das características dos nossos jogadores, quer da forma como cruzam, quer das posições em que chegam para a zona de finalização. O mais importante é sentirmo-nos confiantes e preparados", frisou.

Bruno Lage

Se quisermos traçar uma comparação do ponto de vista da experiência, o Benfica está numa fase de aquisição de rotinas, enquanto o Atlético de Madrid é uma das equipas mais solidificadas a nível europeu. Qual é a melhor forma de, na prática, no relvado, diluir esta diferença?

É isso mesmo, é provar no relvado. Três coisas que são fundamentais: sermos uma equipa, ter a melhor versão de cada um dos nossos atletas em campo e com uma ambição enorme de vencer. Essas três coisas são fundamentais para amanhã [quarta-feira, 2 de outubro].

Desde que chegou, foram quatro vitórias, duas reviravoltas e três goleadas, mas creio que disse, há duas conferências de Imprensa, que o Benfica ainda não tinha feito nada de especial. Vencer amanhã [quarta-feira, 2 de outubro] o Atlético de Madrid na Luz seria esse algo de especial? Este é o adversário que pode, de alguma forma, mostrar o seu trabalho, aquilo que tem feito no Benfica, mostrar também alguma fragilidade que possa existir? Este é o maior teste desde que regressou ao Benfica?

Testes têm sido todos, porque, neste momento, não há margem de erro em nenhuma das competições em que estamos inseridos. Isso não implica não reconhecer que, realmente, o Atlético de Madrid é uma grande equipa, com o historial de ter mantido o treinador durante 13/14 anos, com duas contratações na Premier League, de jogadores como o Gallagher, do Chelsea, e o ponta de lança do Manchester City [Julián Alvarez]. Isso, por si só, revela o potencial do clube e também da equipa. Para nós, para o grupo, o que quero é que os jogadores mantenham o sentido coletivo, a mesma ambição de vencer, e é isso que queremos: somar os três pontos. Para o grupo, seria algo especial juntar mais uma vitória às quatro que fizemos, mas, para a dimensão do Benfica, continuava tudo na mesma, porque o Benfica já fez muitas mais vitórias e conquistas do que apenas vencer o jogo de amanhã [quarta-feira], por isso temos de fazer esse crescimento de uma forma sustentada, e o mais importante – independentemente de quem seja, de jogar em casa ou fora, e, neste caso, o Estádio da Luz vai estar cheio para nos apoiar – é entrarmos com a ambição de vencer, e isso nunca nos pode faltar.

Bruno Lage

"Para nós, para o grupo, aquilo que eu quero é que os jogadores mantenham o sentido coletivo, a mesma ambição de vencer"

Bruno Lage

Já disse aqui que não tem tido muito tempo para trabalhar, mesmo entre os jogos, e já falou também de mostrar a cultura do Benfica aos jogadores. Tendo em conta as boas exibições e os resultados da equipa desde a sua chegada ao Clube, o que aconteceu no plantel foi mais uma mudança mental, digamos assim, do que uma mudança tática?

Não quero fazer comparações com o passado. O que posso dizer é que, fundamentalmente, as primeiras ideias que passei aos jogadores foram sobre a forma como quero que a equipa se posicione em campo. Um conjunto de ideias em termos ofensivos que quero passar, e vamos trabalhando em função do que vai acontecendo nos jogos, muito à base de análises de vídeo e de reforçar os comportamentos que têm sido bons para nós. Basicamente é isso. Depois, sem comparar com ninguém, é o perfil de cada treinador. O meu é o de juntar pessoas, de agregar, de estarmos sempre com um sentido coletivo, e com o objetivo, sempre, de tirar o melhor partido dos jogadores e preparar estrategicamente o jogo seguinte. Essa é a minha forma de trabalhar, e é sobre isso que me foco.

Falou em juntar pessoas e em agregar. Uma das grandes missões que trazia para o início de trabalho no Benfica era o de unir os adeptos em torno da equipa. Com estas quatro vitórias, sente que já ganhou essa batalha? Sente que a equipa e os adeptos estão completamente unidos?

Reforço o agregar, porque não acredito que uma equipa tenha sucesso se os jogadores não trabalharem em equipa. Isso é fundamental. É nisso que nós perdemos muito tempo. Temos de ser uma equipa a atacar e uma equipa a defender. É em equipa que nós podemos atingir o sucesso. O outro passo seguinte... Nós temos de nos aproximar de quem nos apoia, e quem nos apoia vai, de certeza, apoiar se se identificar com a equipa. Se virem que a equipa representa os valores que o clube que apoiam tem. Isso é fundamental. Por isso, é passar isso para os mais velhos. Que não seja apenas eu, mas toda a gente que trabalha à volta dos jogadores, e mesmo os atletas com algum historial e tempo de Clube. Que possam transmitir os valores do Clube aos mais novos.

Bruno Lage

"Seria algo especial juntar mais uma vitória às quatro que fizemos, mas, para a dimensão do Benfica, continuava tudo na mesma, porque o Benfica já fez muitas mais vitórias e conquistas do que apenas vencer o jogo de amanhã [quarta-feira, 2 de outubro]"

Na sua primeira passagem pelo Benfica, não foi tão feliz na Liga dos Campeões, mas a verdade é que agora já soma uma vitória, e fora de casa. Pergunto-lhe se agora também um dos objetivos é deixar uma imagem diferente na competição, também enquanto treinador. Nesse sentido, o que é que seria uma boa Liga dos Campeões para o seu Benfica?

Quando diz já somo uma vitória... pois, neste ano. Mas sabe quantas é que fizemos na primeira vez? O objetivo é continuarmos neste registo, independentemente de ser um jogo de Campeonato, qualquer uma das Taças, ou de Liga dos Campeões. Neste momento, não temos margem para errar em nenhuma das competições, por isso, aquilo que prometemos é entrar em campo com essa ambição de vencer e ganhar o jogo, e isso vamos fazer sempre. Depois, se conseguimos fazer ou não, vem também em função do jogo, do que acontece no jogo, e se amanhã [quarta-feira]... Aquilo que sinto é que seremos uma equipa competitiva, teremos a melhor versão dos nossos jogadores, e isso torna mais fácil atingir objetivos. Passando à segunda parte da questão, a Liga dos Campeões, para mim, para os jogadores, são aqueles jogos que podem transformar carreiras, porque estamos a competir com equipas de outro nível, por isso é importante para mim, como para qualquer outro treinador, vencer jogos da Liga dos Campeões, vencer competições, mas, para já, esse não é o meu foco. Aquilo que mais desejo e quero é que a equipa amanhã [quarta-feira] seja equipa, a melhor versão de cada jogador em campo, e com uma certeza: que jogaremos para ganhar, e essa tem de ser a nossa ambição.

Bruno Lage

"Sinto que seremos uma equipa competitiva, teremos a melhor versão dos nossos jogadores, e isso torna mais fácil atingir objetivos"

Na entrevista que concedeu à Sport TV antes da conferência de Imprensa, desvendou um pouco o véu sobre a possibilidade de pôr Di María na esquerda. É algo que não é muito habitual no Benfica, pelo menos nesta segunda passagem do atleta pelo Clube, e também na carreira dele – normalmente ele joga no lado direito do campo. Isso também é uma forma de querer atacar a verticalidade e a profundidade? Acha que é a partir daí, dos corredores laterais, que vai conseguir ferir o Atlético de Madrid?

Di María tem jogado tanto à direita como à esquerda. É verdade que nos últimos tempos, aqui, tem jogado à direita, mas, olhe, vou-lhe recordar que ainda na final do Campeonato do Mundo jogou à esquerda e marcou um golo. O que sinto é que é um jogador que em situações de um contra um é muito forte, e os colegas de seleção que jogam no Atlético de Madrid sabem disso. A minha única questão é onde é que o podemos colocar, se é à direita ou à esquerda, para tirar partido fundamentalmente dessas características e nós podermos criar mais oportunidades para marcarmos golos.

Renato Sanches ainda está no boletim clínico. Quer que já esteja disponível a seguir aos compromissos das seleções nacionais?

O Renato [Sanches], hoje, já fez treino de campo. Está a evoluir muito bem, agora é dar-lhe o tempo necessário para integrar os trabalhos com a equipa.

Texto: Redação
Fotos: Victória Ribeiro / SL Benfica
Última atualização: 1 de outubro de 2024

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