Faltou sangue-frio para gerir minutos frenéticos

RESUMO DO JOGO

A equipa masculina de futsal do Benfica visitou nesta noite de sábado, 17 de fevereiro, o Sporting, na 15.ª jornada da 1.ª fase da Liga Placard. Dérbi marcado por 10 golos, minutos alucinantes e pouco controlo emocional, com as águias a perderem, por 7-3.

Regresso à competição após paragem para compromissos das seleções nacionais, e tudo a postos para o 4.º dérbi da temporada, com Benfica e Sporting, sem segredos, a olharem-se nos olhos.

Muitos adeptos do Glorioso no Pavilhão João Rocha a fazerem-se ouvir desde o apito inicial em apoio à equipa, num ambiente bonito.

Início frenético, com Zicky, em dois momentos consecutivos, a chamar Léo Gugiel a mostrar serviço. Poucos minutos volvidos e perigo, com Pauleta a enviar o esférico ao poste, na sequência de um canto.

O Benfica reagiu, e foi o guarda-redes encarnado, numa das suas muitas subidas na quadra, a testar Henrique, seguindo-se nova tentativa, desta feita a remate de Chishkala.

Sokolov, aos 7', rematou para grande defesa de Léo Gugiel, e cheirava a golo... Transição ofensiva rápida das águias, Arthur na iniciativa, a bola chegou à zona central, onde Ivan Chishkala, com um remate poderoso, inaugurou o marcador no Pavilhão João Rocha (0-1, aos 8').

A resposta chegou no mesmo minuto, com Pauleta, na recarga a um remate de Zicky, a repor a igualdade (1-1).

Numa primeira metade marcada pelas bolas paradas, muito jogo de pivô e várias oportunidades, 1-1 era escasso... Jacaré e Arthur tentaram a sorte, mas foi numa bola parada que surgiu novo golo.

Minuto 13, livre direto para o Sporting, e, num lance estudado, Merlim descobriu Zicky para o 2-1 no desafio. Ainda antes do intervalo, Edmilson Sá e Jacaré tiveram soberanas oportunidades, mas a redondinha disse "não".

E nada fazia prever o que se seguiria... Começou mal a segunda metade para o Benfica, pois, logo aos 22', Diego Nunes viu o segundo amarelo e consequente vermelho. Em inferioridade numérica, o Benfica aguentou, mas Tomás Paçó, após combinação, fez o 3-1 (23').

Seguiu-se uma verdadeira avalancha de golos... Minuto 24: Arthur, num lance de bonito recorte técnico, desviou a bola à saída de Henrique, para o 3-2; Merlin, após passe na profundidade, fez o 4-2; e o 4-3 chegou através de Arthur, num lance muito rápido, após reinício de jogo a seguir a uma pausa técnica. E não se ficou por aqui... Zicky, aos 25', rematou para o 5-3.

Dérbi de momentos caricatos, com golos para todos os gostos e feitios, jogado sobretudo na emoção... Aos 29', em mais um lance de bola parada, Tatinho, com um remate de bico em zona central, fez o 6-3... e, no mesmo minuto, Tomás Paçó, de baliza a baliza, após interceção, aproveitou a ausência de Léo Gugiel para disparar para o 7-3.

Após largos minutos em modo vertigem, a toada acalmou e, apesar das oportunidades ainda criadas, o resultado não mais se alterou.

O Benfica, com 27 pontos somados, na 3.ª posição da classificação, torna a entrar em quadra na quarta-feira, 21 de fevereiro, com uma receção à formação do Quinta dos Lombos. Este desafio, com início marcado para as 20h00, na Luz, é relativo à 14.ª jornada (em atraso) da 1.ª fase da Liga Placard.

DECLARAÇÕES

Mário Silva (treinador do Benfica): "Os resultados são consequências de ações dentro de campo para quem joga mais e cria mais, ou para quem joga menos ou cria menos. Acho que existem dois momentos distintos no jogo. Um onde o Benfica competiu muito bem, independentemente de estar à frente ou atrás do resultado. E outro momento em que pagámos caro algumas situações específicas que nos são assinaladas. Umas com razão e outras sem, mas faz parte. Situações de bola parada que nos têm prejudicado. O 2-1 é um livre nos seis metros, o 3-1 surge após uma expulsão e de uma superioridade numérica... Temos de aprender e ganhar maturidade para perceber que nos estamos a prejudicar nesses momentos. Até metade da segunda parte, a equipa esteve caracterizada. Podia dizer que parte do plantel só chegou há três dias, que temos gente condicionada e que 22 dias sem competir fez diferença em momentos de organização, mas o que me apraz dizer é que o resultado me envergonha, e eu sou o principal responsável pela equipa. Sabemos que este jogo valia exclusivamente três pontos, não nos retira da competição que queremos ganhar e espero que nos torne mais fortes para o futuro."

Arthur (ala do Benfica): "Na primeira parte igualámos um pouco o jogo. Até ao 4-3 estávamos a contornar bem a partida. Tivemos ocasiões de golo em que temos de ser muito frios, finalizar e fazer golo. Tivemos muita desatenção na nossa marcação e sofremos golos que não podemos sofrer. Uma das coisas que mais exigimos dentro do nosso balneário é isso, é ter mais atenção. Este jogo requer muita concentração e disposição, falamos de um 'clássico'. Fiz dois golos, mas não foi o suficiente para ajudar o Benfica. Agora, é levantar a cabeça. Na quarta-feira [21 de fevereiro, frente ao Quinta dos Lombos] já há mais uma batalha, temos de corrigir tudo desta partida para voltarmos e fazermos um ótimo jogo. Perdemos muitos pontos no meio do Campeonato e não podíamos ter perdido. Queríamos ganhar, o nosso objetivo é ganhar, mas não conseguimos. Temos de defender bem, ter mais intensidade e corrigir os erros, para não voltarem a acontecer na Liga e para conseguirmos subir de posição."