Futebol

27 outubro 2023, 15h44

Roger Schmidt

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ANTEVISÃO

Em conferência de Imprensa, Roger Schmidt projetou o duelo deste sábado, 28 de outubro, diante do Casa Pia, válido para a 9.ª jornada da Liga Betclic. Garantindo ter 100 por cento de certeza do apoio incondicional dos adeptos, no Estádio da Luz, o treinador do Benfica revelou que a chave para a conquista dos três pontos passa por recuperar o futebol que a equipa joga habitualmente.

Intensidade, movimentos constantes, criatividade, proximidade e pressão sobre o adversário. Perante os jornalistas, Roger Schmidt deu conta da vontade da equipa de mostrar uma versão diferente da que foi apresentada diante da Real Sociedad como prova de força para os desafios futuros.

Assumindo uma situação diferente em comparação com a da época passada, devido a algumas lesões e da necessidade de adaptação dos reforços, o treinador das águias lembrou as sete vitórias consecutivas da Liga, todas elas "merecidas", e, numa conferência de Imprensa no Benfica Campus dominada pelo percurso na Liga dos Campeões, assegurou que tanto ele como os jogadores sabem o que fazer para reagir na Europa.

Roger Schmidt

O Benfica regressa ao Estádio da Luz para enfrentar o Casa Pia, uma das equipas com menos golos sofridos no Campeonato. Que adversário espera encontrar?

Em primeiro lugar, estamos felizes por jogar outra vez, após termos ficado muito desapontados com o jogo de terça-feira. O Casa Pia tem o mesmo treinador da última época, é uma equipa bem organizada, muito disciplinada e com muitos jogadores atrás da linha da bola. Não é fácil marcar golos a esta equipa, mas, na última época, especialmente em casa, estivemos muito bem e é esse o nosso objetivo para amanhã [sábado]. Queremos jogar outra vez como o Benfica joga, porque não conseguimos fazer isso na terça-feira [frente à Real Sociedad]. É tempo de reagir no relvado e atuar com intensidade, com movimentos constantes, com criatividade e com proximidade em todas as fases do jogo. Nos momentos sem bola também temos de mostrar qualidade, para recuperar bolas e surpreender o adversário quando não estiver 100 por cento organizado. É como jogamos normalmente e será essa a chave para o jogo de amanhã [sábado].

O que há de errado com o Benfica nos jogos da Liga dos Campeões?

É uma boa pergunta. Não estamos satisfeitos, sobretudo com os últimos dois jogos. Na minha opinião, o primeiro jogo [diante do Salzburgo] foi diferente, com o cartão vermelho e o penálti... Foi uma situação complicada, mas, depois disso, jogámos um bom futebol, e merecíamos mais do que tivemos. Mas nos últimos dois jogos, particularmente na segunda parte com o Inter e no jogo de terça-feira, não estivemos ao mais alto nível. E, claro, na Champions temos de estar ao mais alto nível. Temos de ter em conta que jogámos contra grandes equipas, mas sabemos que podemos fazer melhor. Demonstrámos isso na última época, especialmente nos jogos internacionais. Temos de regressar ao que nos faz muito fortes, jogar com intensidade e com uma grande ligação entre os jogadores. Foi isso que faltou na terça-feira, em que o adversário [Real Sociedad] guardou a bola e encontrou soluções para controlar o jogo. Não criaram muitas oportunidades de golo, mas não é isso que o Benfica quer mostrar, especialmente no nosso Estádio. As razões, disse-as na terça-feira, prendem-se com coisas diferentes. Neste momento, não estamos ao nível a que estivemos na época passada. Era uma situação diferente, tínhamos jogadores em grande forma, num nível muito alto, não mudávamos muito, e nesta época é diferente. Temos jogadores lesionados, outros são novos e estão a adaptar-se, e ainda não estão ao melhor nível. Perdemos um pouco o poder coletivo que tínhamos, mas podemos fazer melhor e é isso mesmo que temos de mostrar, não só amanhã [sábado] no campeonato português, mas também nos últimos três jogos da Liga dos Campeões, mostrar outra imagem.

Roger Schmidt

"Temos de fazer coisas juntos, com e sem a bola. Foi esse o fator-chave para a nossa fantástica época passada e para muitos bons jogos nesta época"

Roger Schmidt

Talvez seja o seu pior momento no Benfica. O que é necessário para dar a volta à situação?

É o pior momento na Liga dos Campeões, não o diria na Liga. Após perdermos o primeiro jogo, ganhámos sete jogos consecutivos. Talvez os desempenhos não tenham sido sempre de alto nível, mas merecemos todas as vitórias. Na Liga, estamos num bom caminho. Na Liga dos Campeões, não podemos estar felizes. Depois de três jogos, é inacreditável não ter pontos, nem golos. O mais dececionante na terça-feira [jogo com a Real Sociedad] foi a nossa mentalidade, falta de união em campo, e também o espírito no início. Esse é um dos meus principais desafios: preparar a equipa da melhor forma para os jogos e dar-lhe os conselhos e as recomendações certas. Quando jogamos como jogámos, pergunto-me o que podíamos ter feito melhor antes do jogo. Falámos sobre isso, lembrei-lhes o quão bem nós conseguimos jogar, mas também o que é necessário para jogar a alto nível. A responsabilidade de cada jogador em cada momento do jogo tem de ser diferente. Temos de fazer coisas juntos, com e sem a bola. Foi esse o fator-chave para a nossa fantástica época passada e para muitos jogos bons nesta época. A situação é esta. Sabemos o que temos de fazer e amanhã [sábado] vamos mostrar uma imagem diferente.

O jogo frente ao Casa Pia é o mais importante da presente temporada?

Em cada conferência de Imprensa temos esta questão, o que, no final, significa que o próximo jogo é sempre o mais importante. Após perder um desafio importante e onde não nos apresentámos no nosso nível normal, a próxima partida é muito importante para mudar o ambiente e ter outra atmosfera. É isso que temos de fazer amanhã [sábado], no nosso Estádio.

Roger Schmidt

"A nossa ambição é jogar um futebol de alto nível e ganhar. E é isso que os adeptos esperam de nós"

Florentino foi um jogador-chave na época passada. Quais os motivos para jogar menos nesta temporada?

O Florentino fez uma grande temporada. Desde a pré-época, esteve na equipa a jogar com o Enzo, tínhamos um equilíbrio muito bom no meio-campo e, a cada jogo, estava a desenvolver-se e a ganhar confiança. Fez uma temporada fantástica e foi um jogador-chave para nós. Esta época está a ser diferente, porque temos outras opções nesta posição. No inverno, adaptámos o Chiquinho a médio-centro, depois, o João Neves desenvolveu-se muito bem e contratámos o Orkun Kökcü no verão, por isso temos uma situação diferente de concorrência. O Florentino também teve jogos nesta época, mas não esteve tão esclarecido como na maior parte da época passada, enquanto o Orkun [Kökcü] e o João Neves estiveram muito bem. Agora, é um momento diferente, porque o Orkun [Kökcü] não está a 100 por cento fisicamente, devido à lesão. O Florentino jogou alguns jogos, onde, na minha opinião, não esteve ao seu nível máximo, mas é um jogador muito importante. Espero que chegue ao nível da época passada outra vez, porque precisamos dele.

Quatro derrotas na época e os adeptos já mostraram alguma insatisfação. Esses resultados provocaram dúvidas nos jogadores ou em si próprio?

A nossa ambição é jogar um futebol de alto nível e ganhar. E é isso que os adeptos esperam de nós. O apoio deles tem sido fantástico e o ambiente é sempre bom, mas, se não estiverem satisfeitos pela forma como jogámos, podem demonstrá-lo. Nós também não estamos felizes pela forma como atuámos e estamos desapontados com a exibição, tal como eles. Amanhã [sábado], a situação é diferente e o nosso objetivo é demonstrar aos adeptos, desde o primeiro segundo, que queremos fazer as coisas de forma diferente. Tenho 100 por cento de certeza que os adeptos vão estar do nosso lado, como sempre, e nós temos de mostrar que eles podem contar com os jogadores, que dão sempre tudo para ganhar os jogos. É isso que os adeptos querem ver e é por isso que entendo a reação deles.

Texto: Duarte Tornesi, João André Silva e Simão Vitorino
Fotos: Tânia Paulo / SL Benfica
Última atualização: 22 de março de 2024

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