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Futsal Feminino
Recuperada de uma segunda lesão grave, Raquel Santos, a esquerdina do futsal do Benfica, esteve no programa Protagonista, da BTV, onde relembrou os passos que teve de dar durante a convalescença, voltando a tempo de ajudar a equipa a conquistar a Taça da Liga e a Taça de Portugal.
13 abril 2025, 09h00
Raquel Santos participou na conquista da Taça de Portugal
Aconteceu com Raquel Santos, futsalista do Benfica, uma das jogadoras que, pessoalmente, mais aprecio. Melhor dizendo, não aprecio. Sou fã incondicional. Os estragos que aquela canhota fulminante provoca nos adversários, não sei se encaixam na definição de armamento convencional.
Nesta semana, recebi, pela segunda vez, a Raquel Santos no Protagonista, da BTV. Foi a segunda vez que esteve no programa, e em ambas as ocasiões, depois de recuperar de duas lesões graves e de ter reaparecido em grande estilo. Combinámos que temos de deixar de nos cruzar assim.
Tocou-me especialmente a abertura que a Raquel demonstrou para falar da lesão, da forma como recuperou e como regressou e da coragem que é preciso ter para assumir que tem medo de se lesionar de novo. Um medo que Raquel não leva para a quadra e que será mais um desafio que vai superar.
RESILIÊNCIA E PERSEVERANÇA
"Descobri isso em mim própria. Depois da primeira lesão, recuperei e voltei, e nunca pensei em passar por tudo de novo. Quando me apercebi de que iria parar mais um ano, que iria passar por todas as dores, pela recuperação, pelos momentos de desânimo, foi duro. Quando tive a primeira lesão, era tudo desconhecido para mim. Como seria estar tanto tempo sem jogar, sem treinar, a recuperação. Desta vez, não. Já sabia o que me esperava. E isso é muito duro. Não é só a paragem, mais um ano sem jogar, o duvidar de nós próprios. Cheguei a um ponto em que me questionei se valia a pena continuar. É realmente duro. Mas a ajuda das pessoas é determinante, e sobretudo a luta interior que se trava dentro de nós, porque existem alturas em que pensamos em desistir. Mas consegui superar tudo isso, e cá estou de novo, a fazer aquilo de que gosto, no clube de que gosto e que tanto me ajudou nestes momentos tão difíceis da minha carreira."
O MOMENTO DA NOTÍCIA
"As primeiras sensações, desta vez, foram diferentes da primeira lesão. As dores foram diferentes. Na primeira lesão, foram umas dores horríveis, e senti logo que se tratava de algo grave. Desta vez, as dores foram menores, e isso deu-me a esperança de que fosse uma lesão menos grave, no menisco ou um ligamento externo. Sinceramente, acreditei que não seria tão grave como da primeira vez, e isso deu-me alento. Depois é que veio a notícia de que a lesão era tão grave quanto a primeira, e o chão fugiu-me debaixo dos pés. Aí, sim, desabei mentalmente. Foi até mais difícil de aceitar do que da primeira vez, porque acreditei mesmo que agora não seria tão grave. E, afinal, teria de passar por tudo outra vez. Mais um ano parada. Foi muito duro, porque fui da esperança ao desânimo. E os primeiros dias foram mesmo muito difíceis porque levei mais tempo a aceitar o que me tinha acontecido."
"Quando tive a primeira lesão, era tudo desconhecido para mim. Como seria estar tanto tempo sem jogar, sem treinar, a recuperação. Desta vez, não. Já sabia o que me esperava. E isso é muito duro"
Raquel Santos
DESCOBERTAS INTERIORES
"Como disse, no processo de recuperação desta lesão, fui-me descobrindo a mim própria. Coisas que levo para a minha vida, não só para a minha carreira de atleta de alta competição. Da primeira vez, apoiei-me muito nas pessoas, na família, nos amigos, nas minhas colegas, porque temos aqui uma segunda família, nas pessoas do Clube. Desta vez, apoiei-me mais em mim própria e na forma como fui descobrindo coisas em mim e no meu corpo. Fiz as perguntas normais, porque é que isto me está a acontecer, o que se passa com o meu corpo para ceder, que sinais é que o corpo me deu e eu ignorei. Antes desta lesão, andava com dores nos adutores, e não liguei muito. Depois há fatores como o stress, que pode influenciar. Agora, são detalhes a que dou valor, aprendi a escutar o meu corpo, porque não quero que me aconteça de novo. Vai levar tempo até o corpo se ajustar e voltar ao que era. A recuperação ainda não acabou. Vai levar o seu tempo, preciso de fortalecer a zona afetada, preciso de muito ginásio e de estar sempre muito atenta às dores, às inflamações, a tudo o que o meu corpo tenha para me dizer."
O DIA DO REGRESSO
"Foi mais um regresso, e já conhecia a sensação, mas é sempre um momento inesquecível. Entrar na quadra e ser útil à equipa. E, logo a seguir, ganhar a Taça da Liga e a Taça de Portugal, marcando golos importantes. Sinceramente, foi o regresso com que sonhava, mas não sabia se iria causar tanto impacto. A verdade é que regressei, marquei golos, ajudei a equipa a conquistar títulos, porque é para isso que vivemos. E não posso esquecer as saudades que tinha dos nossos adeptos, a forma como me senti acarinhada, neste regresso. Senti que as pessoas desejavam o meu regresso, e isso é tão recompensador! Senti que tudo tinha valido a pena e que toda a gente à minha volta estava feliz porque eu estava feliz."
"Senti que as pessoas desejavam o meu regresso, e isso é tão recompensador! Senti que tudo tinha valido a pena e que toda a gente à minha volta estava feliz porque eu estava feliz"
O MEDO DA LESÃO
"Essa é uma das sequelas das duas lesões, as marcas que deixam em nós. O medo de que aconteça de novo. É isso que nos faz estar alerta, à mínima dor, ao mínimo desconforto. Mas tenho de pensar que, se o meu corpo me traiu duas vezes, também foi ele que me permitiu recuperar bem de ambas as vezes. E não me deixariam jogar se não estivesse bem. Os próximos meses serão determinantes para o joelho voltar ao que era, faço o ginásio, para fortalecer os músculos, faço ioga, para melhorar a agilidade, porque preciso de recuperar alguma mobilidade. Tenho, no Clube, um acompanhamento permanente dos médicos, dos fisioterapeutas, a compreensão do meu treinador e a força que me é transmitida pelas minhas colegas. Os momentos em que me sinto mais tensa são antes dos treinos e principalmente antes dos jogos. Tenho aqueles pensamentos intrusivos – E se me acontece de novo? E se coloco mal o pé? –, questões que nunca colocava a mim própria e que, agora, me acompanham para os jogos. Mas, assim que começa o jogo, acabou o medo, e vem o foco na tarefa. São coisas a que tenho de me habituar, e acredito que, com tempo, este medo vá desaparecendo. Mas é natural, é humano. É mais uma coisa para eu superar."
"Agora queremos o 8.º título de campeão seguido. Estamos na história, mas estamos a reescrevê-la, todos os anos"
GANHAR, GANHAR, GANHAR
"É o nosso ADN. Por muito que se ganhe, queremos sempre ganhar mais. Foi essa a herança que recebemos das nossas capitãs, da Inês Fernandes, da Sara Ferreira ou da Ana Catarina. E é esse ADN que passamos às mais novas que estão a ser integradas na equipa. É algo que não vamos perder, porque existe esse laço, essa transmissão e que não acaba com esta ou aquela jogadora. Mesmo quem vem de fora percebe imediatamente onde está, e tem de se integrar nesta cultura. Quando vemos jogadoras como a Inês Fernandes, a Sara ou a Ana, que são instituições neste clube, ficarem desoladas com uma derrota ou reagirem de forma decidida quando algo corre mal, percebemos que não existe margem para pensar noutra coisa que não a vitória. E puxamos muito umas pelas outras. Temos um grupo fantástico, as pessoas pensam que isto é dito da boca para fora, mas não é. Ganhámos a Taça da Liga? Festejámos, arrumámos o tema e passámos à conquista seguinte, que era a Taça de Portugal. Mais uma vez, festejámos e passámos ao Campeonato. Agora, queremos o 8.º título de campeão seguido. Estamos na história, mas estamos a reescrevê-la, todos os anos."
Artigo publicado na edição de 11 de abril do jornal O Benfica
Texto: José Marinho
Fotos: Arquivo / SL Benfica
Última atualização: 13 de abril de 2025