Futebol

12 fevereiro 2025, 22h09

Mónaco-Benfica

Bruno Lage

PÓS-JOGO

Bruno Lage atribuiu mérito aos jogadores do Benfica pela forma como interpretaram a estratégia delineada para o jogo da 1.ª mão do play-off da fase a eliminar da Liga dos Campeões, nesta quarta-feira, 12 de fevereiro, e que terminou com a vitória das águias, por 0-1, no Estádio Louis II.

Na análise do treinador das águias, ainda na entrevista rápida, à Sport TV, a 1.ª parte foi "muito tática", como admitiu posteriormente na conferência de Imprensa. "Senti que houve um respeito grande de ambas as partes", começou por referir Bruno Lage.

A forma como o Benfica atacou a 2.ª metade foi elogiada. "Temos uma entrada muito forte, com o golo, e, depois, várias oportunidades, em que merecíamos ter outro desfecho. Como disse na antevisão, este seria um jogo importante. Foi importante a vitória, foi importante o jogo que a equipa fez e o compromisso que a equipa teve", vincou.

Assumindo que "as transições à largura" poderiam ter sido feitas de forma diferente, Bruno Lage sentiu melhorias na 2.ª parte: "O Mónaco é uma equipa que joga com muita gente por dentro, e o nosso objetivo era sair por fora, e foi esse momento que nós podíamos ter feito melhor. Fizemos depois, com maior qualidade na 2.ª parte. Criámos várias oportunidades, e faltou-nos eventualmente marcar mais um golo."

Apesar disso, Bruno Lage valorizou o triunfo, "uma vitória fora". "Voltámos a defrontar um adversário muito competente. Fizemos uma entrada muito forte na 2.ª parte, independentemente de depois o Mónaco estar reduzido a 10 jogadores, mas o nosso golo surge 11 contra 11", reforçou.

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ANÁLISE AO JOGO

"Foi uma 1.ª parte muito tática. Contrariamente àquilo que foi o primeiro jogo [da fase de liga da Liga dos Campeões], um jogo muito aberto, até mesmo com ambas as equipas a pressionar alto, aquilo que foi o registo do primeiro jogo que fizemos aqui, na 1.ª fase. Este foi um jogo muito mais tático. Percebia-se perfeitamente que ambas as equipas percebiam que há um segundo jogo para disputar. Temos a primeira oportunidade, é uma grande oportunidade pelo Álvaro [Carreras], depois sinto que o Mónaco fica ligeiramente por cima do jogo. Nós não soubemos aproveitar os espaços em termos de transições ofensivas. No entanto, a equipa começa a crescer. A partir dos 30 minutos voltámos a ter as saídas que nós pretendíamos, especialmente em termos de transição ofensiva. Voltámos a ter duas boas oportunidades, quer a do Álvaro [Carreras], quer a do António [Silva], na sequência do canto. E depois o ajuste que tivemos de fazer na 2.ª parte, particularmente de perceber quais seriam os espaços a explorar. E a equipa faz uma entrada muito boa. Chega ao golo, e depois tem 45 minutos de enorme qualidade. Tivemos mais oportunidades para fazer golo. Acho que, olhando para o jogo e olhando para aquilo que foram as nossas oportunidades, podíamos ter feito mais um golo, mas era aquilo que eu falei ontem [na antevisão]: faltou-nos a mentalidade assassina, aquilo que é necessário neste jogo de Liga dos Campeões. Agora, claro que tenho de dar os parabéns aos jogadores. Tentaram e interpretaram a nossa estratégia, chegámos ao golo da forma como idealizámos que queríamos marcar o golo. Fica o resultado, mas, independentemente disso, aquilo que previmos ontem é que este seria o primeiro jogo e que a eliminatória se iria decidir no Estádio da Luz. Agora há dois dias para recuperar, e foco total no jogo com o Santa Clara."

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VITÓRIA VALORIZADA

"[Mentalidade assassina para matar o jogo] Na questão da mentalidade assassina, é nós termos isso, saber matar o jogo como temos de matar, e por vezes são esses momentos que nos levam a vitórias confortáveis, como foi o último jogo com o Moreirense, podíamos ter feito um golo, fechar o jogo, era uma vitória segura, e depois ficamos com... São pequenos momentos em que depois podemos sofrer um golo, e do jogo, por 5 ou 10 minutos finais, fica uma vitória em que temos de sofrer nos últimos 10 minutos. Mas o mais importante do dia de hoje [quarta-feira, 12 de fevereiro] foi aquilo que a equipa fez. Esta é a segunda vitória do Benfica, penso que não estou em erro, no Mónaco, na mesma época. Saímos daqui satisfeitos, mas conscientes de que a eliminatória, como dissemos ontem, vai ser discutida no Estádio da Luz, e agora o nosso foco tem de ser na recuperação máxima para jogar com o Santa Clara. Aproveito a sua questão até mesmo para fazer isto, porque é o calendário da Liga dos Campeões, mas as equipas que jogaram ontem [terça-feira] têm muitos mais dias de recuperação entre o jogo do Campeonato e, posteriormente, o jogo da Liga dos Campeões, do que as equipas que jogaram hoje. Quem jogou hoje terá de eventualmente jogar no sábado para jogar na terça-feira. Quem jogou ontem, na terça-feira, vai jogar na quarta. Por isso, são intervalos de dias maiores. Nós temos de ter essa capacidade de resposta para recuperar e fazer aquilo que temos de fazer, que é foco no Santa Clara e vencer o jogo."

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ESTRATÉGIA BEM INTERPRETADA

"[Equipa não o 'ouviu' sobre a mentalidade assassina?] Olhe, isto não é questão de ouvir ou deixar de ouvir. Nota-se que eles ouvem, porque interpretam muito bem a estratégia que nós preparamos para cada jogo... Isto tem que ver também com... Nós criámos as oportunidades, e o guarda-redes adversário fez duas ou três defesas com enorme qualidade. Agora, falta-nos isso, fechar os jogos e conseguir os resultados que noutros jogos conseguimos. Nós neste ano temos feito alguns jogos com resultados muito bons. Noutros, o resultado fica com margem mínima. Mas aquilo que é importante realçar foi realmente... A equipa teve essa capacidade de entrar com uma postura muito forte na 2.ª parte, criar várias oportunidades de golo, e ficamos com essa sensação, mas sabemos que é isto é a Liga dos Campeões, é muito difícil vencer fora. Saímos daqui satisfeitos, mas temos de ter o foco naquilo que é o jogo seguinte, porque não é fácil fazer aquilo que nós fizemos. Temos de dar continuidade no próximo jogo da eliminatória da Liga dos Campeões."

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PLANO TRAÇADO E A DETERMINAÇÃO DOS JOGADORES

"Nós tínhamos um plano. E aquilo que me deixa preocupado não é a questão só do Di María, como do Tomás [Araújo], como do Manu e como do Bah. Foi nesse sentido que nós fizemos os ajustes que tínhamos de fazer no mercado de janeiro, porque Manu poderia ser um jogador que pudesse jogar na posição do Tino [Florentino], podia jogar também na posição de 8, onde tem jogado mais o Kökcü, podia também fazer de central. O Tomás [Araújo] poder fazer as duas posições. Na frente, temos jogadores com enorme capacidade para o fazer. Nós tínhamos esse plano. Quando pensámos no ajuste de janeiro, as coisas planeadas, porque sabíamos do calendário apertado que tínhamos e que, aquilo que eu sinto também, quando esta equipa está fresca – e quando digo fresca é com tempo de recuperação entre os jogos –, tem uma postura de determinação. E eu gosto muito de trabalhar com estes rapazes, porque sinto isso. São determinados e vão para campo sempre com o objetivo de vencer e fazer boas prestações. Nós tínhamos esse plano. No entanto, vocês sabem, isto não é desculpa, é apenas fazer esse comentário, e nós temos de ter a capacidade de responder. Temos um lote de jogadores que nos dão confiança. Temos gente nova, quer na equipa B, quer nos Sub-23, que trabalham frequentemente comigo, e nós temos de resolver a situação internamente."

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AS ESCOLHAS PARA AS ALAS OFENSIVAS

"Sobre os alas, sentimos que para este jogo seriam os dois [Schjelderup e Aktürkoğlu] que perceberiam melhor aquilo que nós tínhamos de fazer. Por isso, quer um, quer outro fizeram um bom jogo. O Di María comigo tem jogado a titular, tem saído várias vezes substituído, já ficou algumas vezes no banco, sempre com prestações e um comportamento correto como grande profissional que é, e hoje entendemos que, quer o Andreas [Schjelderup], quer o Aktur [Aktürkoğlu], seriam as melhores soluções para alas, assim como foi no jogo que fizeram com o Barcelona, também foram eles que jogaram. [Entrada de Barreiro] Sobre a questão da alteração do Barreiro, sentimos que o jogo, e o Mónaco, como estava a jogar, porque também fechou, fez duas linhas cerradas frente à sua área, com um homem na frente, provocar transições, e tínhamos de ter cabeça fria para controlar as transições. Optámos pelo Tino [Florentino], aconselhámos o Álvaro [Carreras] a ter mais calma, mas, no corredor central, ter um jogador amarelado, como estava o Tino, seria arriscado, e foi essa a nossa decisão."

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ACABAR O JOGO COM TRÊS AVANÇADOS

"Nós sentimos que podíamos meter gente na frente, acabámos com três avançados, mas com posicionamentos diferentes. O Zeki [Amdouni] tem uma grande oportunidade, acho que é um passe do Kökcü, que isola o Zeki, pode rematar, tentou servir o colega, uma boa opção; o Belotti também entrou bem, o Arthur [Cabral] também, tentámos que – porque o Mónaco defende muito bem também os cruzamentos, mas estando junto em cima da área, e tentar empurrar com o Arthur a linha defensiva –, houvesse mais espaço entre linhas, para nós procurarmos esse espaço e tentar criar as nossas situações de finalização. Foi esse o objetivo das três alterações dos homens da frente."

AS SITUAÇÕES DE DI MARÍA E TOMÁS ARAÚJO

"Sobre as questões do Di María e do Tomás [Araújo], que foram os dois jogadores que pediram para sair, neste momento ainda é prematuro fazer qualquer avaliação."

Texto: Redação
Fotos: Tânia Paulo / SL Benfica
Última atualização: 13 de fevereiro de 2025

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