"São 60 minutos que não se podem repetir"

PÓS-JOGO

Bruno Lage lamentou "60 minutos que não se podem aceitar" da equipa do Benfica na derrota, por 3-1, frente ao Casa Pia, no jogo da 19.ª jornada da Liga Betclic, que se realizou neste sábado, 25 de janeiro, no Estádio Municipal de Rio Maior.

Na zona de entrevistas rápidas, e, posteriormente, em conferência de Imprensa, o treinador encarnado considerou que a equipa cometeu "demasiados erros" a "construir, a defender e a equilibrar".

"Temos um bom início de jogo, marcámos o golo, temos uma bola na trave, mas isso por si só não chegou, nem chega para vencer o jogo. Cometemos demasiados erros, e não podemos cometer. Por isso, hoje [sábado], temos de compreender os nossos adeptos. Perdemos três pontos", sublinhou o treinador, frustrado por não corresponder ao "fantástico apoio durante 90 minutos" com uma vitória.

Com quatro alterações realizadas relativamente ao jogo frente ao Barcelona, Bruno Lage também revelou o que pretendia com tais mudanças.

"Fizemos algumas alterações nesse sentido para a equipa estar fresca, mas isso, por si só, não justifica tudo. Agora, temos de mudar rapidamente, e tem de ser já no próximo jogo com uma boa exibição e conquistar o apuramento", disse, apontando já o foco para o duelo frente à Juventus, da 8.ª e derradeira jornada da fase de liga da Liga dos Campeões, que se realiza na quarta-feira, 29 de janeiro, em Turim.

MÉRITOS E DEMÉRITOS

"Antevíamos um jogo difícil, por várias razões. Pela qualidade do nosso adversário, pela campanha que tem feito. O facto de ser um jogo a seguir à Liga dos Campeões, o facto de o jogo ser fora. Mas não estava, de longe, a prever um jogo assim da nossa parte. Em particular, na 2.ª parte, ou a partir do momento em que sofremos o golo [o 1-1]. Mas temos uma boa entrada no jogo, 30 minutos com qualidade. Fizemos um golo, tivemos uma bola na trave. Mas depois não conseguimos ser a equipa dos primeiros 30 minutos. Mérito do nosso adversário, mas também muito demérito nosso. Vamos cometendo alguns erros que, infelizmente, se vão repetindo. Por um lado, infelizmente, não temos tido tanto tempo para trabalhar sobre isso. Mas por outro, mesmo não treinando, não justifica tudo. Há coisas que temos de mudar rapidamente, porque são três preciosos pontos que tínhamos de vencer, independentemente de tudo. Por isso, hoje é o dia de olhar para os nossos adeptos, e lamentar imenso. Porque eles [os Benfiquistas] fizeram 90 minutos fantásticos a apoiar, mas a equipa só correspondeu em 30 minutos."

TRANSIÇÕES PERMITIDAS AOS ADVERSÁRIOS

"[Erros] A forma como nós sofremos o primeiro golo, a forma como sofremos, novamente, o terceiro golo. Enfim, pesou-nos e custou-nos tanto o último golo com o Barcelona e, hoje [sábado], sofremos um golo igual. Pelo equilíbrio, por não haver uma falta para travar o jogo. Permitimos constantemente transições de uma baliza à outra. Nós temos trabalhado muito sobre isso, temos falado muito sobre isso, mas, infelizmente, há coisas que não mudam só com os treinos e saímos a perder em situações repetidas. Olhando de uma forma muito honesta e muito cruel, desde que chegámos a primeiro [lugar] até ao dia de hoje, a forma como sofremos os golos é inaceitável para uma equipa como o Benfica."

EXIGÊNCIA MÁXIMA

"[Presidente a sair "visivelmente irritado" após o 3-1] Saímos todos irritados, particularmente, eu. Não levem a mal [os jornalistas], estou zangado, não é nada convosco [com os jornalistas], vocês estão a fazer o vosso trabalho, mas hoje [sábado] foram 60 minutos que não podemos voltar a repetir. É isso que eu lamento, desculpe por interrompê-lo, mas é mesmo para as pessoas perceberem que são 60 minutos que não se podem repetir e temos de, rapidamente, voltar a um nível exibicional aceitável, porque a exigência da minha parte, e a exigência dos adeptos, tem sempre de ser a máxima. E há coisas que, infelizmente, não se podem aceitar, e esses 60 minutos não se podem aceitar, porque hoje tínhamos obrigatoriamente de vencer este jogo."

ERRADICAR OS ERROS COM TRABALHO

"[Mudanças] Estou a falar da equipa técnica e dos jogadores. Nós somos aqueles que trabalham e que estão diariamente e que jogam. Se continuamente repetimos alguns erros, temos de mudar. Voltámos a cometer um erro na nossa construção quando o jogo está na nossa mão, voltámos a cometer um erro num momento de transição em que temos de fazer uma falta para travar o jogo. Os nossos adversários fazem imensas faltas, e nós temos de ter essa capacidade, temos de ter essa experiência. Quando eu digo todos, sou eu, enquanto treinador, a minha equipa técnica e os jogadores."