Reentrada com o pé direito

RESUMO DO JOGO

O Benfica B entrou com o pé direito na 2.ª volta da Liga 2, derrotando o Leixões, por 4-0, nesta sexta-feira, 17 de janeiro, no jogo que abriu a 18.ª jornada da prova.

De facto, o pé direito foi mesmo a arma mais letal do Benfica B neste confronto com o 10.º classificado, marcando os três primeiros golos com esse recurso anatómico.

Logo aos 9', Prestianni foi o influencer que lançou a tendência. Numa ação toda executada com esse pé, o avançado argentino recebeu uma bola no lado direito do miolo ofensivo encarnado, simulou o remate, num movimento que serviu para se livrar da oposição do adversário que lhe saiu ao caminho, e efetuou do meio da rua um disparo tão forte, que as luvas do guardião Igor Stefanovic, mesmo tocando na bola, não a conseguiram suster. Estava inaugurado o marcador (1-0).

O Leixões, que está ainda sob os efeitos de uma recente chicotada psicológica – foi o 2.º jogo sob o comando de José Mota –, ainda esboçou uma reação, mas nunca chegou a efetivá-la. Pelo contrário, seria o conjunto de Nélson Veríssimo a sublinhar as intenções de corrigir o resultado da 1.ª volta, fazendo o 2-0, aos 35'. Servido por Hugo Félix no lado esquerdo do ataque, Gerson Sousa fletiu para dentro e, de pé direito, rematou com potência ao poste mais distante, dando ao marcador números que faziam mais justiça ao futebol enleante das águias, que já tinham ameaçado várias vezes o golo.

No tempo de compensação da 1.ª parte, houve uma sensação de déjà-vu, com a bola a entrar nas redes encarnadas, à semelhança do que tinha acontecido no jogo de Matosinhos, mas o VAR detetou a posição irregular do leixonense, e foi mesmo com o 2-0 que se chegou ao intervalo.

Na etapa complementar, o Benfica B deu continuidade a uma exibição muito personalizada, com grande maturidade e atrevimento, nunca descansando em cima da vantagem. Ao mesmo tempo que não permitiu grandes veleidades aos visitantes, nunca abdicou de tentar ampliar a contagem, o que conseguiu por mais duas vezes.

Aos 76', Gerson Sousa bisou na partida, desviando com o calcanhar (do pé direito, claro) um remate da meia-lua, surpreendendo o guardião do Leixões (3-0). E o mesmo voltou a acontecer quando, aos 81', Igor Stefanovic não contou com um atraso de cabeça de um colega no momento em que saía dos postes para travar um ataque encarnado. A bola acabou por sobrar para o recém-entrado José Melro, que, oportuníssimo e sagaz na leitura do lance, não teve dificuldade em atirar o 4-0 para a baliza deserta.

O Benfica B volta a entrar em campo na quarta-feira, 22 de janeiro, no contexto da Premier League International Cup. Às 19h00, visita o Sunderland Sub-21, no seu 4.º jogo na competição.

DECLARAÇÕES

Nélson Veríssimo (treinador do Benfica B): "Grande resposta que os nossos jogadores deram contra um adversário que não é fácil. Por vezes cai-se na tentação de olhar àquilo que é o passado recente, a classificação das equipas. Isso na Liga 2 não conta muito. Estávamos a contar com um adversário difícil, ainda para mais com uma mudança de treinador, um treinador reconhecidamente capaz e com bons trabalhos feitos. Sabíamos que tínhamos de entrar com uma mentalidade forte, com uma agressividade positiva no jogo, de forma a conseguir igualar os duelos. Acima de tudo, manter a nossa identidade enquanto equipa. Atacar e defender, e acho que foi isso que os jogadores fizeram. Estamos satisfeitos, porque foi mais um passo no sentido do desenvolvimento individual e coletivo da equipa. É esse o nosso caminho, é esse o nosso foco, e é assim que temos de continuar. Na 1.ª parte, tivemos mais domínio. Na 2.ª parte, o jogo foi mais equilibrado, mas tivemos mais eficácia. Para mim, há um momento no jogo que podia ter funcionado contra nós, mas acho que acabou por nos favorecer. Foi o golo que acabámos por sofrer, em fora de jogo, mas deu-nos um alerta para aquilo que foi a correção dos posicionamentos e também a abordagem que viemos a fazer na 2.ª parte. A partir daí, é ligações, é o nosso jogo, é a forma que eles entendem também de ver os espaços. Julgo, apesar de o resultado ter sido dilatado, que no último terço nós podemos e devemos ter capacidade de definir melhor. Agora, obviamente, quando marcamos quatro golos e não sofremos, é sinónimo de que tivemos capacidade no momento de organização defensiva e também no momento de transição defensiva. A equipa deu, mais uma vez, uma resposta positiva, mais um passo naquilo que é o crescimento dos jogadores e o crescimento da equipa, e é assim que temos de continuar a olhar jogo após jogo."

Gerson Sousa (avançado do Benfica B): "Estes golos surgem pelo trabalho coletivo que temos estado a desenvolver, pelos treinos, pela união da equipa. Os golos vêm disso, do trabalho. Foi um jogo praticamente dominado por nós. Estivemos muitas vezes no meio-campo adversário, conseguimos chutar muitas vezes, criar muitas dificuldades ao adversário, dominámos o jogo, fizemos os nossos golos e, sim, foi um grande jogo da nossa parte."

Gustavo Marques (defesa do Benfica B): "Sabíamos que o jogo ia ser difícil, então tivemos a estratégia de pressionar alto, e fomos eficazes, fizemos dois golos no 1.º tempo, tivemos mais força de bola, ficámos mais tempo com ela, e isso fez-nos voltar para o 2.º tempo mais confiantes, tendo conseguido fazer mais dois golos e terminar a partida com a baliza a zero. O Campeonato é difícil, mas estamos com humildade, sabemos que temos de trabalhar cada dia mais, também pelos erros que vimos cometendo, e é isso que nos vai deixar chegar lá acima mais rápido, se Deus quiser. Só Deus sabe o que vai acontecer com o resto do Campeonato."