Futebol

10 dezembro 2024, 13h32

Bruno Lage

Bruno Lage

ANTEVISÃO

Reforçando o objetivo da passagem à fase seguinte da Liga dos Campeões, Bruno Lage assegurou que os jogadores estão determinados a somar uma vitória a uma boa exibição, perante os seus adeptos, durante a antevisão do Benfica-Bolonha desta quarta-feira, 11 de dezembro, da 6.ª jornada da fase de liga.

Em declarações à BTV, Bruno Lage garantiu que a posição do Bolonha – ocupa o 33.º lugar sem vitórias nos cinco jogos disputados – não está à altura das boas exibições do conjunto italiano e salientou que o Benfica terá de estar "no seu melhor" para somar os três pontos. "Queremos controlar o jogo para criar oportunidades e marcar. A ambição é vencer e juntar mais três pontos às nossas contas", disse.

Reforçando que "todos contam" na missão de garantir o apuramento para a fase seguinte da Liga dos Campeões, o treinador das águias falou de um grupo "motivado e determinado" para dar sequência aos bons resultados. "O trabalho que temos desenvolvido dá-nos muita confiança, muita determinação e muita motivação para amanhã [quarta-feira] fazermos um bom jogo perante os nossos adeptos", salientou o treinador, antes da conferência de Imprensa realizada no Benfica Campus.

Bruno Lage

É a primeira vez que estas duas equipas se defrontam. Pergunto-lhe de que género de jogo está à espera e como olha para um adversário que ainda não venceu nesta Liga dos Campeões?

Acho que vou seguir aquilo que o Bah disse, porque é aquilo que nós sentimos. Vai ser um jogo muito difícil. O Bolonha é um adversário muito bom e muito competente. Nós analisámos praticamente todos os jogos que fizeram na Liga dos Campeões e, realmente, são boas exibições, independentemente dos resultados. Liverpool, Aston Villa, por exemplo, e neste último jogo com a Juventus [para a liga italiana]. Vamos encontrar uma equipa que gosta de pressionar muito, que gosta de ter uma pressão muito alta, que gosta de ser rápida e vertical nos seus processos ofensivos. Por isso, é um adversário muito difícil e nós temos de estar no nosso melhor para vencer. Os jogos na Liga dos Campeões são isso mesmo. Nós estamos motivados e a nossa ambição é vencer o jogo, juntar mais três pontos às nossas contas e, no final do dia de amanhã [quarta-feira], olhar para a nossa classificação e sentir que estamos numa boa posição com 12 pontos.

Este é o último jogo da Liga dos Campeões neste ano [2024], que fecha com o Sporting-Benfica. Olhando para este conjunto, a equipa sente-se motivada para chegar ao final deste ano e conseguir estar no topo do Campeonato e conseguir estar nesta posição da Champions? Isso é uma motivação extra, olhando para os adversários a nível interno?

A equipa sente-se motivada para corresponder a cada momento. Foi esse o objetivo que nós traçamos quando cá chegámos, há três meses. Traçar um plano com aquilo que são as ideias que queríamos para a equipa, e os jogadores têm feito um trabalho exemplar. Vai ser um calendário difícil e apertado com mais um jogo em atraso, com o Nacional [19 de dezembro, jogo da 8.ª jornada]. Sentimos a equipa motivada, os jogadores têm de estar todos disponíveis para poderem corresponder. Um bom exemplo disso é desde o nosso início, com boas atuações de jogadores a virem do banco e a ajudar a equipa. Outro bom exemplo foi a atuação do [Leandro] Barreiro no último jogo. Toda a gente tem de estar preparada. Toda a gente tem de estar motivada para corresponder a cada momento. Não interessa estar a olhar para o futuro, sem amanhã [quarta-feira] a equipa se apresentar no máximo da sua competência para vencer o jogo.

Bruno Lage

"Toda a gente tem de estar preparada. Toda a gente tem de estar motivada para corresponder a cada momento"

Bruno Lage

Falou desse plano que traçou. Estando a um ponto das equipas que estão em 6.º, 7.º e 8.º lugares, o Benfica quer e pensa na qualificação direta, ou nesse plano está o play-off? E, por outro lado, está preocupado para este jogo, após uma vitória sofrida [Vitória SC], com apenas um remate enquadrado, oito no total. Preocupa-o sabendo que vai voltar à Liga dos Campeões, onde teve esses índices semelhantes diante do Bayern [de Munique]?

Não, porque depois do Bayern nós já jogámos com o Mónaco e marcámos três golos, um de cada ponta de lança. Começo pela segunda parte da questão, que é em termos daquilo que é a estatística. Realmente, nós tivemos um remate enquadrado. Eu também tenho aqui essa aplicação, e, quando abro a aplicação – já agora, que é o Flashscore – e vejo remates enquadrados, está lá um. Mas quando faço a análise do vídeo, que é aquela que me interessa, vejo, por exemplo, a situação do Aktür [Aktürkoğlu], com o Bruno Varela batido, e o defesa do Vitória, em carrinho, tirou a bola e praticamente um golo feito, perto dos 40 minutos. Depois, a seguir, há o remate do Pavlidis. Na segunda parte, temos uma excelente oportunidade, numa grande jogada, do Pavlidis. Por isso, olhar para aquilo que são os remates enquadrados na baliza e para aquilo que são as oportunidades reais de golo, há uma grande diferença. Aproveito também para dizer que em relação a uma equipa que tem o objetivo de vencer, e é em função do Campeonato que estamos a falar, seria engraçado e um desafio interessante para vós perceber dos últimos campeões, que são Sporting, Benfica e FC Porto, quantas vitórias estão lá por 1-0. Porque, no final, são esses três, quatro ou cinco jogos de 1-0 que vão fazer a diferença do campeão. Porque todas as equipas têm capacidade e competência para vencer, e é nesses dias que a equipa tem de ser muito competente para vencer 1-0. Por isso, todos os campeões se fazem assim, e reforço aquilo que disse na parte final do jogo: foi uma vitória muito boa, porque a equipa soube interpretar os vários momentos do jogo e perceber o tempo do jogo. Podíamos ter feito mais um golo, não fizemos. O Vitória SC fez uma grande exibição, tem um plantel muito bom, está a fazer uma época muito boa, valorizou ainda mais a nossa vitória e, para nós, o importante são os três pontos. E colar esses três pontos ao trabalho que temos vindo a fazer nos últimos três meses. Quando eu disse plano, era sobre olhar para nós e como é que nós podemos jogar. Agora, os objetivos do Clube são muito claros, e eu disse isto no nosso primeiro jogo de Liga dos Campeões. Nós queremos passar à fase seguinte. Vamos jogar ainda com Bolonha, Barcelona e Juventus. E Bolonha e Juventus empataram 2-2 no último jogo. Por isso, cada jogo vai ser um jogo difícil. O que queremos ter é o número de pontos possíveis para seguir em frente na prova.

Bruno Lage

"Os jogadores têm feito um trabalho exemplar"

Tem a equipa completa, só dois jogadores é que não estão. Porque é que chamou Diogo Prioste [ao treino]? Inicialmente, quando retornou ao Benfica, em setembro, muitos adeptos – e falámos com eles – duvidavam que fosse o treinador para trazer novamente o Benfica à tona. A verdade é que o Benfica está numa época muito boa. Está quase no 1.º lugar, está numa boa posição na Liga dos Campeões. Que mensagem tem para esses adeptos agora?

Quase que dá vontade de perguntar com quantos [adeptos] é que falou [risos]... Bastantes? Pronto... A partir do momento em que cá estou, eu sou o treinador de todos os Benfiquistas. Desde sempre, senti um enorme apoio e enorme carinho dos adeptos do Benfica. Aquilo que estou a sentir neste momento não é nada de novo, desde o tempo em que saí até ao dia em que entrei, senti sempre um enorme apoio e um enorme carinho dos adeptos do Benfica. O Diogo [Prioste] tem sido muito regular na equipa B. Eu acho que até tem sido um dos melhores elementos da equipa B. Tem feito uma época muito boa, tem vindo a treinar regularmente connosco e merecia hoje [terça-feira, 10 de dezembro] também treinar connosco.

Algumas imagens publicadas nas redes sociais depois do último jogo contra o Vitória SC mostraram Arthur Cabral a treinar sozinho no Estádio da Luz. Gostava de lhe perguntar se isso partiu do próprio jogador, se partiu da equipa técnica e o que isso significa? Se é o próprio jogador que sabe que precisa de melhor preparação física, ou se mostra também o compromisso que o jogador tem tido?

Vou aproveitar a sua pergunta para falar do Arthur [Cabral] e dos pontas de lança, porque eles todos têm feito um trabalho fantástico. O Arthur [Cabral] tem trabalhado imenso para ajudar a equipa e tem ajudado a equipa em muitos aspetos. Esse é o primeiro ponto. No segundo ponto, sai essa imagem, mas essa imagem tem uma explicação. No dia seguinte, após o jogo, nós íamos dar folga e era fundamental todos os jogadores treinarem um pouco. E todos aqueles jogadores que precisavam de treinar foram treinar. Uns mais do que outros, mas foram todos ao campo treinar, e o Arthur [Cabral] é o único que aparece no vídeo porque eventualmente precisou de continuar a trabalhar. Mas todos eles, mesmo alguns jogadores que entraram, como o Zeki [Amdouni], foram terminar aquilo que nós entendemos que podiam ainda fazer. Por isso, não foi um ato isolado do Arthur [Cabral], não foi por ele, foi um trabalho da equipa técnica para todos os jogadores.

Bruno Lage e Bah

"Nós estamos motivados e a ambição é vencer o jogo, juntar mais três pontos às nossas contas"

Na última partida, Trubin ouviu alguns assobios durante alguns momentos na primeira fase de construção. Bruno Lage explicou, também, a importância de Trubin no fim dessa partida, e o Benfica também publicou um vídeo no dia a seguir ao jogo. Sente que a sua mensagem, e a do Benfica, ficou entregue aos adeptos? Até porque amanhã [quarta-feira] há um jogo em casa, acredita que estes momentos não vão voltar a acontecer? O jogador ficou incomodado com esse momento? Já agora, uma pergunta de resposta rápida: saber se Renato [Sanches] está perto de voltar, porque hoje ainda não esteve no treino.

O Renato [Sanches] ainda não sabemos ao certo. Nem o Renato [Sanches], nem o Tiago [Gouveia], não sabemos ao certo quando é que podem voltar. Sobre a sua [primeira] questão, o mais importante foi a maturidade do jogador, entender aquilo que o jogo precisava. Isso é que é fundamental. Há uma estratégia para cada jogo e temos de a interpretar da melhor maneira. Vou recordar o exemplo do Feyenoord: nós pretendíamos, também, controlar o jogo com bola. E fazemo-lo muito bem a partir dos nossos guarda-redes. E há uma bola em que tentámos sair longo. A bola fica curta. O Feyenoord recupera a bola e, em dois passos, está dentro da nossa área e sofremos um golo. Nós aprendemos muito com isso. Perceber com que adversário e em que circunstâncias é que nós saímos curto ou saímos longo. E saímos longo para o ponta de lança ficar com a bola ou para a profundidade. Ou saímos curto por dentro, ou saímos curto por fora. Por isso, é sempre em função da forma como o adversário pressiona. O Vitória SC, muito bem, instalou-se na frente. E nós entendemos que, quando a bola estivesse no nosso guarda-redes, eles não iam sair na pressão. Iam sair na pressão quando o guarda-redes decidisse jogar. Ele tinha de ter calma e esperar. Porque o Vitória SC, a perder, depois de esperar dois, três, quatro ou cinco segundos, iria arriscar no guarda-redes e sair na pressão do guarda-redes. E quando saísse na pressão do guarda-redes, nós íamos encontrar o jogador livre. E foi assim que aconteceu, por exemplo, aquela grande oportunidade que nós criámos com Di María, Aktür [Aktürkoğlu] e Pavlidis. O importante é os jogadores perceberem muito bem aquilo que têm de fazer a cada momento. Temos trabalhado muito esse momento. Trabalho fantástico também do Benfica, porque também faz parte, não é explicar o futebol, mas explicar um pouco daquilo que é o nosso trabalho, para haver um melhor entendimento. Mas aquilo que também foi importante, e registo, foi o apoio à equipa nos últimos 20 minutos. A equipa correspondeu, fez um grande jogo. A equipa uniu-se. Foi o jogo, desde que cá estou, em que a equipa mais correu. Vimos jogadores, como o [Leandro] Barreiro, a meter o corpo à bola. Vimos o Nico [Otamendi] no chão, e a cortar a bola de cabeça, para o Vitória SC não ter oportunidades claras de golo. Foi um grande jogo de equipa. Perceberam o que cada momento pedia. Identificaram muito bem o adversário que nós tínhamos à nossa frente. E o mais importante foi, num jogo difícil, ter juntado estes três pontos, porque vão ser muito importantes no futuro.

Texto: Redação
Fotos: Cátia Luís / SL Benfica
Última atualização: 11 de dezembro de 2024

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