"Mostrar atitude e caráter"

ANTEVISÃO

Na antevisão ao duelo desta sexta-feira, 17 de maio, da 34.ª e derradeira jornada da Liga Betclic, Roger Schmidt deu conta da ambição da equipa de jogar bem e conquistar os três pontos diante do Rio Ave para terminar uma temporada longa e exigente com boas sensações.

Recordando a vitória diante do Arouca por 5-0 na jornada transata, o treinador do Benfica assegurou que a exibição nesse jogo mostra que a equipa tem todas as condições para se apresentar no seu melhor nível em Vila do Conde, garantindo que esta será uma boa oportunidade para mostrar atitude e caráter.

Destacando a exigência máxima de representar o Benfica, o técnico assumiu a vontade de fazer melhor na próxima temporada, apontando a evolução no capítulo da eficácia como uma das prioridades.

Como encara o último jogo da temporada?

A nossa última missão é jogar fora frente ao Rio Ave, na sexta-feira à noite. Eles têm feito uma boa época e não perderam muitos jogos. Observando a estatística, desde o último jogo com eles, em casa, até ao jogo de amanhã [sexta-feira], o Rio Ave jogou contra todas as equipas do Campeonato e só perdeu uma vez. Isso diz tudo sobre as dificuldades que vamos encontrar. Mas, ainda assim, vamos tentar acabar a época no nosso melhor nível. No passado domingo, no nosso último jogo em casa, mostrámos que ainda somos capazes de jogar bom futebol, com intensidade. Foi isso que debatemos durante esta semana, que queremos continuar assim, fazer um bom jogo e conquistar os três pontos. Foi uma temporada longa e exigente, ir para férias com boas sensações será importante.

Na última conferência de Imprensa [após o jogo com o Arouca], disse que, se não fosse a solução, teria de sair e ter uma conversa. Já teve essa conversa no Benfica, em particular com o Presidente Rui Costa?

Penso que disse algo similar, não exatamente o que você disse, mas também não importa. Agora não é relevante falar sobre mim. No final, o mais importante é sempre o Benfica. Há alguns assuntos para falar no final da temporada, isso é muito claro. Foi uma temporada muito dura. Como disse no domingo [13 de maio], será bom falar um pouco quando terminar a temporada, mas hoje não vou falar sobre mim.

Acabou de dizer que o mais importante, nesta altura, não é falar de si, mas, depois de uma época tão difícil, pergunto-lhe se pode garantir aos Benfiquistas que vai ser o treinador na próxima temporada?

Acho que já respondi a essa pergunta tantas vezes aqui, em conferência de Imprensa. Hoje [quinta-feira, 16 de maio], não vou falar sobre isso.

Este tipo de jogos, sem objetivos na tabela classificativa, são mais difíceis de preparar e exigem mais trabalho a mentalizar os jogadores?

É um desafio conquistar a vitória, mais três pontos e chegar aos 82. Foi uma temporada muito exigente para todos os jogadores, e estes jogos fora de casa são sempre difíceis, tanto a meio da época como agora, no final, antes das férias. Na minha opinião, é uma boa oportunidade para mostrar atitude e caráter. É isso que queremos fazer. Como já disse, tivemos momentos difíceis quando perdemos nesta temporada, mas demos sempre uma boa resposta em campo. Perdemos o primeiro jogo [do Campeonato] com o Boavista e queremos terminar com uma vitória frente ao Rio Ave.

Os últimos tempos foram marcados por alguma contestação e divisão dos adeptos. Houve uma tarja no Estádio a criticar o silêncio do Presidente. Na sua opinião, era importante que o Presidente viesse a público não só tranquilizar este clima como também unir os adeptos, a pensar na próxima época?

Sinceramente, não sou a pessoa certa para falar sobre isso, porque não sei o que acontece nos media, ou o que as outras pessoas falam. Houve alguns momentos difíceis durante a época, também no nosso estádio, é claro. Todos perceberam isso, mas também tivemos esses momentos na última época. Posso recordar quando tivemos uma semana difícil, em que perdemos três jogos numa semana, com Inter, FC Porto e Chaves, fora de casa. Tivemos momentos similares, mas faz parte da nossa tarefa no Benfica. Temos de vencer, porque as pessoas esperam que vençamos bastantes jogos, esperam o nosso melhor em todos os jogos. É a nossa situação no Benfica. É duro, mas acho que mostrámos que estamos preparados para dar resposta a essas expectativas. É como é. A melhor forma para evitar isso é vencer, é o que tentamos fazer, atingir objetivos, conquistar títulos. Também nesta época tentámos dar o nosso melhor, não foi suficiente. Estivemos perto de ganhar troféus em todas as competições, e claro que na próxima época queremos fazer melhor.

Soube-se, através de um estudo, que o Benfica é a 4.ª equipa na Europa que desperdiçou mais golos nesta época. Tendo em conta que o investimento em pontas de lança foi avultado, o Benfica procura outro tipo de soluções para a próxima temporada na frente do ataque? O Presidente Rui Costa impôs-lhe algumas limitações nas aquisições?

Essa estatística surpreende-me. Não sabia. Pensei que fôssemos os primeiros neste ranking, porque falhámos muitas oportunidades. É um pouco a história desta época. Fomos capazes de criar imensos momentos ao jogarmos bom futebol, com boa posse de bola, mas, no final, desperdiçámos muitos deles. Na época passada perdemos o nosso melhor goleador, o Gonçalo Ramos, e no ano anterior a esse o Benfica também perdeu o melhor, o Darwin Nuñez. Por isso, temos novos avançados no nosso plantel e todos eles têm qualidade. Por vezes, se vens para um clube novo, precisas de algum tempo. Especialmente no Benfica, não é um clube fácil e as expectativas são muito altas. Depois, claro, é preciso dar aos jogadores algum tempo para se adaptarem, para progredirem e se desenvolverem, para mostrarem a sua qualidade. Todos eles a têm, creio que todos reconhecemos isso, mas, na próxima época, temos de mostrar mais eficácia para ganhar títulos. Marcar no momento certo é muito crucial no futebol, e é algo que temos de melhorar. A janela de transferências é muito importante para nós tomarmos boas decisões para construirmos o melhor plantel possível para jogar a próxima época, que será dura. Temos muitos jogos, por isso, é difícil. Temos grandes competições [internacionais] neste verão, os jogadores não têm muito descanso. Há um novo formato na Liga dos Campeões, mais jogos para jogar, e esperamos disputar a Liga dos Campeões. Vai ser duro e, para esta situação, temos de cuidar de tomar boas decisões no mercado de transferências.