"O objetivo é focarmo-nos para conseguirmos os três pontos"

ANTEVISÃO

De regresso à Liga Betclic, após ter carimbado a passagem aos quartos de final da Liga Europa, o Benfica terá pela frente o Casa Pia na 26.ª jornada.

Em conferência de Imprensa no Benfica Campus, na antevisão ao embate agendado para as 18h00 deste domingo, 17 de março, no Estádio Municipal de Rio Maior, Roger Schmidt colocou foco total na conquista dos três pontos, reconhecendo estabilidade ao adversário, que considerou disciplinado e compacto na defesa.

Sentindo a equipa com "muita confiança" pela qualificação ante o Rangers nos oitavos de final da Liga Europa, o treinador enalteceu a "personalidade", o "carácter" e o "espírito" do grupo que lidera e garantiu também que o plantel tem qualidade para encarar um mês de abril com calendário denso.

Após uma vitória importante na Liga Europa, o Benfica voltará a jogar para o Campeonato, contra o Casa Pia. O que é que a equipa precisa de fazer para conseguir os três pontos?

Temos um calendário muito duro, julgo que é o 13.º jogo consecutivo com apenas dois ou três dias entre si. A equipa esteve muito bem, especialmente nos últimos dois jogos. Agora, o nosso objetivo é focarmo-nos mais uma vez no jogo com o Casa Pia, para conseguirmos os três pontos. Sabemos que o Casa Pia, especialmente nos últimos quatro jogos, com o novo treinador, está muito estável outra vez. Nos primeiros três jogos não sofreu golos, e, se analisarmos as partidas, também vemos que os oponentes não tiveram muitas chances para marcar golos. Estão novamente muito disciplinados, compactos na defesa e à espera de contra-ataques. Especialmente nestas alturas, quando há tantos jogos, é sempre um desafio estar pronto para os jogos outra vez, mas claro que temos uma grande motivação no Campeonato. Na quinta-feira [14 de março], mostrámos a nossa ambição na Liga Europa. Fomos bem-sucedidos, isso dá-nos muita confiança, mas amanhã [domingo, 17 de março] também queremos mostrar a nossa ambição na Liga Portuguesa. Depois, podemos ter alguns dias de descanso e alguns jogadores têm de ir às seleções.

O mês de abril traz um calendário denso. Tendo em conta a eliminação do Sporting na Liga Europa, entende que isso poderá fazer a diferença? O plantel do Benfica tem capacidade para lutar nas três frentes [Campeonato, Liga Europa e Taça de Portugal]?

Sim, se não tivéssemos essa capacidade, não estaríamos nas três competições. Temos a oportunidade de conquistar as três provas nesta temporada, isso é positivo e demonstra que temos capacidade e qualidade no plantel. Claro que teremos mais jogos, e é exigente, mas, na minha opinião, também tem um efeito positivo. Para todos os jogadores, é especial realizar estes jogos no futebol internacional, especialmente quando se tornam decisivos, como as fases a eliminar. Os quartos de final são diferentes da fase de grupos, ou dos jogos do play-off. Isso pode dar-nos muita motivação e um bom ritmo coletivo. Quando vencemos, é algo bastante positivo. Penso que é bom jogarmos contra o Sporting antes das partidas internacionais. Para a Taça de Portugal, será um jogo decisivo, e no Campeonato será um jogo muito importante no recinto do Sporting. Relativamente a estes jogos, ambas as equipas estão na mesma situação. Agora teremos algum descanso nas próximas duas semanas, especialmente os jogadores que não vão às seleções nacionais. Depois, teremos de estar prontos outra vez. É a fase final da temporada. Penso que na época passada estivemos muito bem, também no Campeonato, e, ao olhar para a minha equipa, está muito bem fisicamente. É assim que temos de encarar o que falta da temporada. Não importa se teremos de jogar mais ou menos jogos.

Como analisa o sorteio da Liga Europa, que reservou duelos com o Marselha nos quartos de final?

É o que esperávamos, já não há adversários fáceis nos quartos de final das competições internacionais. O Marselha é um clube muito bom, muito experiente no futebol internacional. Já temos a experiência com o Toulouse, e, na última época, com o Paris Saint-Germain, por isso sabemos que as equipas francesas têm muita qualidade individual. Também esperamos isso do Marselha. Sabemos que não é fácil jogar no estádio deles. Infelizmente, temos de jogar a 2.ª mão em Marselha. A 1.ª mão é no nosso estádio, e claro que precisamos de um primeiro jogo muito bom. Temos a confiança de que conseguiremos vencer estes jogos e chegar às semifinais. Esse é o nosso novo objetivo na Liga Europa, ser a melhor equipa nas duas mãos e vencer o Marselha. Claro que não é fácil, mas é o que esperávamos. Nos últimos jogos no futebol internacional estivemos bem. Não começámos bem, no início da época, na Liga dos Campeões, mas, nas últimas rondas, contra o Rangers e o Toulouse, e também nos últimos jogos na Liga dos Campeões, contra o Salzburgo e o Inter de Milão, mostrámos a nossa qualidade. Temos de fazê-lo outra vez contra o Marselha. O nível a que jogámos na quinta-feira [14 de março], como uma equipa, no geral, dá-nos muita confiança para olhar para estes dois jogos.

Sente que há uma visão diferente entre treinador e adeptos, em relação à forma como a época está a decorrer?

Em primeiro lugar, para ser sincero, não observo tudo, nem quero fazê-lo. Como disse há algumas semanas, se treinamos o Benfica, as críticas estão sempre lá. É quase impossível que não haja críticas. O que reconheço é que existe muito apoio à nossa equipa e a mim. Faço parte da equipa do Benfica. Não sou importante, a única coisa importante é o Benfica. Eu tento estar completamente concentrado na minha equipa. Sei que, se a equipa jogar bem e conquistar títulos, toda a gente fica satisfeita. Quando empatamos, ou perdemos, há muitas críticas, o que é normal. Conheço bem o futebol e sei que, para os media, quando a equipa não está tão bem, há foco nisso, por ser o que interessa às pessoas. Na minha opinião, isso não é importante para mim. Estou um pouco num planeta diferente. Estou totalmente focado em preparar a equipa para vencer jogos, pois a única solução, especialmente nos momentos difíceis, está em campo. Não podemos resolver problemas aqui, em reuniões, discussões, ou entrevistas, mas em campo. Só posso resolver problemas em campo, vencendo jogos. É o que todos esperam. De acordo com a minha experiência, nos últimos anos, isso é muito claro para mim. Não sou afetado por este tópico e vejo muito apoio. Se queremos conquistar títulos, temos de ter o apoio dos adeptos e convencê-los de que damos tudo para sermos uma boa equipa. É o que estamos a fazer, e acho que não é bom focarmo-nos neste tópico. Claro que não podemos fingir que todos são negativos em relação à equipa, ou em relação a mim, ou ao Benfica. As pessoas negativas são sempre as que fazem mais ruído, no futebol como na sociedade. Há muita negatividade no mundo, e no futebol também. Sei disso e não me deixo afetar, de modo algum.

Em entrevista, Kökcü evidenciou algumas críticas ao treinador e ao Clube. Considera que tem um balneário instável?

Em primeiro lugar, já ouvi falar da entrevista. Ainda não a li, e fá-lo-ei depois da conferência de Imprensa. Depois, se necessário, claro que falarei com o jogador. Nestes momentos, é preciso obter informação da parte do jogador, em primeiro lugar. Falarei com ele e depois tomarei as minhas decisões.

Nesta temporada, tem havido algumas questões com alguns jogadores. Tem sido difícil gerir um balneário com tantas estrelas, e a forma como as coloca na equipa? Isso pode criar alguma desunião no grupo?

É completamente normal. Estamos no futebol profissional, a época é longa, há muitos jogos para jogar. Penso que é completamente normal haver alguns assuntos, às vezes. Faz parte do futebol guiar e liderar os jogadores de uma boa maneira, falar sempre de tópicos, se estes forem problemas, ou se alguns jogadores estiverem com dificuldades na sua situação, falar com eles e lidar com isso. No final, globalmente, os nossos jogadores mostraram sempre uma atitude muito boa. Estou muito feliz com o carácter da nossa equipa. Até agora, também na última época, [o carácter] esteve sempre a um nível alto, e estou muito feliz por ser treinador desta equipa, gosto do ambiente. Às vezes, se há problemas, temos de os resolver. Como disse, vou ler a entrevista do Orkun [Kökcü]. Até agora, está a fazer uma boa época. Teve algumas dificuldades a meio, pois esteve lesionado. Também é normal que a primeira época não seja tão fácil como se espera, porque se está num novo clube, numa nova situação. É normal, faz parte de liderar uma equipa de futebol neste nível. Penso que, globalmente, a equipa é muito boa em termos de personalidade, carácter e espírito.