"Temos de mostrar que merecemos avançar aos quartos de final"

ANTEVISÃO

Roger Schmidt fez nesta quarta-feira, 13 de março, a antevisão do Rangers-Benfica, da 2.ª mão dos oitavos de final da Liga Europa, e garantiu que a equipa encarnada terá de aplicar a sua experiência e qualidade para mostrar que tem o que é preciso para carimbar o ambicionado acesso aos quartos de final.

Reforçando que a eliminatória começa do zero após o empate (2-2) averbado na 1.ª mão, no Estádio da Luz, o treinador do Benfica garantiu que o grupo está preparado para os desafios de uma partida que prevê aberta e muito disputada.

Assegurando que a famosa atmosfera do Ibrox Stadium também representa uma grande motivação para as águias, Roger Schmidt prometeu empenho total em todas as frentes nas quais o Clube está envolvido, numa altura em que, disse, estão a chegar as semanas decisivas para quem luta por títulos.

Tem sido dito que o ambiente do Ibrox Stadium é uma das maiores forças do Rangers. O que espera deste jogo? A parte mental foi fulcral na preparação?

É a 2.ª mão desta eliminatória e jogamos fora de casa. Após o empate da 1.ª mão, este jogo será decisivo, pois uma equipa ficará fora da Liga Europa. É por isso que espero um jogo mais aberto comparativamente ao da semana passada. Na partida da 1.ª mão, no nosso estádio, eles marcaram nas duas oportunidades que construíram. Depois, defenderam um pouco mais o resultado e obrigaram-nos a jogar de forma muito ofensiva. Conseguimos criar boas oportunidades, mas, no final, tivemos de aceitar o empate. Esta é a situação. Amanhã [quinta-feira, 14 de março] começamos do zero e o vencedor avança aos quartos de final. É muito simples. Relativamente ao ambiente, nunca aqui estive, mas já ouvi falar dele. É uma enorme motivação para o Rangers, mas também para nós. Estamos prontos para isso e já o mostrámos em jogos internacionais difíceis. Temos muitos jogadores jovens na equipa que ganharam experiência neste tipo de duelos. Estamos prontos para fazer um bom jogo e dar tudo para passar à ronda seguinte.

Espera uma abordagem diferente por parte do adversário, em comparação com a da 1.ª mão?

É um jogo diferente. Está 0-0 e não há regra de golos marcados fora. O Rangers gosta de atacar, e acredita em si e na sua qualidade. Espero um jogo aberto, como foi na 1.ª mão, e temos de estar prontos para isso. Temos de defender mais do que na última semana. Somos uma equipa que não se pode esconder. Temos 90 minutos para criar oportunidades e demonstrar que podemos ganhar. Espero um jogo muito bom, disputado sob uma grande atmosfera, onde vencerá a melhor equipa.

Sente-se frustrado por chegar aqui [Glasgow], onde o Rangers é muito forte, sem estar em vantagem na eliminatória?

Não. No futebol temos de olhar para a frente e viver no aqui e no agora. O que aconteceu na semana passada já não interessa. A situação é o que é. Penso que merecíamos mais do que um empate. O resultado foi melhor para o Rangers do que para nós, mas temos de o aceitar. Às vezes, temos uma grande eficácia que se espelha no resultado, e foi isso que aconteceu com o Rangers. Não vamos queixar-nos disso, e amanhã [quinta-feira, 14 de março] temos de mostrar que temos capacidade de trabalhar bem como equipa. A conexão dos jogadores na defesa será importante, mas também temos de mostrar força no ataque.

Preparou o desempate por grandes penalidades, ou acredita que o Benfica vai decidir antes disso?

Queremos ganhar, não importa como. Se tivermos de jogar o prolongamento, ou de ir a pénaltis, temos de estar prontos para isso. Preparámos todas as situações.

Estamos num jogo europeu e só uma equipa pode avançar aos quartos de final. Sente que este é um momento de afirmação do Benfica na temporada?

Claro que sim. Ano após ano, é sempre o mesmo, estas são as semanas decisivas para quem luta por títulos. Os jogos são muito perto uns dos outros e a questão positiva é que ainda estamos a disputar três competições. Vamos dar o nosso melhor na Liga, ainda temos a 2.ª mão [meia-final frente ao Sporting] da Taça de Portugal e, amanhã [quinta-feira, 14 de março], a 2.ª mão [oitavos de final diante do Rangers] da Liga Europa. Estas semanas são decisivas para cada uma dessas competições, porque estamos a chegar ao final da temporada. Temos de mostrar que merecemos avançar aos quartos de final da Liga Europa. Seria um grande feito, e estamos prontos para lutar pelos nossos objetivos em todas as frentes.

A pergunta é sobre Aursnes. Ficou surpreendido com o anúncio da sua retirada da seleção da Noruega? Ele falou consigo antes de tomar a decisão? Quão boa é ela para o Benfica e para si?

Informou-me e deu-me as suas razões. Pude compreender e respeitar a sua decisão. Enquanto jogador, só há uma carreira e tem de se tomar decisões. No que diz respeito aos clubes e às seleções nacionais. Se sente que é demasiado para ele, tem de tomar uma decisão. Claro que respeito e compreendo as suas razões. O Fredrik [Aursnes] é um homem muito ponderado, dentro e fora de campo. De certeza que pensou muito neste assunto e sabe o que está a fazer. Não sei se será uma vantagem [para o Benfica], por jogar menos jogos, mas essa não é a principal razão. Tem o meu apoio.

Vários jogadores, entre eles Aursnes, têm atuado como laterais, tanto pela direita, como pela esquerda. Essa foi a principal lacuna na preparação da época?

Tivemos de mudar muito nestas posições, mas conseguimos sempre arranjar soluções. Fredrik [Aursnes] jogou várias partidas como lateral pela direita ou pela esquerda. Isso também foi motivado pela lesão do Bah, que esteve muito tempo de fora. Também tivemos de arranjar uma solução no lado esquerdo, com o Morato e com a chegada do Álvaro [Carreras] no mercado de janeiro. Existem várias opções e, no final, temos de tomar decisões. O Fredrik [Aursnes] é muito flexível, porque é um médio-centro que joga em ambos os lados da defesa. Para nós, isso é uma grande vantagem, porque ele joga em todas a um nível muito alto. É um bocadinho diferente de um lateral tradicional, porque é um médio e isso nota-se no seu estilo de jogo. No entanto, eu aprecio o modo como ele o faz, não só pela qualidade, mas também pela mentalidade de aceitar quais são as necessidades da equipa. Ele está sempre focado em protagonizar boas exibições, sem dúvidas ou queixas. Ter jogadores como ele é ótimo. Dá-me opções de usá-lo em diferentes posições, em diferentes momentos.