"Jogamos em casa e queremos construir uma boa margem para a 2.ª mão"

ANTEVISÃO

Na antevisão ao Benfica-Toulouse desta quinta-feira, 15 de fevereiro, Roger Schmidt deu conta da felicidade pelo regresso ao Estádio da Luz e assegurou que vê a equipa com todas as condições para somar um resultado que lhe permita encarar a 2.ª mão do play-off de acesso aos oitavos de final da Liga Europa, em França, com um maior conforto.

Aos microfones da BTV e, posteriormente, em conferência de Imprensa realizada no Benfica Campus, onde teve a companhia de João Neves, o treinador das águias elogiou a resposta dos jogadores no treino desta quarta-feira, garantindo que a equipa está pronta para responder ao seu melhor nível a mais um desafio exigente frente a um adversário motivado.

O comandante dos encarnados também reforçou o bom momento que o Glorioso atravessa, reforçando a necessidade de um foco jogo a jogo, sobretudo numa fase a eliminar onde não há qualquer margem para erros.

Desde o último jogo para as competições europeias, há dois meses, muita coisa mudou, com a chegada de novos jogadores. Podemos dizer que o Benfica está melhor?

Estamos num bom momento, isso é certo. Jogámos vários jogos seguidos a um bom nível, com bom futebol e conseguimos ganhar jogos difíceis. No domingo [jogo com o Vitória SC], empatámos uma partida muito difícil, mas também mostrámos uma boa mentalidade, um bom espírito e nunca desistimos. Assim, a equipa consegue aceitar situações como a de domingo. Estamos prontos para jogar a 1.ª mão com o Toulouse. Sabemos que o futebol internacional é sempre diferente e que o adversário vai apresentar-se muito motivado. Fizeram boas exibições nesta temporada, especialmente na fase de grupos da Liga Europa, onde só perderam uma vez. Respeitamos o adversário, mas também acreditamos em nós e temos a crença de fazer um bom jogo.

Este duelo vem na sequência de três jogos em oito dias para competições diferentes. O ritmo tem sido exigente para a condição física dos jogadores?

Antes de mais, estamos felizes por jogar em casa, porque foi exigente jogar em Vizela e, três dias depois, na casa do Vitória SC, não só pelos jogos, mas também pelas viagens. Por isso estamos felizes por jogar amanhã [quinta-feira] e no domingo [dia 18] em casa. Hoje [quarta-feira], os jogadores apresentaram-se em boa forma e bem-dispostos no treino. Por isso, acho que a intensidade que precisamos para jogar a cada três dias não será um problema.

Acredita que o Toulouse é uma equipa diferente na Liga Europa em relação à Ligue 1, tendo em conta que tem tido resultados interessantes na Liga Europa, como, por exemplo, contra o Liverpool?

O Toulouse não está tão estável na Liga [francesa], mas, nessa mesma prova, já mostrou muita qualidade contra adversários muito bons. Mas, claro que, especialmente na fase de grupos da Liga Europa, jogaram de forma confiável a um nível alto. Só perderam um jogo num grupo muito difícil, isso mostra que também têm motivação extra para o futebol internacional. É isso que temos de esperar amanhã [quinta-feira], o melhor Toulouse e um adversário a dar tudo para conseguir um bom resultado aqui, antes de jogar a 2.ª mão em casa. Essa é a vantagem deles, mas estamos preparados para isso e para jogar no nosso melhor nível. Temos muita motivação, estamos entusiasmados por jogar futebol internacional outra vez e estamos completamente focados nos 90 minutos de amanhã [quinta-feira].

Sendo certo que a competição ainda está numa fase precoce, o Benfica assume o objetivo de vencer a Liga Europa? Tendo em conta o calendário apertado, se tivesse de dar prioridade a alguma competição, daria primazia à Liga Europa ou à Liga portuguesa?

Não interessa a competição. Quando começamos, damos sempre o nosso melhor em cada jogo e tentamos vencer cada um deles. Antes dos 90 minutos, o nosso objetivo é sempre vencer, não interessa em qual competição. Damos o nosso melhor no Campeonato, demos o nosso melhor na Taça da Liga, nos jogos internacionais e, também, na Taça de Portugal. Damos sempre tudo, e, claro, se fizermos isso e vencermos, estamos na final e podemos tentar ganhar os títulos, mas não faz muito sentido pensar nas próximas rondas. Neste nível, também na Liga Europa, tens de respeitar sempre cada adversário e precisas de foco completo para ter sucesso nestes jogos. Daremos o nosso melhor ronda a ronda, e o nosso foco está direcionado para o Toulouse.

Fevereiro é, até agora, o mês com mais jogos nesta época. Considera que estamos a atravessar um momento-chave?

É extremamente difícil responder qual é o mês ou o momento-chave da época. Não faz muito sentido refletir sobre o número de jogos em fevereiro, porque todos são decisivos. Neste calendário duro, o melhor a fazer é colocar o foco na próxima partida. Temos de analisar e ver como estão os jogadores para decidirmos qual é a melhor abordagem para o jogo seguinte. Para mim, o importante é estarmos concentrados para amanhã [quinta-feira], porque temos de jogar outra vez no domingo [Vizela] e na quinta-feira [2.ª mão com o Toulouse]. O ritmo não vai abrandar neste mês e não podemos preparar alguns jogos com antecedência. Nas fases a eliminar não podemos cometer erros, porque não os podemos corrigir como na fase de grupos. Temos de estar prontos. Jogamos em casa e queremos vencer para construirmos uma boa margem a pensar na 2.ª mão, em Toulouse.

Tendo em conta o planeamento da época, o investimento em avançados e a boa fase de Arthur Cabral, faz sentido abordar um jogo sem ponta de lança? Vai fazê-lo mais vezes no futuro?

Penso que temos de encontrar a melhor abordagem para cada jogo. Jogamos sempre com avançados e jogadores de cariz ofensivo. No domingo [jogo com o Vitória SC], também fizemos isso, mas com um ponta de lança com características diferentes. É sempre uma questão do que precisamos de ter em campo. Normalmente, jogamos com um ponta de lança mais puro, como Arthur Cabral, Marcos Leonardo ou Casper Tengstedt, mas, em outras ocasiões, faz sentido uma abordagem tática diferente. Amanhã [quinta-feira], jogamos em casa e queremos usar essa vantagem para somar um bom resultado na 1.ª mão. Queremos vencer o jogo e vamos jogar um futebol ofensivo. Não vou anunciar qual será o onze inicial, mas os golos são sempre um bom argumento para qualquer atleta que queira jogar. Temos opções diferentes e vamos encontrar as melhores escolhas para o onze de amanhã [quinta-feira]. Como vimos no último domingo, também é positivo ter bons jogadores no banco que possam entrar e marcar golos decisivos, como aconteceu com o Arthur Cabral. Ele não jogou de início, e talvez tenha sido por isso que conseguiu marcar tão perto do final da partida. Vamos encontrar uma boa configuração para amanhã [quinta-feira], estou muito feliz por ver os nossos avançados a marcarem. Não é só o Arthur Cabral, mas também o Rafa e o Ángel [Di María], que está muito envolvido nos golos. Somos muito imprevisíveis a atacar, isso é muito importante.

O Rollheiser teve os seus primeiros minutos, mas, nos últimos dois jogos, não esteve no banco. Qual é o seu plano para ele? Pretende dar-lhe minutos nesta competição?

Depende do jogo, não consigo dizer quantos minutos vou dar aos jogadores. Tenho de pensar no onze inicial e, depois, esperar pela história da partida. Ele já jogou alguns minutos, mas também veio para o Benfica sem uma clara pré-temporada. Tem de se habituar a esta realidade e trabalhar muito para ficar em forma. Na semana passada, com dois jogos fora, em Vizela e Guimarães, trazê-lo connosco para estar no banco, não jogar e viajar de volta para Lisboa faria com que perdesse quatro ou cinco dias de trabalho, e ele precisa de muito treino. Foi essa a nossa decisão, mantê-lo em casa, para desenvolvê-lo a pensar nas próximas semanas. Ele está a melhorar e, amanhã [quinta-feira], estará na convocatória. Também é uma situação diferente, porque temos mais espaço na equipa. Ele está a ir bem e, muito em breve, de certeza que voltará a jogar por nós.