Ambição e união para superar rivais

Num fim de semana repleto de ação nos pavilhões da Luz, o clássico da equipa masculina de basquetebol, ante o FC Porto, e os dérbis das formações masculinas de voleibol e de hóquei em patins, frente ao Sporting, são os jogos de maior nomeada. Numa conferência de Imprensa conjunta, os treinadores dos três coletivos do Benfica anteviram os embates vindouros.

A equipa orientada por Norberto Alves, ou seja, a de basquetebol masculino, será a primeira (das três) a competir, enfrentando o FC Porto no Pavilhão Fidelidade, no sábado, 10 de fevereiro, às 14h30, num encontro da 15.ª jornada da 1.ª fase da Liga Betclic. "Este é um jogo que queremos ganhar. Ganhando, continuamos a lutar pelo 1.º lugar, é muito importante para nós", enalteceu o treinador.

O técnico encarnado lembrou que os oponentes "eliminaram uma equipa da Liga alemã [na FIBA Europe Cup], portanto vêm com muita confiança", descrevendo os azuis e brancos como "uma equipa que tem muitos jogadores com grande capacidade de desequilibrar no um contra um, muito atléticos" e com "muita capacidade de penetrar, de marcar pontos, criando os seus próprios lançamentos, o que é sempre difícil".

"Exige da nossa parte sermos muito coletivos quer nas questões ofensivas, quer defensivas, reduzindo-lhes os espaços, colaborando e comunicando muito e jogar nos nossos limites, porque estão num momento ótimo. Mas, independentemente do momento dos outros, a nossa preocupação é sempre olhar para nós e não perder o foco", sublinhou o timoneiro das águias.

Ouça Norberto Alves

Norberto Alves ressaltou também o papel que os Benfiquistas terão na contenda: "A emoção que nos transmitem da bancada é muito importante para termos energia, para os momentos menos bons não se prolongarem no tempo e para os momentos bons se prolongarem no tempo. Jogar em casa, com os nossos adeptos, que, nos últimos anos, foram decisivos para nos empurrar para ganhar, é muito importante, porque sinto que o Benfica não é apenas um clube. É sentimento, paixão, é esta energia e isso é muito bom para nós."

A partida com o FC Porto ficará também marcada por "uma homenagem muito merecida" a Tomás Barroso, na ótica do seu antigo treinador, que considera que "o Clube chegou ao nível que tem com esta capacidade de mover paixões, sentimentos e lutar até à exaustão, e ele [Tomás Barroso] é um grande exemplo" desse espírito.

Norberto Alves destacou ainda a relação entre os treinadores benfiquistas e o elevado número de jogos na Luz nos próximos dias: "Temo-nos apoiado nestes anos que temos estado no Clube. É um fim de semana que mostra muito a dimensão do Benfica, este sentimento que é o Benfica, num clube que é um exemplo de ser eclético e apostar quer nas equipas masculinas, quer femininas. É evidente que estes três jogos despertam mais atenção, mas é realmente um fim de semana com nove jogos nos nossos pavilhões."

Ainda no sábado, 10 de fevereiro, mas mais tarde, às 16h30, no Pavilhão n.º 2 da Luz, os comandados de Marcel Matz enfrentam o Sporting, num jogo da 7.ª jornada da Série A da 2.ª fase do Campeonato Nacional de voleibol masculino. No dia seguinte (domingo, 11 de fevereiro), no mesmo recinto, às 15h00, as águias medem ainda forças com o Vitória SC, na ronda seguinte (a 8.ª) da prova.

"São duas equipas que vêm jogar com o Benfica em momentos diferentes. O Benfica e o Sporting estão a disputar o 1.º lugar, e, depois, há um bloco intermédio, onde está o Vitória SC. Vamos fechar a 1.ª volta das oito melhores equipas, acredito que conseguimos vencer os dois jogos. Se isso acontecer, continuamos em 1.º, um pouco mais distantes do Sporting", projetou o técnico.

Fruto do trabalho desenvolvido, o treinador mostrou-se otimista para a jornada dupla: "A equipa está a trabalhar bem, conseguimos ter mais semanas de trabalho, estamos a tentar fazer com que algumas situações coletivas sejam trabalhadas em termos de repetição. Estou confiante na equipa, tem trabalhado bem e, com o apoio dos adeptos, vamos fazer dois bons jogos aqui."

Ouça Marcel Matz

Todavia, Marcel Matz rejeita que os jogadores estejam com "excesso de confiança", vincando que "todos querem jogar, fazer o seu papel e competem por posição". "Não entramos relaxados, nunca entrámos, nem vamos entrar, porque queremos manter-nos bem, temos os nossos objetivos internos", reiterou.

Aos Benfiquistas, o treinador deixou um pedido: "Quem é sócio e levantou bilhete, que venha. Senão isso causa uma certa frustração, e causa frustração para os jogadores. Esse controlo não está do nosso lado, está do lado do adepto que quer ver o jogo. Estão todos convidados para todos os jogos, mas, se levantarem bilhete nos jogos grandes, faz diferença, porque tira a oportunidade a alguém que quer ir ver o jogo. É sempre importante para nós e para os jogadores, que gostam de jogar com o pavilhão cheio, que sentem essa energia que vem da bancada", apelou o treinador.

Também Marcel Matz salientou as mais-valias da proximidade entre as modalidades do Benfica: "Muitas coisas que eu acompanho nas outras modalidades acabam por acrescentar ao meu trabalho, principalmente quando não são as questões técnicas e táticas, mas as questões um pouco mais periféricas, que muitas vezes são determinantes na direção da equipa. O controlo do jogo, até a relação com os adeptos e o ambiente todo, porque são coisas importantes para um treinador ter noção e administrar estas questões além do jogo."

Nuno Resende, técnico da equipa masculina de hóquei em patins do Clube, adiantou que a preparação para o duelo com o Sporting – calendarizado para as 17h00 de domingo, 11 de fevereiro, no Pavilhão Fidelidade, a contar para a 17.ª jornada da 1.ª fase do Campeonato Nacional – terá por base o triunfo (3-1) desta quinta-feira, 8 de fevereiro, contra o mesmo adversário, na 5.ª jornada do Grupo B da Liga dos Campeões.

O timoneiro encarnado explicou esta abordagem, assinalando que "tudo tem uma lógica e uma consequência", ou seja, "aquilo que está a ser feito no presente ou que foi feito no passado recente é sempre referência no futuro".

"Como treinadores, temos essa necessidade de, em momentos de euforia, equilibrar, e, em momentos em que as coisas efetivamente não correm bem, ter esse equilíbrio emocional, para que, depois, dentro de campo, a equipa possa estar mais próxima daquilo que consideramos ideal para a competição", detalhou o treinador.

Ouça Nuno Resende

Nuno Resende considera ainda que o facto de as equipas de hóquei em patins, de basquetebol e de voleibol terem grandes desafios nestes dias é benéfico, uma vez que o ambiente competitivo "é contagiante".

"Cruzamo-nos todos os dias nos corredores, temos um enorme respeito pelo trabalho de todos. São poucos maus momentos, mas são muito importantes as palavras que recebemos ou transmitimos uns aos outros. Estamos perante treinadores equilibrados e pessoas já com um currículo e uma experiência que permitem que, nesta altura, estejamos conscientes da responsabilidade destes jogos para os nossos adeptos", explanou Nuno Resende.