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Natação
Aos 24 anos, a nadadora encarnada Raquel Pereira encerra a carreira para viajar para a Alemanha, onde a aguarda um desafio profissional na área dos investimentos. Sai como Campeã e com a certeza de que, nos masculinos e femininos, o Clube voltou a ser a maior referência da modalidade em Portugal.
22 janeiro 2024, 09h24
Raquel Pereira
"Não havia melhor forma de terminar a minha carreira. Estou a fazer uma escolha de vida, claro que vou ter imensas saudades dos treinos, da rotina, dos meus colegas, do treinador, que é também meu amigo. Quando disputámos os Nacionais, eu já tinha a decisão tomada, porque vou para a Alemanha, trabalhar na área financeira, e tinha essa ideia de terminar em beleza, com a conquista do título nacional", adiantou Raquel Pereira, recordista nacional de 200 metros bruços e uma das nadadoras mais experientes da equipa feminina do Benfica, campeã nacional, 30 anos depois da última conquista.
Uma carreira que começou aos 12 anos, que a fez disparar para resultados e recordes pessoais e nacionais, desde as camadas mais jovens, até conseguir, ainda como nadadora do Algés, o recorde nacional nos 200 metros bruços. Mas, apesar destes resultados e de ser uma estrela em ascensão, Raquel Pereira sentiu os perigos da estagnação, e em 2020 desafiou-se a si própria. Chegou ao Benfica e sentiu logo os efeitos.
"Não há nenhum clube, em Portugal, que ofereça as mesmas condições de treino e de acompanhamento dos atletas. O Benfica é, realmente, um clube grandioso e não apenas por aquilo que as pessoas veem de fora, mas por aquilo que nós, os atletas, sentimos cá dentro. Não nos falta nada. É admirável o que o Clube nos oferece, e, claro, senti logo a diferença. Sentia-me a estagnar no Algés e percebi que precisava de um novo estímulo e de um clube que me desafiasse e me tornasse uma nadadora melhor", confessou Raquel Pereira, em declarações ao programa Protagonista, da BTV.
"Não há nenhum clube, em Portugal, que ofereça as mesmas condições de treino e de acompanhamento dos atletas. O Benfica é, realmente, grandioso"
Raquel Pereira
SENTIR O BENFICA
Quando tomou a decisão de abandonar o Algés, a nadadora contactou o treinador do Benfica e o do Sporting. A decisão de escolher o Benfica tornou-se inevitável.
"A confiança que o treinador do Benfica me passou foi fundamental. Explicou-me o projeto, o que estava a ser feito para tornar o Clube na principal referência da natação portuguesa, e eu senti imediatamente que era ali que queria estar. Mas a confiança em mim, nas minhas características, e a convicção com que me disseram que me tornariam uma nadadora melhor, foi tudo o que eu precisava e queria ouvir naquela altura", revelou.
Além de ir melhorando as suas marcas, os seus recordes, Raquel Pereira começou a distinguir-se no contexto internacional. Conquistou a medalha de bronze nos Jogos do Mediterrâneo e também a medalha de ouro nos Jogos Universitários.
"Foi aí que me convenci de que poderia mesmo atingir um nível diferente. Foram medalhas importantes, num contexto internacional, e senti, de facto, que tinha chegado ao nível com que tinha sonhado. Nos Jogos do Mediterrâneo, nem estava no meu melhor momento de forma, mas isso também aconteceu com outras nadadoras. Não obtive o meu melhor tempo, mas fiz uma boa gestão, desde manhã, nas eliminatórias até à tarde, na final. Fui-me poupando um pouco nas eliminatórias para, depois, estar no melhor momento possível na final", recordou Raquel Pereira.
O STRESS DAS FINAIS
Durante estas competições, a nadadora do Benfica experimentou as diferentes sensações de lutar por um lugar na final. Vários atletas de alta competição descrevem as diferenças entre disputar uma eliminatória e uma final.
"É diferente, porque, estando na final, sabemos que tudo se decidirá naquela prova, mas estamos lá. Nas eliminatórias, é diferente. Se calhar, há mais ansiedade, porque temos de estar atentos aos concorrentes, a quem vai correr connosco, saber se temos de estar a um nível máximo, se podemos facilitar um pouco. Mas ali, não podemos falhar, porque, se o fizermos, vamos para casa. Estando numa final, podemos concentrar-nos exclusivamente nessa prova. E, estando numa final, tudo é possível. É uma sensação indescritível", esclareceu.
"Não podia sair de melhor forma, não podia querer melhor despedida"
ADEUS À NATAÇÃO
Já com o seu futuro definido, na Alemanha, onde irá trabalhar numa multinacional na área dos investimentos, Raquel Pereira viaja no final do mês para Frankfurt. O objetivo é, a médio prazo, fixar-se em Madrid, e o facto de trabalhar com clientes espanhóis vai ajudar a concretizar esse objetivo.
"A minha chefe é espanhola, e foi ela que me convenceu a ir para a Alemanha. Eles procuram pessoas com conhecimentos na área financeira, dos investimentos, mas procuram igualmente pessoas que tenham sido atletas de alta competição, porque a nossa capacidade de priorizarmos as coisas, de orientação e gestão do nosso tempo, da nossa resiliência, da nossa persistência, são determinantes para captar esse talento para as empresas. Esse foi um programa que se iniciou nos Estados Unidos, e na Alemanha e noutros países estão a aderir. Apostam na formação dos colaboradores, mas vão buscar aos atletas de alta competição algo que não encontram no mercado. E isso é muito positivo, e foi assim que se tornou possível a minha ida para esta multinacional. E nem vou precisar de aprender a falar alemão, porque domino o inglês e já falo um espanhol macarrónico. Aqui é que tenho de evoluir e aprender mais, porque tenho o objetivo de fixar-me, mais tarde, em Madrid. Vou à aventura, completamente sozinha, embora tenha família na Alemanha, mas não em Frankfurt", declarou, sem temores, Raquel Pereira.
Tratando-se de uma viagem sem retorno à vista, a nadadora do Benfica apenas lamenta que em Portugal, para pessoas qualificadas como ela, as oportunidades de singrar profissionalmente e de montar residência fixa se tenham tornado um sonho difícil de alcançar.
"As empresas portuguesas não contratam assim, não vão buscar estes exemplos à alta competição. Ainda não estão nesse nível. Não há grandes oportunidades para pessoas como eu, e isso entristece-me, porque também gostaria de trabalhar em Portugal e de ficar junto dos meus, da minha família, dos meus amigos. Mas trata-se do meu futuro, e tenho de o construir fora de Portugal. Pode ser que, um dia, consiga voltar a Portugal, porque tenho esse desejo. É o meu país, mas, por agora, tenho de sair. Como estão a sair muitos jovens da minha idade. É o nosso futuro que está em causa, e temos de ir para onde somos reconhecidos. A universidade onde tirei o curso, em termos internacionais, está nos melhores rankings, ou seja, os jovens, em Portugal, são cada vez mais qualificados. E, também por isso, não encontram futuro em Portugal e nas nossas empresas", adiantou a recordista nacional de 200 metros bruços.
"Acho que o Clube voltou a ser a principal referência da natação em Portugal. E isso deixa-me muito feliz, porque contribuí para isso"
DESPEDIDA A GANHAR
Foi a sua última participação como nadadora do Benfica. Nos campeonatos nacionais de natação, o Benfica venceu a competição feminina, assim como a masculina. Em masculinos tornou-se bicampeão, e nos femininos alcançou o 2.º título da história do Clube, 30 anos depois do último.
"Não podia sair de melhor forma, não podia querer melhor despedida. Queríamos muito isto, desde que perdemos o campeonato anterior por poucos, e o curioso é que os nadadores e treinadores das outras equipas diziam que nós éramos as favoritas. Não nos sentíamos assim, mas desejávamos muito este título. Eu e a Diana Durães, como as mais velhas, tentámos orientar as mais novas, elas seguem um pouco o nosso exemplo, e o que posso dizer, em relação ao futuro, é que o Benfica tem uma equipa extraordinária e vai continuar a ganhar. Acho que o Clube voltou a ser a principal referência da natação em Portugal. E isso deixa-me muito feliz, porque contribuí para isso e porque é o Benfica", concluiu.
Artigo publicado na edição de 19 de janeiro do jornal O Benfica
Texto: José Marinho
Fotos: Arquivo / SL Benfica
Última atualização: 22 de janeiro de 2024