Apuramento histórico das Inspiradoras

RESUMO DO JOGO

Vinda de uma goleada por 0-7 na 1.ª mão da 2.ª eliminatória, a equipa feminina de futebol do Benfica venceu por 4-0 o Apollon nesta quarta-feira, 18 de outubro, e carimbou uma histórica e inédita terceira participação consecutiva na fase de grupos da Liga dos Campeões.

Mesmo com a eliminatória encaminhada, a equipa comandada por Filipa Patão apontou baterias à baliza do Apollon, mas teve dificuldades para contrariar o bloco baixo das campeãs cipriotas, que se mostraram mais preocupadas em evitar um resultado semelhante ao da 1.ª mão.

Anna Gasper, aos 20', e Lúcia Alves, aos 34', arriscaram remates de fora da área que saíram ligeiramente por cima da baliza, mas a grande oportunidade da primeira parte surgiu nos descontos. Aos 45'+1', Francisca Nazareth trabalhou bem a bola no interior da área e atirou ao poste.

Na segunda parte, o Benfica circulou a bola com mais velocidade e conseguiu desbloquear o marcador para gáudio dos adeptos que acorreram ao Benfica Campus. Após deixar pelo caminho duas adversárias, Letícia Almeida encheu o pé esquerdo e fez o 1-0, aos 56'. Estreia a marcar da média contratada ao Famalicão, ao 7.º jogo de águia ao peito.

Já com Marie Alidou e Jéssica Silva, que entraram aos 59', Lúcia Alves sofreu falta no interior da área do Apollon e foi assinalado penálti a favor das águias, aos 63'. A internacional canadiana avançou para a marca dos 11 metros, mas a guarda-redes Abbie Faingold defendeu a sua cobrança pela linha de fundo. Na sequência do pontapé de canto, a bola continuou a rondar a baliza cipriota, e Francisca Nazareth, aos 65', marcou o 2-0, após bom trabalho individual.

Aos 70', Marie Alidou deu a melhor sequência a um passe açucarado de Jéssica Silva e rematou sem hipóteses para o 3-0. Nono golo da temporada para a jogadora que, na 1.ª mão da eliminatória, tinha assinado o golo 1000 da história da equipa feminina de futebol do Benfica.

Destruída a muralha defensiva das cipriotas, ainda houve tempo para o 4-0. Na sequência de um pontapé de canto, Christy Ucheibe saltou mais alto que as defensoras contrárias e cabeceou para o golo, aos 78'.

E foi bonita a festa pelo apuramento histórico no Campo n.º 1 do Benfica Campus, com equipa e adeptos a cantarem, em uníssono, o "Ser Benfiquista", um espetáculo que acabou ovacionado pelas adversárias, também elas saudadas com aplausos por parte dos Benfiquistas, numa grande demonstração de fair play.

No sorteio de sexta-feira, 20 de outubro, as tricampeãs nacionais vão integrar o pote 3 e sabem, à partida, que evitam as austríacas do St. Pölten, as suecas do Häcken e as italianas da Roma.

DECLARAÇÕES

Filipa Patão (treinadora do Benfica): "Fica sempre mais difícil quando o adversário joga com um bloco baixo. A nossa falta de velocidade na circulação também dificultou, mas, ainda assim, criámos boas oportunidades nos últimos minutos da primeira parte. Ao intervalo retificámos algumas coisas e tornámos o jogo mais fácil. Depois, encontrámos o primeiro golo e dilatámos a vantagem. É sempre difícil falar de justiça no futebol, porque os jogos são feitos de momentos e competência. O Benfica foi muito competente nos dois jogos e isso refletiu-se nos resultados. Só podemos estar gratas pela aposta que o Benfica tem feito no futebol feminino e, todos os dias, temos a obrigação de lutar por um Benfica ainda melhor. Sorteio? Tenho dito às jogadoras que vamos marcar presença nos quartos de final, independentemente dos adversários na fase de grupos. Não vou escolher, nem apontar preferências. Prefiro continuar a passar essa crença à equipa."

Letícia Almeida (média do Benfica): "É um sentimento único, porque conseguimos o objetivo. É um sonho jogar neste patamar com a camisola do Benfica. Tentei ajudar a equipa, porque somos um coletivo. O nosso objetivo é sempre beneficiar a equipa e o individual fica para depois. Obrigado aos adeptos pelo apoio, porque não podíamos passar sem ele."