Voo picado no clássico, num pavilhão a fervilhar pelo Benfica

RESUMO DO JOGO

Ambiente fantástico no Pavilhão Fidelidade, com os adeptos a encherem as bancadas e a cantarem, do primeiro ao último segundo, pelo sucesso do Benfica no decisivo jogo 5 das meias-finais do play-off do Campeonato Nacional de hóquei em patins. No rinque, as águias cumpriram o seu papel na tarde deste domingo, 4 de junho, voaram para a vitória sobre o FC Porto (6-4) e apuraram-se para a final, onde, na luta pelo título, vão enfrentar o Sporting!

Rigoroso no cumprimento do plano defensivo nos primeiros minutos do desafio, o Benfica mostrou-se paciente e engenhoso nos momentos de construir e atacar a baliza do FC Porto, mas faltou-lhe ultrapassar o guarda-redes Xavi Malián. Os forasteiros, em contra-ataque, foram felizes ao minuto 17, com Ezequiel Mena na finalização (0-1).

As águias mantiveram o controlo do jogo e do sistema nervoso, persistindo na elaboração de ofensivas que pudessem terminar com a bola colada às redes do oponente.

E, aos 19', Nicolía teve no seu stick uma oportunidade soberana para igualar o marcador. Num livre direto a castigar a 10.ª falta dos portistas, o campeão do mundo argentino perdeu o frente a frente com o guardião contrário, gorando-se o ensejo.

O 1-1 tardou, mas foi materializado antes do intervalo (22'), com o golo dos encarnados a ser creditado a Pablo Álvarez, no culminar de uma combinação rápida.

O tempo de descanso neste clássico foi aproveitado para homenagear a equipa feminina de hóquei em patins do Benfica, que ao início da tarde deste domingo, no Pavilhão Fidelidade, lacrou a conquista do 10.º Campeonato Nacional consecutivo. Numa atmosfera vibrante, e com a presença do Presidente Rui Costa nas bancadas do recinto, as decacampeãs nacionais receberam um merecido tributo.

O começo da segunda parte do encontro foi amargo para os encarnados. Lucas Ordoñez viu um cartão azul aos 26' e, do outro lado do rinque, Gonçalo Alves avançou para a execução do livre direto. Pedro Henriques susteve a primeira tentativa, mas já não conseguiu evitar o sucesso da segunda (1-2).

O Benfica teve hipótese de restabelecer o empate aos 28', mas, isolado, Roberto Di Benedetto não conseguiu transformar a ocasião em golo. Pouco depois (30'), o benfiquista Nil Roca foi penalizado com cartão azul, daqui resultando novo livre direto para os visitantes. Gonçalo Alves acertou no poste direito.

Em underplay... os encarnados marcaram! Temporização de Gonçalo Pinto e assistência para Lucas Ordoñez, que, diante de Xavi Malián, stickou a contar (2-2). A equipa comandada por Nuno Resende estava por cima, evidenciava a sua força e deu-lhe expressão ao faturar mais dois golos no espaço de dois minutos: Roberto Di Benedetto apontou o 3-2 (33') e Gonçalo Pinto rubricou o 4-2 (35').

Com uma gestão de jogo cuidada ao pormenor, e vincando a disciplina nas ações de proteção defensiva, o Benfica esteve sempre mais perto de dilatar a vantagem... e foi bem-sucedido aos 39', com Roberto Di Benedetto a assinar o 5-2.

A 15.ª falta cometida pelo FC Porto e o consequente livre direto levaram Pablo Álvarez para um duelo com o guarda-redes Xavi Malián. No entanto, o internacional argentino do Benfica errou o alvo.

Aos 43', de penálti, Gonçalo Alves marcou para os azuis e brancos (5-3). No minuto seguinte, a equipa de arbitragem mostrou cartão azul a Roberto Di Benedetto e assinalou penálti contra o Benfica. Gonçalo Alves stickou antes de Pedro Henriques estar pronto para defender, a bola entrou, mas não podia valer. O lance foi reavaliado, a verdade desportiva imperou e, na repetição, Gonçalo Alves atirou ao poste (44').

A diferença no resultado foi encurtada para um golo aos 45', numa conclusão de Carlo Di Benedetto à boca da baliza (5-4).

Antes de ser assinalada a 10.ª falta do Benfica, à equipa de arbitragem escapou uma infração sobre Pablo Álvarez na área do FC Porto (seria penálti). Estávamos no minuto 49. Pedro Henriques foi superior quando teve de encarar Carlo Di Benedetto (no livre direto) e segurou a vantagem.

A 51 segundos do termo da partida, o portista Telmo Pinto foi castigado com cartão azul. O Benfica dispunha então de um livre direto para sentenciar o triunfo... e não desperdiçou o momento. Lucas Ordoñez, com uma habilidade ímpar, iludiu Xavi Malián e rubricou o 6-4 definitivo, num Pavilhão Fidelidade ao rubro, com as emoções à solta!

O primeiro jogo da final (à melhor de cinco desafios) está previsto para o dia 8 de junho (quinta-feira, feriado), às 15h00, no Pavilhão Fidelidade.

DECLARAÇÕES

Nuno Resende (treinador do Benfica): "Antes de mais, uma palavra tremenda para os nossos adeptos, estiveram a um nível superlativo. Bendito quinto jogo da meia-final para ver o Inferno da Luz na sua totalidade! Carregámos principalmente naquele momento em que estávamos a perder 1-2, em underplay. Não só a qualidade e o underplay defensivo, mas o underplay ofensivo. Aí, o jogo vira. Parece-me extremamente generoso esse 1-2 do FC Porto naquela altura, porque tínhamos criado situações, mas o jogo estava fechado. Ao quinto jogo, não há muito a esconder de uma equipa ou outra. Depois, são as nuances. Foi um grande jogo de hóquei em patins entre duas grandíssimas equipas. Na fase regular fomos superlativos, e tirámos proveito do fator casa que ganhámos. Parabéns aos meus jogadores, foram fantásticos no momento de sofrer e também no processo ofensivo. Pelo segundo ano consecutivo, estamos na final, isso também é muito importante para o Clube. Agora, é pensar já no adversário da final."