Roger Schmidt: "Temos de fazer 90 minutos de topo"

ANTEVISÃO

Roger Schmidt deu conta da "motivação especial" que o grupo de trabalho tem por voltar a jogar no Estádio da Luz, na antevisão ao Benfica-Boavista, da 21.ª jornada da Liga Bwin, agendado para esta segunda-feira, 20 de fevereiro, às 21h15. Em conferência de Imprensa, o técnico das águias reforçou a necessidade de a equipa ter "um desempenho de excelência" frente aos axadrezados.

No Benfica Campus, o treinador do Benfica enalteceu a preocupação constante que o grupo de trabalho tem com o que produz, "focando" a sua atenção na performance que pretende apresentar dentro de campo.

Para Roger Schmidt, a fórmula para o duelo com o Boavista passa, sobretudo, pela "disciplina e concentração", aspetos que devem contribuir para que o coletivo "jogue para a frente e defenda muito bem". Na abordagem ao compromisso da 21.ª jornada da Liga Bwin não faltaram elogios à competitividade da competição e a Chiquinho, com o qual está "muito satisfeito", detalhando o porquê.

Uma das dúvidas para este jogo é se o Boavista se vai apresentar com uma linha de três ou de quatro defesas. Como vai preparar a sua equipa?

Nunca sabemos completamente qual é a abordagem do adversário. O Boavista já jogou com três atrás, no último desafio jogou com quatro defesas... Veremos, estamos preparados para ambas as hipóteses. Tivemos a mesma situação na quarta-feira passada [frente ao Club Brugge], não sabíamos se iam jogar com uma linha de três ou de quatros defesas, estamos habituados a isto. Quando olhamos para toda a época, penso que jogámos mais contra linhas com cinco defesas do que com quatro. Tentamos estar sempre concentrados em nós próprios. Sabemos que o Boavista é uma boa equipa, fizemos um belíssimo jogo contra eles há uns meses e merecemos a vitória. Amanhã [segunda-feira], teremos também de ter um desempenho de excelência, estamos preparados para isso.

É difícil mudar a mentalidade dos jogadores de um jogo da Liga dos Campeões para o Campeonato? O que pode dizer sobre a Liga portuguesa, qual a sua perspetiva? Está abaixo ou acima das expectativas?

Estar preparado para o próximo jogo é sempre a tarefa, independentemente se é ou não um jogo da Liga dos Campeões. Estamos habituados a isso durante toda a temporada, a grande tarefa que temos é estar preparados para o próximo jogo. Preparar os jogadores em termos técnicos, táticos e físicos para os jogos, sem esquecer a forma e a mentalidade. E jogar em casa, para nós, é sempre muito especial. Não tivemos muitos jogos em casa neste ano, por isso, é sempre uma motivação extra para nós. Análise à competição? Não é o momento para tirar conclusões sobre a Liga portuguesa. Estamos no meio da época e estou a adquirir experiência. O que posso dizer é que é uma competição dura, com vários jogos difíceis, boas equipas e bons treinadores, que preparam muito bem as suas equipas. Há muita qualidade individual... Gosto desta competição, mas faltam muito jogos, no final da época poderemos falar de forma mais detalhada sobre este tema.

Alguns dos jogadores do plantel chamam "Zizou" a Chiquinho. Será que o treinador descobriu um novo Zidane? Como explica a evolução tática do jogador?

Para ser sincero, ainda não tinha ouvido essa alcunha, terei de perguntar aos jogadores a razão de ser. Ainda assim, há algumas semelhanças, sobretudo quando se trata de reter a bola, o Chiquinho é muito bom nisso. Era uma das grandes qualidades de Zidane, que foi um dos melhores centrocampistas de sempre. O que posso dizer é que estou muito satisfeito com o Chiquinho. No início da temporada já tinha demonstrado qualidade, teve alguns minutos, mas poucos, e, para ele, era difícil ser titular. Como sempre digo, se os jogadores tiverem uma atitude positiva, se se mantiverem em forma e se aproveitarem o treino para evoluir, poderão ter a sua oportunidade e ser recompensados por todo o bom trabalho. Ele é um excelente exemplo disso. Também modificámos um pouco a sua posição. Ele pode ser um médio mais ofensivo, mas, quando vemos o seu perfil, a forma como consegue controlar o jogo e estar disponível na criação das jogadas, ter a posição certa, não cometer erros quando está pressionado... O seu comportamento técnico com bola é muito bom, o seu primeiro toque é bom, passa muito bem, corre muito, é bom no um para um... Tudo isso corresponde ao perfil de centrocampista no nosso sistema de jogo. Tentámos assim no treino e ele saiu-se bem. Começámos a dar-lhe minutos nessa posição e, depois da saída do Enzo, a situação mudou. Quando teve oportunidade de jogar nesta posição no onze titular, teve bons desempenhos, e agora está a ganhar confiança, a jogar cada vez melhor. Mesmo na Liga dos Campeões teve um desempenho excelente. Chiquinho é um jogador muito fiável, um excelente exemplo de que, na sua idade (é um jovem, mas não tem 20 anos...), ainda se pode evoluir, atingir novos níveis e espero que se mantenha assim.

O FC Porto está dois pontos atrás do Benfica e venceu o Rio Ave com uma arbitragem controversa. Isso cria uma pressão adicional sobre a sua equipa? Teme que os erros de arbitragem tenham impacto no final da temporada?

Não vi o jogo, mas estamos sob pressão durante toda a época. É normal quando se está em competição com várias boas equipas. Claro que não é fácil ser campeão nacional, sempre o disse, mesmo quando tínhamos mais pontos de vantagem. Há muitos jogos para fazer. Espero uma corrida dura, até à última jornada. Estamos preparados para isso. Estamos sempre focados em nós mesmos, não nos resultados dos adversários. De momento estamos em 1.º lugar, mas temos de fazer 90 minutos de topo no nosso Estádio frente ao Boavista. Temos de ser disciplinados, estar concentrados, jogar para a frente e defender muito bem. É isso que está na nossa cabeça e nada mais. Os resultados e a classificação são consequência da forma como jogamos no campo. Fizemos um excelente jogo na Liga dos Campeões [frente ao Club Brugge], temos muita confiança, mas é preciso respeitar o adversário de amanhã [segunda-feira] e os restantes da Liga.