Roger Schmidt: "Jogar bom futebol e ganhar a partida"

ANTEVISÃO

Roger Schmidt fez nesta sexta-feira, 25 de novembro, a antevisão à partida com o Penafiel, deste sábado, às 20h45, que decorre no Estádio da Luz, em encontro da 2.ª jornada do grupo C da Taça de Liga. O técnico revela que a equipa tem treinado bem para vencer o jogo e realizar mais uma boa exibição.

Depois deste sábado, 26 de novembro, a equipa do Benfica só volta a jogar a 17 de dezembro. Em conferência de Imprensa, Roger Schmidt revelou a ambição de ganhar mais uma partida antes da longa pausa competitiva que o grupo vai ter. Uma oportunidade para alguns jogadores terem minutos de jogo, importantes para quem esteve parado por lesão.

O técnico falou ainda dos momentos de Draxler e de Lucas Veríssimo, dois jogadores "excelentes", que podem ser boas opções para o futuro. Em tempo de Mundial de futebol, e questionado sobre a possibilidade de um dia poder treinar uma seleção, Roger Schmidt reforçou a felicidade por estar no Clube. "Concentrado no aqui e agora no Benfica", explicou.

O que espera deste Penafiel e como é preparar o jogo frente a uma equipa que joga noutra Liga?

Nós estamos habituados. Já o fizemos na Taça de Portugal e foi assim no último encontro para esta competição. Vamos fazer o que temos feito sempre. Analisamos o adversário e respeitamo-lo. Amanhã [sábado] é o último jogo antes de uma pausa e queremos acabar em grande com um bom jogo em casa. Queremos jogar bom futebol e queremos ganhar a partida.

Acha que os jogadores que ficaram, como Petar Musa ou o João Victor, com as oportunidades que vão ter, podem roubar o lugar no onze titular dos jogadores que estão no Campeonato do Mundo, como o Gonçalo Ramos ou o António Silva?

Temos ótimos jogadores, mas infelizmente só podem jogar 11. Alguns jogadores estão no Campeonato do Mundo e é normal outros terem a oportunidade de ter minutos de jogo. Têm treinado muito bem, a qualidade do treino, desde o início da época, tem sido excelente, mas para fazerem grandes progressos os jogadores precisam de minutos. Para alguns jogadores é muito importante jogar, sobretudo para os que estiveram lesionados. O João Víctor, o Lucas Veríssimo e o Morato estiveram de fora uns meses, no caso do Veríssimo um ano, e têm de voltar a estar em forma, de ter minutos e precisam de competição. Infelizmente o Lucas esteve doente na semana passada, teve febre uns dias e está de fora para amanhã, mas espero que consiga ter minutos de jogo antes do Natal. Tal como disse há jogadores que têm estado muito bem e é bom ter esta concorrência para o onze titular.

Lucas Veríssimo já está em forma? É o mesmo jogador que era antes da lesão?

Neste momento não pode ser o mesmo jogador, porque se lesionou há um ano e estava em excelente forma. No ano passado era titular do Benfica regularmente e também fazia parte da seleção brasileira. Agora está em forma, trabalhou muito bem na recuperação e nos treinos e, quando jogou pela equipa B, demonstrou que está de regresso. Já não tem queixas, mas é claro que para voltar a estar em forma é preciso jogar. Infelizmente na semana passada esteve doente e por isso não pôde jogar e amanhã também não, mas depois disto esperamos que ele recupere a forma. É um jogador excelente, todos se lembram de como era antes de se lesionar.

Um jogador como o André Almeida poderá ter uma oportunidade de jogar na Taça da Liga ou pensa que deve sair do Benfica em janeiro para encontrar uma equipa?

Todos os jogadores são uma opção para mim. Ele trabalha tal como outros jogadores, mas eu tenho de fazer escolhas quanto ao onze titular e o Gilberto tem estado muito bem. Esteve na equipa titular no início da temporada, depois passou a estar às vezes no banco porque o Bah está a jogar muito bem e o Gilberto, para já, é o seu substituto. O André Almeida também pode jogar nessa posição e tenho de tomar decisões para amanhã [sábado]. Em relação ao futuro dos jogadores e do mercado de transferências nunca se sabe. Poderemos fazer alguns ajustes em janeiro, tal como se faz no verão. É normal que saiam jogadores e que entrem outros.

O Julian Draxler foi considerado uma grande contratação para o Benfica. Até agora jogou pouco e teve problemas, mas está agora apto para ganhar um lugar na equipa?

Quando o contratámos no último dia do mercado, sabíamos que ele não estava em grande forma porque tinha estado lesionado. Tinha sido operado em março ou abril e não treinava com a equipa do PSG porque eles tinham decidido manter jogadores de fora dos treinos coletivos. Nós sabíamos o que se passava quando o contratámos, mas achámos que era uma oportunidade de ter aqui um jogador excelente que teríamos de recuperar. Isso para nós foi claro desde o início. Começou por entrar como substituto, depois lesionou-se contra o FC Porto, esteve depois de fora cerca de quatro semanas e agora regressou. Jogou a semana passada. Precisamos de lhe dar minutos para recuperar a melhor forma. É um jogador de grande qualidade, com armas muito particulares, isso é claro, e pode ser muito importante para nós na segunda metade da temporada. Ainda nem vamos a meio da época, acho que ele poderá ser uma arma para nós e uma boa opção.

26 jogos sem derrotas, o recorde é 31 jogos. Pensa que o Benfica é a equipa a abater ainda mais do que o costume?

Não sei. Nós pensamos nisto da nossa perspetiva. O que temos feito é estar muito concentrados em cada jogo. Não olhamos muito para diante, pensamos sempre em jogar a próxima partida da melhor maneira possível e concentrarmo-nos nos 90 minutos. É difícil ganhar todos os encontros e vemos isto no Campeonato do Mundo. Já houve muitas surpresas e cada jogo tem a sua história. O futebol enquanto jogo é muito particular. Não é como uma partida de basquetebol ou andebol. Cada jogo é um jogo difícil e um desafio, portanto, não faz sentido estar a olhar muito para a frente, pensar em recordes ou estatísticas. Estou concentrado apenas nos próximos 90 minutos. Queremos marcar a diferença, jogar bom futebol, criar o máximo de oportunidades possíveis, não dar a bola ao adversário e, nessa altura, teremos uma maior probabilidade de ganhar o jogo. O futebol também depende de sorte, azar, coincidência, tudo isso faz parte do futebol, mas é possível reduzir essa influência se controlarmos e dominarmos o encontro. É esse o nosso objetivo e é também por isso que conseguimos ganhar muito jogos nestes últimos cinco meses.

Agora que decorre o Campeonato do Mundo, é uma ambição sua treinar uma seleção no futuro. Eventualmente a seleção alemã ou a seleção portuguesa, o que pensa disso?

São grandes equipas. Honestamente, nunca pensei no meu futuro no futebol. Não tenho um plano. Estou sempre concentrado no aqui e agora. Estou muito orgulhoso por fazer agora parte do Benfica, já tive oportunidade de dizer que foi uma excelente decisão vir para cá. Aproveito todos os dias com a minha equipa. Nunca fui selecionador nacional, mas penso que é um trabalho completamente diferente. Só se está com a equipa uns dias para a preparar para uma competição. É certamente muito interessante e seria uma honra independentemente do país, mas é difícil responder a esta pergunta porque a minha atitude neste momento é estar concentrado aqui e agora no Benfica.