Futebol

12 maio 2022, 15h46

Nélson Veríssimo

Nélson Veríssimo

ANTEVISÃO

Nélson Veríssimo fez a antevisão ao Paços de Ferreira-Benfica da 34.ª e última jornada da Liga Bwin, uma partida agendada para as 20h15 desta sexta-feira, dia 13 de maio, no Estádio Capital do Móvel e anunciou, na conferência de Imprensa realizada no Benfica Campus, mudanças na equipa, a chamada de mais jovens da formação ao palco principal e deixou uma promessa: "Queremos acabar bem a época, com uma vitória!"

No derradeiro encontro no comando técnico da equipa principal nesta segunda passagem pelo cargo, Nélson Veríssimo fez um balanço do trabalho feito, apontando o défice de títulos como um "falhanço" assumido por todos e enaltecendo alguns aspetos positivos. O percurso europeu da equipa e o desenvolvimento de alguns atletas foram destacados, assim como a integração progressiva de jovens da formação no lote principal, algo que terá continuidade em Paços de Ferreira. 

É o último jogo da temporada, as duas equipas têm as posições praticamente definidas, o que espera? Que mensagem passou para os jogadores?

Esperamos um bom jogo e terminar com uma vitória, apesar de as duas equipas terem a sua posição definida. É o nosso objetivo e foco. É um jogo importante, fora de casa, contra uma boa equipa. O César Peixoto [treinador do Paços de Ferreira] tem feito um trabalho muito bom, é uma boa equipa que em casa é sempre difícil para os adversários que recebe. Queremos terminar da melhor forma e vencer.

Nélson Veríssimo

"Vamos levar o Martim Neto, Diego Moreira, regressa o Sandro Cruz, levamos também o Tiago Gouveia e o Tomás Araújo. [...] Isto não quer dizer que o talento ou qualidade se esgote nestes jogadores"

Nélson Veríssimo

Tem um jogo frente ao Paços de Ferreira e não tem o plantel todo disponível. Podemos ter em campo jogadores já a pensar na próxima temporada, como, por exemplo, atletas da equipa B?

Será um Benfica à procura de ganhar e fazer um bom jogo. Fruto das lesões e castigos do último jogo, vamos fazer alterações, há a possibilidade e vamos levar jovens que ainda não tinham integrado a convocatória da equipa A. Vamos levar o Martim Neto, o Diego Moreira, regressa o Sandro Cruz, levamos também o Tiago Gouveia e o Tomás Araújo que já faz parte do plantel da equipa principal. Isto não quer dizer que o talento ou a qualidade se esgote neste jogadores. Outros jogadores trabalharam connosco, recordo-me do Rafael Brito, não significa que não haja outros, é uma questão de oportunidade. Hoje foram estes os escolhidos, alguns amanhã [sexta-feira] podem jogar de início e outros entrar com o jogo a decorrer. Acima de tudo importa passar a mensagem que existe qualidade no Benfica. Todos eles têm qualidade, as oportunidades vão aparecer, mas têm de trabalhar como se não houvesse dia de amanhã.

Nélson Veríssimo

Prometera fazer um balanço sobre esta experiência no comando técnico do Benfica, na presente temporada, como foram estes meses? Consegue encontrar um bom e mau momento nesta caminhada?

Há momentos mais marcantes que outros. Fizemos tudo para conseguir outros resultados que não foram conseguidos, mas temos a consciência tranquila de que fizemos tudo para que isso acontecesse. Não foi uma missão bem-sucedida porque não conquistámos nenhum título, como já disse o nosso Presidente. É uma época má nesse sentido. A nossa perspetiva é que temos também de olhar para o copo meio cheio e ver que a equipa fez coisas interessantes esta época. O percurso da Liga dos Campeões, que não começou connosco, em que a equipa passou as eliminatórias com todo o mérito, calhou num grupo complicado, depois na fase a eliminar saiu o Ajax no sorteio, que, além do Bayern Munique e Liverpool, tinha passado a fase de grupos sem qualquer ponto perdido. A ideia geral era de que o resultado estava feito antes de a equipa ir a jogo e, nessa altura, demos uma resposta positiva, não eliminámos o Liverpool, mas demos uma boa resposta, com dois jogos bastante competitivos. Deixámos uma boa imagem nas competições europeias. A nível interno o objetivo passava por chegar ao primeiro lugar da Liga, não conseguimos, depois o apuramento direto para a Liga dos Campeões e também não conseguimos. Demos boas respostas com o Sporting em Alvalade e com o FC Porto em casa, apesar de termos perdido. Podemos olhar para a época desportiva e considerarmos que foi um falhanço porque não conquistámos nenhum título, mas houve coisas boas. Marcámos golos em todos os jogos durante quatro meses, houve jogadores que cresceram ainda mais, fruto da sua qualidade e aquilo que a equipa lhes proporcionou, como o Darwin, o Everton, o Julian [Weigl], permitimos que o Gonçalo Ramos e o Paulo Bernardo tivessem maior volume competitivo. Noutra perspetiva, olhando para aquilo que é o futuro do Benfica, abrimos portas à possibilidade de se olhar para outros jovens, como o Henrique Araújo, que se estreou, o Tiago Gouveia, o Sandro Cruz, o próprio Tomás Araújo que já se estreara na Taça da Liga, mas na Liga ainda não tinha minutos. Não se conquistou qualquer titulo, mas podemos encontrar uma série de questões positivas que nos permitem projetar o futuro. Agora é seguir em frente.

Nélson Veríssimo

"A época foi um falhanço porque não conquistámos nenhum título. Mas houve coisas boas. [...] Houve jogadores que cresceram ainda mais, como o Darwin, Everton, Julian [Weigl], permitimos que o Gonçalo Ramos e o Paulo Bernardo tivessem maior volume competitivo"

Esta porta que vai fechar já lhe abriu alguma janela? E tendo em conta o seu percurso custa-lhe deixar essa cadeira?

Ainda temos um jogo para fazer, o principal foco está no jogo de amanhã [sexta-feira], que é importante. Queremos de uma forma muito vincada terminar com uma vitória. O meu futuro não me preocupa neste momento. Estou preocupado com o jogo, mas quero dar uma palavra ao Presidente pela oportunidade que me deu de liderar a equipa até ao final da época. Também a todo o staff e pelo profissionalismo dos jogadores. Nem sempre correspondemos às expectativas dos nossos adeptos, que querem ganhar sempre como nós também queremos. Uma palavra para eles, os adeptos, que nos acompanharam, umas vezes com mais alegria, outras nem tanto. Há momentos marcantes, como as deslocações a Amesterdão [Países Baixos], Inglaterra [Liverpool], o jogo em Alvalade [frente ao Sporting], em que sentimos sempre o apoio dos nossos adeptos, com essa comunhão a equipa acaba sempre por se transcender. Agora é projetar o futuro. O futuro certamente será risonho, é uma questão de oportunidade para os novos jogadores. Já é a segunda vez que passo por esta cadeira de sonho, mas no futuro certamente que esta porta se vai abrir noutro contexto e circunstâncias. Em dezembro, quando entrámos, a equipa jogava de uma forma diferente e nós conscientemente fizemos as alterações que achámos que devíamos fazer, não era fácil porque estávamos a fazê-lo com o Campeonato em curso. É natural que a equipa não desse uma resposta efetiva, mas fizemos isso com consciência. Os jogadores tentaram corresponder ao que lhes foi pedido, em muitos momentos isso aconteceu em outros não tanto. Termina com o jogo de amanhã [sexta-feira], acredito que num futuro próximo essa janela se vai abrir novamente.

Nélson Veríssimo

A nível pessoal sai satisfeito com o trabalho que fez no Benfica? Sente que agarrou esta oportunidade, que isso lhe permitiu projetar a carreira e olhassem para o Nélson Veríssimo como um treinador com qualidade?

Essa não era a minha preocupação, olhar para mim como treinador. Quando abracei esta oportunidade procurei ver o aporte que podia fazer à equipa, foi sempre essa a minha preocupação. A missão não terminou como nós queríamos. Não conseguimos vencer a final da Taça da Liga, nem o título, nem chegámos à Liga dos Campeões diretamente, sabíamos que era uma missão difícil, mas possível. Tenho a plena consciência que tudo fizemos para chegar ao final desta Liga para terminar de uma forma bem-sucedida.

Texto: Rui Miguel Gomes
Fotos: Tânia Paulo / SL Benfica
Última atualização: 1 de abril de 2025

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