Voleibol

07 abril 2021, 10h24

Marcel Matz

Marcel Matz

Os números não enganam! Em três anos no comando técnico da equipa de voleibol do SL Benfica, Marcel Matz soma 129 jogos, 117 vitórias e 12 derrotas, números traduzidos em seis títulos: dois Campeonatos Nacionais, uma Taça de Portugal e três Supertaças. As águias conquistaram o Bicampeonato no domingo, dia 4 de abril, e o treinador confessou-se um apaixonado pelo Clube e toda a envolvência do mesmo.

O sucesso dá muito trabalho! E estes últimos anos têm sido sintomáticos. Marcel Matz esteve no programa da BTV, SL Modalidades, e, numa conversa franca e até emotiva, revelou os segredos para as conquistas, o que faltou ganhar e as metas futuras de um grupo "equilibrado, forte, unido, dedicado e inteligente". O mote é só um e explica muita coisa: "Exigência máxima para manter o nível de excelência!"

Marcel Matz

Superstições e a camisola da sorte

"Não sou supersticioso ao extremo, mas em algumas coisas, quando acontecem e correm bem, repito... Tenho um porta-chaves que os meus filhos fizeram que trago sempre, o meu cartão do Benfica também levo sempre para os jogos, as canetas ficam sempre no lado direito. Tenho alguns padrões... No jogo contra o Sporting [jogo 1 da meia-final] eu marquei a camisola e usei sempre a mesma até à final, nunca perdeu! Foi sorte [risos] e muita competência dos jogadores."

Final ganha em três jogos

"Não, não pensava vencer os três jogos [da final com a Fonte do Bastardo]. O nosso papel é estar sempre desconfiado e ficamos sempre preocupados com as reviravoltas e oscilações do jogo, não questionando as capacidades da nossa equipa, mas são coisas do desporto e estávamos preparados para um confronto muito duro e longo. E estávamos bem preparados. Quando se aproxima a fase final aumenta a pressão e também é preciso controlar a ansiedade para continuar a trabalhar bola a bola."

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Os três jogos... analisados um a um

"O primeiro jogo [da final] era importante para nós, era em casa, conseguimos jogar bem, mas dois sets foram bem apertados, sempre a correr atrás, e foi um jogo difícil. Depois fomos para os Açores e a responsabilidade dos jogos em casa passou a ser deles. O jogo dois era um jogo-chave porque, em caso de vitória, pelo menos podíamos trazer para casa a decisão, num jogo quatro. Jogámos quase sempre bem e fomos superiores. No jogo três, era o tudo ou nada para eles, e para nós bastavam três sets para sermos Campeões. Estava um clima no Pavilhão já com alguns adeptos, com pressão, barulho e soubemos segurar."

Os adeptos do Benfica nos Açores

"[Na final] Eram doze pessoas, duas crianças, mas foi uma presença marcante. Em alguns momentos conseguimos ouvir muito bem os nossos adeptos... Havia um menino a tocar uma corneta. Fizeram um show e foi uma festa muito boa. Infelizmente desde que estou aqui ainda não conseguimos festejar títulos no Pavilhão da Luz, é o próximo objetivo."

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O título que faltou

"Não querendo soar como desculpa, mas existem algumas provas em que os sorteios facilitam mais um ou outro lado... e já tivemos mais sorte em sorteios passados. Na Taça de Portugal tivemos um confronto logo com a Fonte do Bastardo e de forma alguma queríamos perder esse jogo porque já tínhamos duas derrotas com eles e não queríamos ter outra e entrar nessa onda. Esse jogo, no sábado, foi muito forte, e fomos ganhar contra um adversário que até nos tinha causado mais dificuldades do que o Sporting. Exigiu muito física e mentalmente de nós. Na final jogámos contra o Sporting, demos o nosso melhor, mas não conseguimos vencer. Não fomos consistentes. Perdemos a Taça, mas depois demos a volta no play-off do Campeonato. O nosso maior objetivo era sermos Campeões Nacionais e conseguimos. Isso mostra a capacidade, a vontade de vencer deste grupo, muito forte, e que mostrou exatamente o que consegue fazer."

A importância da estrutura

"Estávamos bem encaminhados na época passada e tudo parou! Mantivemos o projeto para finalizar... passámos por algumas reestruturações, mas todos concordaram em terminar essa história. O grupo manteve-se forte, coeso, sabendo o valor que tem, para enfrentar a Fonte do Bastardo, que também manteve a estrutura, e o Sporting, que veio com uma equipa nova e que cresceu. Sabíamos até onde podíamos chegar, qual era o valor do nosso grupo e mostrámo-lo."

Marcel Matz

A bolha que evitou a paragem 

"Não sei quantos casos tivemos de COVID, mas conseguimos fazer uma paragem e não entrar em confinamento quando tivemos um caso e não entrámos em contacto com ele. Foi uma época em que jogámos todos os jogos, não parámos em função da COVID e é também de louvar o cuidado que todos tiveram. Dentro das modalidades fizemos muitos testes e conseguimos manter-nos seguros durante todo o tempo."

129 jogos, 117 vitórias e 12 derrotas em 3 anos

"O grupo é montado para conseguir esses números. Todo o staff, grupo, jogadores têm capacidade para alcançar esses números. O grupo é muito forte e um dos melhores em Portugal. É um grupo vencedor. Trabalhar cada vez mais para manter esses números."

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A paixão pelo Benfica

"Quem trabalha aqui, com esta estrutura, não tem como não se apaixonar. Gosto de Portugal, gosto do Benfica e tento aproveitar ao máximo. Gosto de interagir com os adeptos. Ainda hoje uma senhora me parou na rua, deu-me os parabéns e perguntou-me porque não nos entregaram a Taça. Eu disse para não se preocupar, que o importante era sermos Campeões! Este grupo está na história do Benfica."

Um orgulho imenso

"É um grupo exigente e que exige muito da comissão técnica. É equilibrado, forte, unido, dedicado e inteligente. Temos de estar sempre atentos aos pormenores e temos de estar sempre a cem por cento. Exigência máxima para manter o nível de excelência. Tudo isto é determinante para alcançar os objetivos. Toda a gente trabalha de forma muito séria. Tenho muito orgulho em todos. É uma história que está a ser construída e cada um faz a sua parte."

Fotos: SL Benfica
Última atualização: 5 de março de 2025

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