Em Roma, com 1991/92 como inspiração

ANTEVISÃO BTV

O Benfica regressa às lides da Liga Europa diante de um velho conhecido, o Arsenal. O desafio da primeira mão dos 16 avos de final vai ter lugar no Estádio Olímpico de Roma – devido às restrições sanitárias decorrentes da COVID-19 –, às 20h00 desta quinta-feira, 18 de fevereiro.

Inseridos nos Grupos D e B, águias e gunners, respetivamente, conseguiram o objetivo de ultrapassar a fase classificativa da prova da UEFA e sem derrotas.

Com Rangers, Lech Poznan e Standard Liège no grupo, o Benfica venceu e convenceu o Standard Liège em casa e o Lech Poznan nas duas partidas disputadas. Empatou os dois duelos com o Rangers e dividiu pontos com os belgas na última ronda da fase de grupos. No Grupo B com Molde, Rapid Viena e Dundalk, os ingleses venceram todas as seis partidas e, claro, lograram o 1.º lugar da classificação.  

Nesta quinta-feira, o Benfica defende um registo imaculado: zero derrotas em casa na Liga Europa. Mesmo que em estádio "emprestado", as águias jogam na condição de visitadas e querem seguir invictas, tal como acontece há 26 jogos (incluindo pré-eliminatórias). Aí, contam-se 21 vitórias e cinco empates; se olharmos apenas para a fase de grupos, são 15 triunfos e quatro empates em 19 partidas.

Na Liga Europa, o treinador Mikel Arteta aproveitou para fazer alguma rotatividade no plantel arsenalista. Ainda assim, analisando os mais utilizados, nota-se um onze montado em 4x3x3 com: Rúnarsson; Cédric, Mustafi, Kolasinac, Maitland-Niles; Elneny, Granit Xhaka, Joe Willock; Reiss Nelson, Nketiah e Nicolas Pépé.

Diante do Benfica, o técnico espanhol não vai poder contar com o contributo dos jogadores Thomas Partey e Kieran Tierney, a recuperarem de uma distensão na coxa esquerda e de uma lesão na perna direita, respetivamente. Em dúvida após o último jogo frente ao Leeds United ficou Aubameyang. Autor de um hat-trick no triunfo por 4-2, o avançado sentiu uma dor num tornozelo.

Esta vitória dos gunners foi a 10.ª da equipa nesta edição da Premier League. O Arsenal está na 10.ª posição da tabela, com 34 pontos. 

HISTÓRICA ELIMINATÓRIA DE 1991/92

Este será apenas o terceiro embate entre os dois históricos emblemas, sempre na forma de eliminatória.

O primeiro duelo sorriu aos encarnados, que, assim, seguiram para a fase de grupos dessa edição (1991/92) da Liga dos Campeões.

A 23 de outubro de 1991, no antigo Estádio da Luz, Benfica e Arsenal disputaram a primeira mão da 2.ª eliminatória de acesso aos grupos da Champions.

Empate a uma bola (1-1) em Lisboa e tudo em aberto para o segundo jogo, em Londres.

No velho Estádio da Luz praticamente cheio, Isaías inaugurou o marcador, aos 15', mas três minutos depois – aos 18' – Campbell empatou e fixou o resultado final: 1-1.

Em Londres, na segunda mão, a 6 de novembro de 1991, Pates fez o 1-0 para o Arsenal, aos 19'.

O Benfica respondeu ainda no primeiro tempo, aos 35', com um belo tiro de Isaías que bateu o internacional inglês David Seaman.

O resultado (1-1) não mais se alterou e a partida foi para prolongamento. Aí, os comandados por Sven-Göran Eriksson foram mais fortes. Kulkov fez o 1-2, aos 100', e Isaías, aos 109', confirmou o triunfo benfiquista numa noite histórica.

OS NÚMEROS NA LIGA EUROPA 2020/21

No Estádio Olímpico de Roma vão estar duas das equipas mais ofensivas desta edição da Liga Europa. O Arsenal conta com 20 remates certeiros, o Benfica segue bem perto, com 18. Outro aspeto ofensivo em que se nota equilíbrio é nos remates. Os ingleses contam com 108 (18 por jogo), com o Benfica logo atrás, com 86 (cerca de 15 por desafio), segundo as estatísticas da UEFA.

Também na capacidade de passe e na posse de bola os dados estão aproximados. O Benfica conta com 3195 passes completos e uma eficácia de 87 por cento; os londrinos somam 3479 passes e um acerto de 88 por cento. Na posse de bola, a percentagem média diz-nos que ambas as equipas gostam de controlar o jogo com o esférico em seu poder. As águias têm 56 por cento de posse, enquanto o Arsenal apresenta uma média de 61 por cento.

Nos pontapés de canto, o Benfica tem menos a favor (seis contra nove dos gunners), mas concede menos aos adversários (2,67 contra 3,33). Nos fora de jogo, destaque para o facto de os futebolistas do Benfica contornarem melhor a armadilha do que os comandados por Mikel Arteta: oito para os encarnados e 15 para o Arsenal.

Nas estatísticas individuais, os jogadores do Benfica Pizzi e Darwin salientam-se. O médio português é o melhor marcador da prova – ex-aequo com Yusuf Yazici –, com seis golos. O avançado uruguaio das águias segue no encalço, com cinco tentos.

Segundo a plataforma Wyscout, Pizzi é, ainda, o futebolista com maior participação direta em golos: oito, dividida em seis finalizações certeiras e duas assistências.