Futebol

03 março 2020, 00h41

Bruno Lage

Bruno Lage

CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

Em conferência de Imprensa, Bruno Lage, treinador do Benfica, esmiuçou os pormenores do jogo com o Moreirense na 23.ª jornada da Liga NOS. Perdulária na finalização, a equipa empatou o jogo (1-1) e perdeu a liderança, mas a luta pelo título está em aberto.

"Temos 11 jogos, são 33 pontos e temos de os conquistar… O futuro é o próximo jogo e é nisso que temos de nos concentrar", salientou o treinador, garantindo muito trabalho para o coletivo alterar o cenário e poder alcançar o que pretende desde a primeira jornada. 

Benfica-Moreirense Rúben Dias

Os golos falhados...

"Criámos várias oportunidades de golo, falhámos inclusive um penálti que nos colocaria em vantagem, e voltámos a cometer um erro defensivo que nos prejudicou. O Moreirense praticamente fechou-se na sua baliza, com muita gente atrás, uma linha de seis, a condicionar a nossa forma de jogar, nós a tentar criar oportunidades, a ter muita posse de bola e oportunidades, e depois há um momento em que temos de mexer, tirar um médio e meter mais um avançado. Aí começámos a perder algum equilíbrio e demos ao Moreirense a oportunidade de sair em contra-ataque e fazer o golo. É um resultado pesado que nos tira da liderança."

Rafa Benfica-Moreirense Estádio da Luz Liga NOS

Golo anulado nos lances cruciais do jogo

"Não comento arbitragens [referência ao golo anulado a Rafa], nunca o fiz e não é por estar agora a perder que vou fazê-lo. Os momentos cruciais foram aqueles todos em que não conseguimos fazer golo. Chegando primeiro ao golo, acho que a equipa ia encontrar estabilidade porque vem de uma sequência de resultados que não são favoráveis. Se ficássemos por cima do jogo, o Moreirense poderia, eventualmente, subir as linhas, tinha de ir à procura do jogo… Não o conseguimos fazer, fizemos alterações para ter mais gente por dentro e por fora, para criar espaços. Criámos oportunidades de golo, algumas até dentro da pequena área, mas não conseguimos marcar. Esses foram os momentos cruciais."

Bruno Lage

Momento mais difícil no Benfica?

"É o momento mais difícil em termos de resultados! É um facto e não nos podemos esconder disso! Não olho para trás, para aquilo que já conquistámos, não vejo aquilo que infelizmente não conseguimos ganhar. Olho sempre para a frente! O jogo acabou, está fechado, é trabalhar já no próximo, é pensar já no futuro. Temos 11 jogos, são 33 pontos e temos de os conquistar… O futuro é o próximo jogo e é nisso que temos de nos concentrar. Não vale a pena pensar no que quer que seja, não esconder a situação, nem o momento."

Pizzi

Obrigados a vencer

"Faço minhas as palavras do meu colega [Ricardo Soares], ele fez uma análise perfeita do jogo. Criámos muitas oportunidades de golo, não marcámos, sofremos. (…) Perdemos a liderança, e aquilo a que somos obrigados, neste momento, é a vencer, o mais urgente possível. Trabalhar como temos feito para sermos mais competentes e vencer já no próximo jogo."

Bruno Lage e Samaris

Aspetos para resolver...

"Os problemas são em função do jogo e dos vários jogos, e é o espaço que estamos a oferecer. Estão identificados há muito e temos de os resolver da melhor forma. Não estamos a conseguir porque os nossos adversários estão a explorá-los. A situação obriga-nos a ter um equilíbrio defensivo maior, que não estamos a conseguir, obriga-nos a ter um maior rigor na nossa linha defensiva, que não estamos a conseguir… Vamos continuar a trabalhar."

Adeptos

Adeptos são os primeiros a ajudar-nos

"Estes são os verdadeiros adeptos. São os primeiros a manifestar a tristeza, mas sei que são os primeiros a ajudar e a levantar a equipa. Esta é uma hora difícil, podem-nos julgar à vontade porque o nosso rendimento tem de ser melhor, mas sei que, seguramente, são os primeiros a dar ânimo à equipa para vencer já o próximo jogo. Isso é muito importante para nós."

Benfica-Moreirense

Samaris, Weigl e Taarabt: solução a repetir?

"Temos jogado assim algumas vezes, a dinâmica difere sempre um pouco daquilo que são as características dos jogadores. Sabíamos que íamos ter o espaço interior muito bloqueado, quanto mais homens lá metêssemos mais complicado seria. Sinto que a equipa se manteve sempre equilibrada, com o controlo do jogo. (…) Falámos ao intervalo, tivemos uma boa entrada na segunda parte, mas, infelizmente, não conseguimos chegar ao golo primeiro." 

Cervi

Substituições explicadas

"O jogo interior estava bloqueado por muita gente. O que nos estava a faltar, quando a bola chegasse aos corredores, eram situações em que houvesse movimentos de rutura, que Rafa e Pizzi não estavam a conseguir fazer. Os alas estavam a fechar muito por dentro e a fazer uma linha de seis homens, com três médios muito concentrados no meio e os alas a defender perto dos laterais. O que pretendíamos – e julgo que fizemos com sucesso – era, com a entrada de Cervi e de Jota, fazer situações de dois contra um, ou de dois contra dois, para que a bola pudesse entrar num cruzamento rasteiro ou atrasado, e julgo que conseguimos fazer. Depois, percebendo que o Adel [Taarabt], com o cansaço e com o número elevado de jogos, ia ter mais iniciativa individual, posicionámos Samaris e Pizzi por dentro para manter a circulação de bola. Íamos ter homens por dentro, mas também por fora para criar as dinâmicas para haver situações de penetração ou de cruzamentos."

Texto: Filipa Fernandes Garcia, Marco Rebelo e Sónia Antunes

Fotos: David Martins e Isabel Cutileiro / SL Benfica

Última atualização: 21 de março de 2024

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