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Clube
O administrador executivo da SAD e CEO do Grupo Benfica foi um dos oradores do segundo dia da Web Summit 2018, em Lisboa.
06 novembro 2018, 15h44
Domingos Soares de Oliveira
"Podem os clubes de futebol agir como uma startup?" e "Gestão e talento na era da tecnologia" foram as conferências em que marcou presença e onde analisou o atual momento do futebol. Domingos Soares de Oliveira, que partilhou o primeiro painel com o presidente do Olympique de Marselha, Jacques-Henri Eyraud, alertou para a importância do fair play financeiro e para a forma como poderá ser criada a Superliga.
"É difícil, para nós, como clube ser uma startup por si só. Clubes como Benfica e Marselha têm muita história, adeptos tradicionais, mas também temos mais de 200 milhões de faturação. Nos últimos meses entrámos numa nova era digital no Benfica, que se está a desenvolver todos os dias. Dentro do Benfica estamos a misturar departamentos e pessoas de diferentes áreas, que trabalham em sinergia. Nesta nova era digital, vemos o que fizemos no dia anterior e apontamos a novos objetivos para o dia seguinte. Mudámos muito e crescemos ao nível das tecnologias de informação e na comunicação. Diria que temos diferentes startups no Clube."
"Primeiro do que tudo temos de pensar que os Sócios são os donos do Clube e é uma grande responsabilidade ao nível do nosso comportamento e da gestão de expectativas. Temos de crescer e pensar nos Sócios, mas também nos adeptos normais que nos seguem em Portugal e fora. Temos de pensar como atingimos esses adeptos, pensando que temos de captar seguidores para as nossas redes sociais e pessoas que possam ir consultar o nosso site. Isto tem a faturação no pensamento, mas também pensamos em dar algo novo diariamente aos nossos Sócios e adeptos."
"A nossa missão é ganhar. Quando nos perguntam sobre lucros e vitória, respondemos que queremos vencer, mas os lucros estão subjacentes. No final do dia pensamos em faturações adicionais, mas isso não se dissocia da equipa de futebol. Pensamos em ter uma equipa forte no campo sem prejudicar a nossa sustentabilidade."
"Há várias coisas em que a tecnologia ajuda os clubes, nomeadamente na deteção de jogadores em idade jovem. Os scoutings do Benfica podem ver 10 jogos em simultâneo e ajudar no desempenho. É bom para os jogadores, mas também para a gestão. Investimos milhões em tecnologia todos os anos a pensar na performance do jogo e do jogador. Assim temos mais informação sobre estes dois aspetos."
"A Superliga é algo que eu entendo e estamos a favor no Benfica. Mas este conceito que querem implementar na Superliga poderá levar a que o Benfica e outros clubes portugueses não entrem. O Benfica tem grande legado e história no futebol, e deveria estar presente. Com mais jogos europeus ganharíamos notoriedade e maior faturação, mas temos de pensar nos adeptos, e eles, quando questionados, falam dos jogos com Sporting e FC Porto e não com o Real Madrid ou Barcelona."
"Os meus filhos ou os meus netos podem vir a ser fãs do Real Madrid ou da Juventus, porque pensam e seguem os jogadores e não os clubes. Assim, pode acontecer não serem adeptos do Benfica. Essa não é a direção correta na minha opinião."
"O futebol deveria ser equilibrado em termos competitivos e isso faz-se com limites na faturação. Se alguém não tem limites, pode contratar quem quiser e nós não podemos competir contra. Haverá clubes tão grandes em termos financeiros que não poderemos acompanhar. É aí que o fair play financeiro é importante."
"Toda a informação do Benfica nos últimos 10 anos foi colocada na internet. Estamos a lutar em vários campos de batalha: na Justiça e também na tecnologia, onde temos investido imenso."
"Futebol é emocional e não racional. O nosso melhor dia é quando os adeptos estão felizes e celebram uma vitória, mas para nós, que estamos na gestão, temos de pensar logo no dia seguinte e em novos objetivos. Tentamos aplicar o racional em todas as medidas de gestão. As medidas racionais visam aumentar a emoção dos nossos adeptos e Sócios. Do ponto de vista digital criámos uma maior proximidade dos nossos fãs com os jogadores, alimentando essa emoção."
"Isso sempre foi um objetivo e basta ver onde estávamos há 15 anos e onde estamos hoje. Neste momento estamos numa situação em que temos sistemas como braceletes e GPS que monitorizam tudo e nos dão informação através de dados. Conseguimos saber como dormiu o jogador, como se sentiu ontem e se sente hoje. Desenvolvemos sistemas com os nossos treinadores e médicos. Os nossos treinadores recebem e controlam toda a informação que recebem diariamente do nosso sistema de dados e isso influencia as decisões que tomam em relação à equipa."
"Continuamos a desenvolver os nossos sistemas de dados e estamos a fazê-lo num sistema de deteção e gestão de lesões neste momento através da Microsoft, em Seattle. Nenhum médico, treinador ou fisioterapeuta recusa a informação a que tem acesso hoje por via do Clube. Na nossa academia temos mais de 20 pessoas só dedicadas a gerir esta informação."
"No caso de uma startup, uma bola ir ao poste é fácil. Grande parte das startups não dura mais de três anos. As que sobrevivem e as que atingem a posição de unicórnio são os exemplos a serem seguidos. É natural que as startups falhem, segundo a minha experiência a trabalhar com elas. Isso não é mau, porque a quantidade de informação que se recebe por via desse falhanço será importante mais à frente."
"O empreendedorismo é uma coisa que se procura em todos os profissionais. Os que arriscam criar o seu próprio negócio através de um conceito de startup são pessoas muito meritórias. No Benfica temos iniciativas parecidas com startup. Portugal tem mostrado sucesso nessa matéria. É preciso incentivá-los a continuarem a lançar ideias mesmo depois do falhanço."
"Acreditamos que, se fizermos as coisas bem fora do relvado, isso terá implicações positivas no relvado. Claro que pode haver erros. Erros nossos, da Direção, dos jogadores, do treinador, do árbitro, do videoárbitro… Temos de criar riqueza para sermos melhores do que os nossos adversários."
"A tecnologia desenvolve-se com uma rapidez muito grande. Daqui a dois anos vai haver tecnologia para os clubes que não é conhecida hoje. Na componente da tecnologia temos uma preocupação muito elementar: tudo o que permita a aproximação aos nossos adeptos é extremamente importante. Tudo o que nos permita investir em tecnologia para ter sucesso nos atletas da formação ou equipa A, vamos fazê-lo. Estaremos sempre informados o mais cedo possível das tendências tecnológicas e abraçaremos a que melhor servir os interesses do Benfica."
Texto: Marco Rebelo
Fotos: Isabel Cutileiro / SL Benfica
Última atualização: 21 de março de 2024