Desafinação à Capela

A noite em Chaves começou mal, com uma forte chuvada que alagou o relvado do Estádio Municipal Eng.º Manuel Branco Teixeira e retardou o início da partida por mais de uma hora (a bola só rolou depois das 21h15). Terminou ainda pior, com o árbitro João Capela a expulsar Conti (vermelho direto) aos 87’ num lance que deveria ter resolvido com a mostragem de cartão amarelo.

O juiz condicionou a ponta final do Benfica, que pouco depois (90’+4’) sofreria o 2-2, o resultado deste jogo da 6.ª jornada da Liga NOS.

Num relvado pesado, a equipa encarnada começou por ter uma abordagem decidida e marcou logo aos 3’. O lance, muito bem trabalhado por quatro jogadores, teve início numa recuperação de bola de Grimaldo na zona defensiva. Sobre o lado esquerdo, o lateral fez um passe para Seferovic, que, de costas para ataque, desbloqueou a jogada com um excelente passe de pé esquerdo a servir a entrada veloz de Cervi pelo corredor canhoto, de onde o argentino cruzou rasteiro para uma finalização corajosa de Rafa, que deslizou no relvado para concluir de pé direito (0-1).

O Chaves empertigou-se e procurou combinações que levassem a bola até à área benfiquista. Paulinho, aos 10’, soltou-se na direita e chutou para eficaz intervenção de Odysseas, que aos 18’ responderia com nova boa defesa a cabeceamento de Eustáquio. Nesta altura já as águias tinham sofrido uma alteração no seu alinhamento: Jardel (com queixas físicas) cedeu o lugar a Conti (16’), que se estreou na Liga NOS.

O Benfica ficou a um dedo do 0-2 aos 22’ quando Gabriel, num remate de pé esquerdo na área, disparou e acertou no poste direito, após livre executado por Pizzi. Cinco minutos volvidos, Seferovic, partindo de posição legal, correu nas costas da defensiva flaviense e chutou com perigo de pé esquerdo, conquistando um canto.

Perto do fecho do primeiro tempo, as águias tornaram a dispor de uma situação favorável para visar as redes à guarda de Ricardo. Gabriel foi derrubado mesmo à entrada da área do Chaves e, na cobrança do livre direto, Grimaldo rematou com força, mas faltou-lhe o enquadramento (45’).

Depois de uma ameaça de Cervi pela esquerda, o Benfica, mais efetivo e seguro no jogo, voltou a aproximar-se do golo aos 59’: Rafa, com um passe subtil, desmarcou Seferovic pelo meio, com o guarda-redes do Chaves a defender o remate do internacional suíço. No lance seguinte, depois de um canto cobrado à esquerda e de um desvio de Conti na área, Seferovic voltou a ter o golo à mercê, mas Ricardo tornou a contrariar os intentos com uma defesa por instinto.

O Chaves igualou o resultado aos 75’ por intermédio de Ghazaryan num livre direto em posição frontal. Já com Jonas (rendeu Pizzi aos 80’), o Benfica foi à procura do 1-2 e atingiu esse objetivo: aos 84’, Rúben Dias fez um passe em profundidade, Seferovic abriu as pernas para deixar passar a bola e esta chegou em boas condições para a finalização de Rafa, que, desmarcado na cara de Ricardo, atirou para as redes.

A três minutos dos 90, o árbitro João Capela foi protagonista pela negativa: de forma incompreensível, analisou como falta para vermelho direto um lance (para amarelo, no máximo) em que Conti discutiu de carrinho o lance com João Teixeira.

O Benfica perdeu o central argentino, ficou reduzido a dez jogadores e já não tinha substituições para fazer. Teve de se adaptar às circunstâncias, com Fejsa a baixar para central e Jonas a recuar para médio-centro. Já em tempo de compensação, Ghazaryan, pela direita, chutou cruzado e fixou o 2-2 final (90’+4’).

Texto: João Sanches

Fotos: João Paulo Trindade / SL Benfica