Liga NOS: radiografia do Aves

É um Aves a viver um início de temporada complicado aquele que visita o Estádio da Luz, no domingo (18h30), numa partida referente à 5.ª jornada da Liga NOS. Em sete jogos oficiais para três competições distintas, o conjunto liderado por José Mota ainda não conheceu o sabor da vitória.

Ultrapassadas duas chicotadas ao nível técnico na época passada, o CD Aves terminou 2017/18 em grande e a fazer história. Ricardo Soares e Lito Vidigal ficaram aquém dos objetivos e foi com José Mota – assumiu o comando a 25 de janeiro de 2018 – que a equipa conquistou a Taça de Portugal, a primeira do seu palmarés, após derrotar o Sporting, no Jamor.

Mas os dias de festa terminaram e, como o próprio técnico admitiu no final da Supertaça, foi muito difícil formar o plantel durante a pré-temporada. Não obstante, José Mota acredita que este Aves é uma equipa boa e que será competitiva em todos os jogos que disputar.

Fundado em 1930, o emblema avense iniciou 2018/19 no palco de mais um troféu, mas desta feita foi o adversário quem logrou erguer o mesmo. Na disputa da Supertaça, derrota, por 3-1, frente ao FC Porto. Em Aveiro, Cláudio Falcão (14’) colocou a equipa em vantagem, no entanto, os azuis e brancos deram a volta ao marcador.

Seguiu-se a Liga NOS e, até ao momento, em quatro partidas, um empate e três derrotas, com 3 golos marcados e 8 sofridos. A equipa ocupa a 17.ª posição da classificação geral, com um ponto somente… na zona de despromoção. Na última ronda da competição, a jogar em casa, o Aves foi derrotado pelo Marítimo (0-1), num jogo em que valeu o golo de Zainadine em cima do apito para o intervalo.

No que toca ao último desafio oficial dos avenses, nulo perante o Paços de Ferreira, na capital do Móvel, para as contas da Taça da Liga. Curiosamente, o Aves está integrado no grupo do Benfica (A), a próxima equipa que vai defrontar, mas desta feita para as contas da Liga NOS.

Muitas mexidas, a mesma ideia de jogo!

Apesar das assumidas dificuldades de construção do plantel, o experiente técnico José Mota tem atualmente ao seu dispor um grupo com 29 atletas, primando pelas várias soluções em cada uma das posições. Relativamente à época transata, os avenses viram sair 10 jogadores, sendo que em sentido inverso foram 13 as caras novas a ingressar no clube, que se juntaram a uma base sólida.

José Mota é um dos treinadores da velha guarda do futebol luso, com ideias próprias muito bem vincadas e que o têm acompanhado desde sempre, tendo demonstrado, contudo, capacidade de adaptação ao novo e à evolução.

A equipa joga habitualmente num 4x4x2, privilegiando o futebol atacante, desdobrando-se nas variantes de 4x4x1x1 e 4x1x4x1. No último onze da Liga NOS, José Mota utilizou três dos reforços (Quentin Beunardeau, Issam El Adoua e Rúben Oliveira), com Michel Douglas a entrar aos 61 minutos. Quatro caras novas no total.

Analisando os dados da plataforma Wyscout relativos às quatro rondas da Liga NOS, os avenses somam, em média, 8,5 remates por jogo, estando a crescer neste capítulo. Apesar de a equipa rematar mais, isso não se tem traduzido em golos, o que revela muito querer, mas alguma falta de certo. Eficácia, portanto.

Olhando para outras dinâmicas ofensivas, no que toca à posse de bola, o Aves tem uma média de 46,75%, sendo que na última partida teve 52,49%, logo, também aqui há crescimento. No que toca ao número de passes, 295,25 é a média, com uma evolução positiva de acerto desde a ronda inaugural: de 78,42% para 81,49%.

No que toca às recuperações, há uma média de 92,5 por jogo, registando-se alguns altos e baixos, o que entronca nos duelos ganhos e perdidos, onde também há aspetos a rever. A média é de 258 por desafio, contudo, com uma percentagem de acerto de 39,8.

É um Aves ainda à procura de solidificar processos e encontrar a sua identidade aquele que vem à Luz, numa partida agendada para as 18h30 de domingo e cujos ingressos estão disponíveis.

Transferências no CD Aves

Texto: Sónia Antunes

Fotos: Liga Portugal