Parede francesa no caminho do mais forte

Mais forte no dérbi, o Benfica assumiu o comando do duelo, criou variadíssimas oportunidades de golo, na primeira e na segunda metade do encontro, mas chocou de frente com uma parede chamada Salin (nove defesas em dez remates à baliza).

O guarda-redes francês do Sporting seria batido por João Félix aos 86’, mas depois disso tornou a negar golos às águias, impedindo-as de alcançarem o triunfo que mereciam somar na 3.ª jornada da Liga NOS (1-1).

O Benfica começou a chamar o golo aos 6’ num livre executado por Pizzi e a que Rúben Dias deu sequência com cabeceamento para apertada defesa do guarda-redes Salin.

O Sporting procurou responder por Montero (6’) e Acuña (10’), mas a equipa benfiquista era a mais intensa à flor do relvado, construindo ataques e conquistando quatro cantos até se esgotar a primeira vintena de minutos.

Rúben Dias voltou a ficar perto do golo exatamente aos 20’, com novo cabeceamento para intervenção decisiva do guardião do Sporting quase em cima da linha de baliza, desta feita na sequência de um canto executado por Pizzi.

As águias apertavam e, após cruzamento do lado destro do ataque, Cervi tentou a finalização na área com um remate de pé direito e Salin estirou-se para negar o golo com a ponta da luva direita.

A partir dos 25/30 minutos, o dérbi entrou num período em que o futebol foi menos esclarecido. Perto do minuto 40, o Benfica voltou a insistir na frente, com combinações e acelerações pelos flancos, mas nesta fase não conseguiu colocar a bola em condições ótimas de finalização no corredor central. A primeira parte fechou-se com 0-0 no marcador, mas o Benfica bem por cima na posse de bola (60%).

Os encarnados tiveram uma entrada forte na segunda parte: Cervi quase acertava na baliza leonina aos 50’ num tiro cruzado e Pizzi, com um excelente remate de pé direito, viu Salin negar o 1-0 aos 52’.

A partir dos 57’, o Benfica passou a jogar com Zivkovic no lugar de Cervi. Pouco depois, um rude golpe: após cruzamento da direita do ataque do Sporting, Rúben Dias divide o lance com Montero na área encarnada e o árbitro Luís Godinho, que teve uma atuação condicionada pela instabilidade e incoerência nalgumas decisões e condução do desafio, apontou para a marca dos onze metros (61’). Nani, na cobrança do pontapé de penálti, assinou o 0-1 aos 64’.

Aos 70’, mais uma oportunidade de golo para o Benfica, com Zivkovic a rematar na área e Salin a defender com a luva esquerda.

João Félix e Seferovic entraram aos 71’ (saíram Pizzi e Ferreyra) e o Benfica esteve perto do 1-1 logo a seguir: um potente remate de Rafa de fora da área foi parado por Salin (72’).

O Benfica foi insistindo na frente, ganhou cantos, fez remates, mas os 60 486 espectadores presentes no Estádio da Luz não viam a bola entrar na baliza leonina. Até que Rafa foi solicitado na direita e entrou a toda a velocidade pelo flanco, cruzando para a zona do segundo poste, onde João Félix foi implacável no jogo aéreo e cabeceou para as redes (1-1 aos 86’). Foi o primeiro golo oficial do jovem atacante, formado no Caixa Futebol Campus, pela equipa principal.

As águias criavam chances, carregavam e acreditavam que era possível dar a volta por completo ao resultado e arrecadar três pontos. Grimaldo, aos 90’, atirou de longe e o guardião leonino evitou mais uma vez um golo. O lateral-esquerdo do Benfica voltou a visar as redes aos 90’+6’: na cobrança de um livre direto, rematou colocado, mas Salin tornou a voar para negar o golo ao Benfica pela enésima vez.

No canto subsequente, a bola chegou aos pés de Fejsa na área, mas o remate do trinco das águias saiu sobre o travessão. Mesmo sobre o fecho da partida, uma queda suspeita de João Félix na área do Sporting num  lance com Jefferson, mas a equipa de arbitragem entendeu não ter havido infração do lateral sportinguista.

Texto: João Sanches

Fotos: Isabel Cutileiro e João Paulo Trindade / SL Benfica