Manuel Fernandes Em 4x3x3, Benfica explora contra-ataque

Continuar a ler

A equipa do Benfica precisa de vencer o duelo com o CSKA, na quarta-feira, em Moscovo, na 5.ª jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, para dar sequência ao objetivo de continuação na Europa.

Manuel Fernandes, antigo jogador do Benfica e atual pilar do Lokomotiv, que lidera isolado o campeonato da Rússia, faz uma análise ao momento de forma do CSKA.

Em declarações exclusivas ao Site Oficial, o médio afirma que as águias têm de contar com um adversário mais afinado do que aquele que, com muita felicidade à mistura, ganhou no Estádio da Luz (1-2).

"Vejo o CSKA com uma equipa bastante experiente. Vai criar mais problemas ao Benfica em Moscovo do que aqueles que criou no Estádio da Luz. O sector mais forte ou determinante deles é o meio-campo, onde sobressaem os médios-centro Golovin e Dzagoev, juntamente com Vitinho na parte dianteira", avalia o jogador que fez toda a formação no Benfica.

"O CSKA tem jogadores muito experientes atrás, mas já com uma certa idade; são lentos, principalmente nas transições ataque/defesa, e o Benfica pode explorar isso aqui, em Moscovo", aponta o internacional português, que há duas semanas, a 5 de novembro, defrontou o opositor dos encarnados, na 16.ª ronda do campeonato russo, tendo, aliás, marcado um dos golos no empate do Lokomotiv (2-2).

A jogar em casa, o CSKA "vai tentar dominar o jogo desde o princípio e lutar para ter a bola em seu poder durante mais tempo", indica Manuel Fernandes.

"Vai ser um jogo um bocado diferente do que se viu no Estádio da Luz, no sentido em que poderá dar ao Benfica mais possibilidades de contra-ataque e não tanto de jogar em ataque continuado", assinala o melhor jogador do campeonato russo, na ótica do treinador do Lokomotiv, Yuri Semin.

Do ponto de vista tático, o Benfica, em linha com os planos levados à prática nos desafios mais recentes, deverá apresentar-se em 4x3x3, um figurino diferente do utilizado no duelo da primeira volta da fase de grupos da Liga dos Campeões. Em que medida esta alteração de sistema na equipa do Benfica poderá gerar uma história diferente da do confronto com o CSKA no Estádio da Luz? Manuel Fernandes responde.

"Depende. O CSKA joga com três centrais, tendo dois laterais muito ofensivos, sobretudo o direito. No 4x3x3, os jogadores do Benfica podem explorar melhor o contra-ataque e o espaço que os dois médios/laterais da equipa russa deixam atrás", destaca o camisola 4 do Lokomotiv.

A partida em Moscovo terá de ser encarada como uma final pelo Tetracampeão português. A qualidade da entrada no jogo será de grande importância, no entender de Manuel Fernandes.

"Os primeiros 15/20 minutos da partida podem ser determinantes. Penso que o CSKA vai entrar bastante forte, também para tomar uma posição, porque joga em casa. Se o Benfica tiver paciência e conseguir aguentar esses primeiros minutos, estou certo de que vai criar ocasiões de golo e poderá sair daqui com uma vitória", projeta o centrocampista que foi incluído pelo selecionador Fernando Santos nos últimos dois jogos de preparação de Portugal para o Mundial 2018, que se realizará precisamente na Rússia.

O Arena CSKA, palco do jogo, tem capacidade para pouco mais de 40 mil espectadores. Em termos de ambiente, as águias não se vão sentir intimidadas, na opinião de Manuel Fernandes. "O Arena não é comparável com o Estádio da Luz, onde o ambiente é muito especial", anota o jogador.

No que diz respeito à qualidade do tapete de jogo, Rui Vitória e os seus comandados também podem estar tranquilos. "O relvado, pelo que pude ver recentemente pela televisão, está em bom estado", partilha Manuel Fernandes.

Já a temperatura à hora do desafio comportará um detalhe a ter em conta na preparação do Benfica.