Bicampeão Europeu em Amesterdão há 56 anos

No dia 2 de maio de 1962 – há precisamente 56 anos – o Benfica protagonizou um dos momentos mais épicos da história do Clube e do futebol português ao sagrar-se Bicampeão Europeu, numa vitória sobre o Real Madrid na final da sétima edição da Taça dos Campeões Europeus.

Até à final de Amesterdão, o Benfica deixou pelo caminho Áustria Viena (2-6), Nuremberga (3-7) e Tottenham (4-3). Seguia-se o “temível” Real Madrid, que atualmente detém o recorde de títulos europeus (ganhou 12 vezes a Taça dos Campeões Europeus, sendo também a equipa que ganhou a competição mais vezes seguidas, com um total de cinco vitórias, de 1956 até 1960).

No Estádio Olímpico, em Amesterdão, diante de 61 257 espectadores, o árbitro Leo Horn deu início a uma final eletrizante e memorável, que não começou bem para o Benfica. Em seis minutos (17’ e 23’), um dos jogadores mais temidos da equipa merengue, Ferenc Puskás, estreou e aumentou o marcador, deixando os encarnados em desvantagem (2-0).

O momento não era risonho para o Benfica, mas as águias não baixaram os braços e reagiram rapidamente. José Águas e Cavém repuseram a igualdade, com golos aos 25’ e 33’. Mas Ferenc Puskás continuava a “fazer das dele” e mesmo antes do apito para o intervalo assinou o hat-trick (38’), que levou o Real Madrid em vantagem para a segunda parte (3-2).

Se o primeiro tempo foi alucinante, o segundo seria inesquecível para o Clube. A equipa liderada por Béla Guttmann regressou ao campo com toda a força e Mário Coluna, aos 50’, fez o 3-3, deixando a possibilidade de os encarnados darem a reviravolta. E assim foi. Eusébio, portentoso, resolveu a partida com um bis (64’ e 69’) e fez o 5-3, que ditou o Benfica Bicampeão Europeu.

O Benfica esteve presente em sete finais da Taça dos Campeões Europeus (1961, 1962, 1963, 1965, 1968, 1988 e 1990), das quais venceu duas. É, aliás, uma das três equipas (a par de Real Madrid e Ajax) que em toda a história da competição (entretanto evoluída para o formato de Liga dos Campeões) acedeu a quatro finais em cinco anos.

Texto: Márcia Dores

Fotos: Arquivo / SL Benfica