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Rumo certo
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A edição deste mês da revista Exame contém uma
extensa entrevista a Domingos Soares Oliveira,
administrador-executivo da SAD do Sport Lisboa e
Benfica, em que são abordados diversos temas,
constituindo-se como uma excelente oportunidade para
os benfiquistas constatarem um pouco do trabalho que
tem vindo a ser desenvolvido e a perspetivarem o
futuro da SAD e do Clube.
O mote para a entrevista passa pela saúde financeira
do Clube e SAD, acentuada agora pela alienação do
passe de João Félix por 126 milhões de euros, a
maior transferência de sempre, a nível mundial, de
um jogador português. Serão sete exercícios
consecutivos a dar lucro e a recuperação integral do
capital social da SAD está prestes a acontecer,
contrastando de forma evidente com a situação das
SAD dos principais rivais.
A viagem ao passado e a forma como a estratégia
definida pelo Presidente Luís Filipe Vieira foi
operacionalizada é outro dos grandes temas.
De acordo com o administrador da SAD, houve três
períodos distintos: Recuperação financeira e
investimento no património; Melhoria substancial da
competitividade da equipa de futebol, modernização
de processos, tecnologia e infra-estruturas e
lançamento das bases de um projeto sustentado
(nomeadamente a formação); E o atual, de
consolidação e recolha dos frutos do trabalho
desenvolvido anteriormente (a passagem da Benfica
Estádio e da BTV para o clube é emblemática neste
sentido), sem menosprezar o desejado equilíbrio
financeiro e a constante necessidade da aposta na
inovação.
Seria inevitável o tema da transferência de João
Félix e o significado, do ponto de vista da gestão,
de uma receita tão avultada. Domingos Soares
Oliveira debruça-se assim também sobre o
posicionamento da SAD no mercado de transferências e
a visão quanto aos níveis salariais que poderão ser
praticados no plantel da equipa de futebol.
O grande desafio para a SAD, conforme tem sido
afirmado reiteradamente por Luís Filipe Vieira,
passará por aumentar a capacidade de retenção dos
atletas, nomeadamente os vários jovens provenientes
da formação, sabendo-se que a vontade desses
jogadores é determinante neste processo. O
significativo esforço feito no acompanhamento das
ofertas salariais vindas do estrangeiro é, por
vezes, insuficiente, além de que o nível competitivo
da Liga Portuguesa, se comparado ao dos cinco
maiores campeonatos (Alemanha, Espanha, França,
Inglaterra e Itália), acaba por se revelar, também,
um constrangimento face às aspirações dos jogadores,
aplicando-se o mesmo a eventuais reforços.
Por isso, além da presença constante na Liga dos
Campeões, o aumento das receitas, sobretudo geradas
em mercados internacionais (o doméstico encontra-se
praticamente esgotado), é apontado como determinante
para a sustentação da competitividade internacional
da equipa de futebol e daí a forte aposta na
internacionalização e projeção da Marca Benfica.
Estamos certos de que, qualquer que seja o ângulo de
análise, é reconhecido o excelente percurso do nosso
Benfica nos últimos quinze anos e é a partir desse
reconhecimento que se encara o futuro com otimismo e
a convicção de que será recheado de glória.
No rumo certo está também o futebol português quando
o protagonismo é dedicado aos verdadeiros
protagonistas. O encontro entre Bruno Lage e Marcel
Keizer, conforme imagem ao lado, representa o lado
bom do futebol, afinal o único que deveria existir.
A paixão pelo jogo, a sã rivalidade e o
desportivismo são essenciais e devem ser
estimulados. Depois que ganhe o melhor e que o
melhor seja o Benfica!
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