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A Reconquista
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Tudo está bem quando acaba bem! O 37.º Campeonato
Nacional da história do Benfica será sempre
recordado, por muitas e variadas razões, como uma
das vitórias mais saborosas de sempre.
Não se tratou de uma Reconquista qualquer. Não foi
‘apenas’ mais um Campeonato. O Benfica conseguiu,
isso sim, juntar ao mérito do seu desempenho uma
bandeira chamada ‘Verdade Desportiva’.
A recuperação de 7 pontos, a melhor 2.ª volta de
todos os tempos, a qualidade do seu futebol, o
recorde de golos marcados, o discurso elevado dos
seus protagonistas e a capacidade de resistir a
todos os ataques que todos os dias chegavam do
exterior são algumas das principais marcas de uma
temporada que fica para a eternidade.
Como irá ficar, obviamente, a ‘impressão digital’ do
Seixal em tudo o que aconteceu em 2018/19. Nunca o
Benfica tinha contado com tantos produtos da sua
formação no plantel principal e nunca esses talentos
tinham sido tão decisivos como desta vez.
Nada aconteceu por capricho. Nada se passou de forma
circunstancial. A subida à primeira equipa de
jogadores formados no Caixa Futebol Campus (CFC) foi
apenas a consequência lógica de um projeto de autor
(Luís Filipe Vieira) que tinha exatamente este
objetivo: trabalhar (bem) lá em ‘baixo’ para chegar
(bem) lá ‘acima’.
Foi a combinação desse talento desenvolvido no CFC
com a maturidade e qualidade de uma base muito
sólida e segura (que já existia) que permitiu,
assim, formar uma das equipas mais interessantes que
o futebol português algum dia viu.
Todos os números impressionam no campeão nacional:
103 golos marcados (recorde igualado), 87 pontos (a
2.ª melhor pontuação jamais alcançada), 16 vitórias
e 1 empate na 2.ª volta, com triunfos nos estádios
de FC Porto (2.º classificado), Sporting (3.º), Sp.
Braga (4.º), V. Guimarães (5.º), Moreirense (6.º) e
Rio Ave (7.º), o melhor marcador da prova
(Seferovic, com 23 golos, e sem qualquer penálti), a
equipa mais jovem e, também, a que utilizou mais
jogadores da sua formação. E isto na primeira época
de Bruno Lage como treinador principal. Chegou, viu
e venceu. Um campeão… sem derrotas! A 6 de janeiro
(Dia de Reis), quando se estreou nesse Benfica-Rio
Ave (4-2), quem poderia adivinhar que isto iria
acabar assim?
O 37 representa muito, como se vê. E representa
também uma candidatura bastante séria à hegemonia do
futebol português. Quem vence 5 campeonatos nas
últimas 6 temporadas já é, por maioria de razão, o
clube dominador. Há bons motivos, porém, para
acreditar que o melhor ainda está para vir.
Porque no Benfica, quando se ganha, só há uma coisa
que passa a interessar: voltar a ganhar. A caminhada
para o 38 começou no momento em que último adepto
que foi ao Marquês regressou a casa.
PS: 18 de maio de 2019 foi um dia que os
Benfiquistas jamais esquecerão. Para além da
Reconquista mais desejada, a equipa de futebol
feminino do Benfica também venceu o seu primeiro
grande troféu: a Taça de Portugal. Uma temporada de
estreia que terminou da melhor forma e com a
garantia de que o projeto veio mesmo para ficar. Há
novos – e enormes! – desafios já para o futuro
imediato, numa fase em que o futebol feminino atinge
níveis de interesse e popularidade nunca vistos até
do ponto de vista internacional. A época ainda não
acabou e, para já, a equipa liderada por João
Marques apresenta os seguintes números: 31 jogos, 30
vitórias, 1 derrota, 406 golos marcados, 6 golos
sofridos. Também no futebol feminino, o melhor ainda
está para vir!
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